• newsbr badge

Esta mãe mentiu que seu filho, branco, era negro para colocá-lo na faculdade. Agora ela pode ser presa.

"Ela não só burlou o sistema de avaliação, mas prejudicou os candidatos realmente pertencentes às minorias que lutam para serem aprovados em universidades de elite", disse o procurador público.

Uma mãe da Califórnia (EUA) que alegou falsamente que seu filho branco era negro e latino, além de ser o primeiro da família a ir para a universidade, foi sentenciada a três semanas de prisão por pagar US$ 15 mil (cerca de R$ 60 mil) para que ele tirasse uma pontuação mais alta nos exames de admissão das universidades.

Marjorie Klapper, uma mulher de 50 anos de Menlo Park, é a nona pessoa a ser condenada por fraude no escândalo das aprovações das universidades , que já envolve mais de 50 pessoas, incluindo as atrizes Felicity Huffman e Lori Loughlin.

Marjorie também foi sentenciada a um ano de liberdade condicional, 250 horas de serviço comunitário e uma multa de US$ 9,5 mil (aproximadamente R$ 40 mil).

"A sra. Klapper não só burlou o sistema padronizado de avaliação, como especificamente prejudicou os candidatos realmente pertencentes às minorias que lutam para serem aprovados em universidades consideradas de elite", declarou o procurador público Andrew E. Lelling, alegando que a prisão de três semanas é insuficiente.

Marjorie Klapper se declarou culpada em maio. Ela admitiu ter pago US$ 15 mil para participar do esquema de aumento de pontuação dos testes admissionais coordenado por Rick Singer.

De acordo com os promotores, Marjorie se envolveu em vários tipos de fraude ao longo de três anos, em nome de seus dois filhos. A primeira vez que ela entrou em contato com Singer foi em 2014 para ajudar o filho mais velho dela a se preparar para os testes de admissão das universidades.

Depois do filho de Marjorie ter feito 2.140 pontos no SAT (prova similar ao Enem) de um total máximo de 2.400, o ETS (Departamento de Testes Educacionais), que coordena o exame, acusou o rapaz de ter trapaceado na prova, devido à discrepância entre a nota dele no PSAT (exame preparatório) e no SAT, além de uma "similaridade substancial" entre as respostas dele e as de outro candidato, de acordo com os promotores.

O ETS ameaçou cancelar a prova, e então Marjorie combinou com Singer enviar uma nota fiscal falsa para justificar a melhora do filho dela, alegando falsamente que ele havia completado mais de 170 horas de aulas particulares preparatórias para o exame, de acordo com os documentos do tribunal. O ETS cancelou a pontuação dele mesmo assim.

Dois anos depois, Marjorie conversou novamente com Singer sobre o filho mais novo dela, depois de saber que a filha de outro pai de Menlo Park, Peter Jan Sartorio, faria o SAT no centro de aplicação de Singer, em West Hollywood, Califórnia, de acordo com os promotores. (Sartorio também foi acusado de participar do esquema e condenado na semana passada.)

O filho mais novo de Marjorie fez a prova do ACT (American College Testing) no centro de aplicação em outubro de 2017. Após realizá-la, um inspetor que fazia parte do esquema corrigiu as respostas dele para aumentar a pontuação para 30 (de um máximo de 36), segundo os promotores. Depois, Marjorie fez uma transferência de US$ 15 mil para a falsa instituição de caridade de Singer, chamada Key Worldwide Foundation.

Além de alterar a pontuação do exame, Marjorie também concordou com Singer em alterar a inscrição do filho na universidade, alegando que ele era negro ou latino e que ele era a primeira pessoa da família a frequentar uma universidade, mesmo que ela e o marido tenham ensino superior.

"Ela propositalmente indicou que seu filho fazia parte de uma minoria e que era filho de pessoas que não tiveram a oportunidade de obter um ensino superior, embora essas duas coisas sejam mentira. Ela acreditava que mentir melhoraria as chances dele de entrar em uma universidade", relataram os promotores na acusação. "Dessa forma, ela aumentou a probabilidade de que sua fraude se concretizasse à custa de um candidato minoritário real ou de um candidato que era realmente o primeiro de sua família a frequentar a faculdade."

Os procuradores recomendaram que ela fosse sentenciada a quatro meses de prisão, com uma multa de US$ 20 mil. Os advogados de Marjorie Klapper tentaram reverter o mandado de prisão e pediram um ano de liberdade condicional, com quatro meses de prisão domiciliar, além de 300 horas de serviço comunitário e uma multa de US$ 20 mil.

"Os motivos da sra. Klapper foram maternais, mas sua execução é ilegal e equivocada", alegaram os advogados. "Além da questão, a sra. Klapper permitiu que seu zelo pelos filhos falasse mais alto, algo pelo qual ela se arrepende profundamente e assume total responsabilidade."

Marjorie Klapper é uma das 50 pessoas, entre pais, tutores e outros conspiradores acusados no escândalo de aprovações das universidades, anunciado por investigadores federais em março. Outros oito pais, incluindo a atriz Felicity Huffman, também foram condenados no esquema.

Este post foi traduzido do inglês.

Utilizamos cookies, próprios e de terceiros, que o reconhecem e identificam como um usuário único, para garantir a melhor experiência de navegação, personalizar conteúdo e anúncios, e melhorar o desempenho do nosso site e serviços. Esses Cookies nos permitem coletar alguns dados pessoais sobre você, como sua ID exclusiva atribuída ao seu dispositivo, endereço de IP, tipo de dispositivo e navegador, conteúdos visualizados ou outras ações realizadas usando nossos serviços, país e idioma selecionados, entre outros. Para saber mais sobre nossa política de cookies, acesse link.

Caso não concorde com o uso cookies dessa forma, você deverá ajustar as configurações de seu navegador ou deixar de acessar o nosso site e serviços. Ao continuar com a navegação em nosso site, você aceita o uso de cookies.