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A Cosmopolitan cancelou a capa com uma modelo que tinha promovido roupas com tema racista

"O movimento 'White Lives Matter' não reflete os valores da Cosmo," disse a editora-chefe da Cosmopolitan, Jessica Pels.

Uma das capas da revista Cosmopolitan em que aparece uma participante de The Bachelor foi cancelada devido a revelações de que ela teria servido de modelo para produtos da campanha "White Lives Matter".

Victoria Fuller, uma representante de vendas de 26 anos de Virginia Beach (EUA), ganhou seu lugar na capa da revista durante um desafio de "encontro em grupo" realizado no último episódio.

O desafio — tirar fotos em trajes de banho ao lado do solteirão da vez, Peter Weber — foi julgado pela editora-chefe da Cosmopolitan, Jessica Pels, que prometeu que a vencedora sairia na capa de uma edição digital da revista em março.

Apesar de vencer a competição, Fuller não aparecerá na capa da revista devido à revelação de que ela serviu de modelo para roupas e acessórios da linha "White Lives Matter", anunciou Jessica Pels em editorial, na segunda-feira.

ApPaReNtLy this is for white marlin conservation but I’m having a hard time believing that’s the only message these clothes are sending https://t.co/opYMqcLDaH

Uma imagem de Victoria vestindo essas roupas e acessórios com tema racista causou polêmica e circulou rapidamente entre os fãs de Bachelor, em janeiro.

Na foto, ela veste um boné com as iniciais "WLM" estampadas. A marca também vendeu roupas com a bandeira dos confederados e camisetas com os dizeres "White Lives Matter" (Vidas Brancas Importam) e "Blue Lives Matter" (Vidas Azuis Importam, referindo-se à cor do uniforme de policiais nos Estados Unidos) – dois movimentos de resposta ao Black Lives Matter.

Muitos defendem que os produtos são parte de um esforço para a promoção da campanha de conservação dos marlins azul e branco, e uma camiseta similar gerou controvérsias em 2016, quando foi vendida em Ocean City, Maryland.

O Instagram da marca, @wlmapparel_clothing, já não está mais disponível.

Em seu editorial, Jessica Pels disse que os esforços da companhia para a preservação dos peixes não servem de nada se esses esforços também promovem uma ideologia racista.

"No meu ponto de vista, a ideia da organização não faz sentido algum — tanto as frases quanto o sistema de crenças que elas representam estão fundamentados no racismo e, portanto, são problemáticas," escreveu Jessica Pels.

"White Lives Matter" foi considerada pela Southern Poverty Law Center (organização norte-americana de amparo legal que cuida dos interesses dos menos privilegiados) como "uma resposta racista ao movimento pelos direitos civis dos negros 'Black Lives Matter'" e "um grupo neonazista que vem crescendo como movimento à medida que mais e mais grupos de supremacia branca adotam seus slogans e suas táticas". A frase "White Lives Matter" se tornou um conhecido grito de guerra de vários grupos supremacistas.

"Não há dúvida de que o movimento White Lives Matter não reflete os valores da Cosmo como marca," disse Jessica Pels. "Nós nos solidarizamos com o movimento Black Lives Matter, e com qualquer outra causa que lute pelo fim das injustiças contra pessoas não brancas."

Não foi possível entrar em contato com representantes do programa The Bachelor ou da própria Victoria para obter um posicionamento.

Essa não foi a primeira vez que os fãs de The Bachelor descobriram histórias de comportamento problemático por parte dos participantes do programa.

Em 2018, Garrett Yrigoyen, que foi o vencedor de The Bachelorette, foi denunciado por curtir publicações no Instagram que faziam piada de pessoas trans, faziam pouco caso da violência contra imigrantes clandestinos, e que disseminavam uma teoria de que David Hogg, sobrevivente do tiroteio na escola de Parkland, era um ator treinado para simular situações de crise.

E em 2017 — na primeira temporada de Bachelorette com uma mulher negra — descobriram que o participante Lee Garrett postou uma série de tuítes ofensivos, incluindo um que comparava a NAACP (uma instituição que luta pela promoção dos direitos civis de minorias) à Ku Klux Klan.

Este post foi traduzido do inglês.

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