Princeton vai tirar o nome de Woodrow Wilson de dois prédios pelas políticas racistas dele quando presidente

    O conselho administrativo, que em 2016 se negou a renomear a Escola de Assuntos Públicos e Internacionais Woodrow Wilson e o Wilson College, decidiu fazê-lo agora, citando as "políticas e visão racistas" do ex-presidente dos EUA.

    A Universidade de Princeton, em Nova Jersey (EUA), anunciou que vai tirar o nome do ex-presidente norte-americano Woodrow Wilson de sua Escola de Assuntos Públicos e Internacionais e do Wilson College por causa de suas opiniões racistas e políticas segregacionistas.

    O conselho administrativo votou a favor da mudança dos nomes nesta última sexta-feira, depois de os integrantes do conselho concluírem que "o pensamento racista de Wilson e suas políticas o tornam uma figura imprópria para ter seu nome lembrado por instituições de ensino em que seus professores, pesquisadores, alunos e todos os que passaram por elas, se posicionam firmemente contra o racismo em todas as suas formas."

    A Escola Woodrow Wilson de Assuntos Públicos e Internacionais agora passará a se chamar Escola Princeton de Assuntos Públicos e Internacionais, e o Wilson College será renomeado para First College.

    O conselho cogitou a mudança pela primeira vez em 2015, depois que estudantes ativistas ocuparam o escritório do presidente da universidade, Christopher L. Eisgruber, e exigiram que o nome de Wilson fosse removido, por causa de suas políticas segregacionistas.

    O conselho e um comitê especial apontado para revisar o legado que Wilson deixou em Princeton, na época, decidiu manter o nome de WIlson na escola e no college, em 2016.

    No entanto, o conselho reconsiderou sua decisão em junho, em função das várias mortes de pessoas, homens e mulheres, negras, incluindo George Floyd, Breonna Taylor, Ahmaud Arbery e Rayshard Brooks, segundo o pronunciamento de Eisgruber.

    "O racismo de Wilson era significativo e teve graves consequências, até mesmo para os padrões da sua própria época," disse Eisgruber.

    Durante o mandato de Wilson como presidente dos Estados Unidos, de 1913 a 1921, a prática da segregação racial se espalhou pelos escritórios federais, segundo uma reportagem da Atlantic publicada em 2015 sobre o legado racista de Wilson e sua relação com Princeton. Em 1914, Wilson expulsou o líder de direitos civis William Monroe Trotter do Salão Oval.

    "[Wilson] segregou o serviço público federal depois de este estar racialmente integrado há décadas, fazendo com que os Estados Unidos retrocedessem em sua busca pela justiça," disse Eisgruber. "Ele não apenas aceitou como também contribuiu com a prática persistente do racismo no nosso país, uma prática que continua a causar danos até hoje."

    O conselho administrativo de Princeton disse que eles votaram para tirar o nome de Wilson, " ainda assim, reconhecendo e respeitando" suas "conquistas excepcionais."

    "Durante seu tempo de faculdade e como presidente transformador, Wilson contribuiu com Princeton mais do que qualquer outro indivíduo na longa história da universidade," o conselho afirmou em seu pronunciamento.

    Este post foi traduzido do inglês.

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