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Irã é acusado de criar perfis falsos para disseminar fake news nos EUA

As contas disseminam sites de notícias falsas que defendem opiniões políticas alinhadas ao governo do Irã.

Seguindo o exemplo da Rússia, o Irã desenvolveu um programa de disseminação de fake news para promover seus interesses pelo mundo, dizem pesquisadores.

A operação, descoberta pela empresa americana de segurança cibernética FireEye, consiste em criar perfis americanos falsos em várias redes sociais. As contas disseminam sites de notícias falsas que defendem opiniões políticas alinhadas ao governo do Irã.

As táticas são quase idênticas às usadas por anos pela "fábrica de trolls" da Rússia, a Internet Research Agency, cujos 13 membros e afiliados foram indiciados nos Estados Unidos em abril como parte de uma investigação liderada pelo ex-diretor do FBI Robert Mueller – sobre a interferência dos russos nas eleições presidenciais americanas de 2016.

A pesquisa da FireEye, que foi compartilhada com o BuzzFeed News, levou o Facebook e o Twitter a suspender centenas de contas por "comportamentos coordenados e não autênticos".

"Isso demonstra que não é apenas a Rússia que se envolve nesse tipo de atividade", disse Lee Foster, que gerencia a divisão de Inteligência de Operações da Informação da FireEye. "Outros [países] podem perceber isso como uma forma eficaz de promover objetivos políticos ou ideológicos."

Ao contrário dos russos, cujas campanhas de influência tiveram mais sucesso ao imitar pessoas de viés conservador, os iranianos criaram perfis falsos com tendências liberais. Usando contas que proclamavam preferências progressistas, como afinidade com o senador americano Bernie Sanders, eles escreviam mensagens criticando Israel, o presidente Donald Trump e a Arábia Saudita, principal rival do Irã na região, descobriu a FireEye.

A pesquisa não confirma o envolvimento direto do governo iraniano nessas operações, disse Lee, embora algo dessa magnitude dificilmente seria feito sem financiamento e orientação oficiais.

Uma pesquisa no histórico dos perfis falsos mostrou que as contas foram originalmente registradas com números de telefone iranianos e já haviam usado hashtags a favor do governo iraniano e comemorado feriados nacionais iranianos, antes de mudarem de nome e começarem a se identificar como americanas.

Várias contas direcionavam a uma rede de sites de notícias falsas, a Real Progressive Front [Frente Progressista Real], que afirma ser “uma ONG progressista que visa apoiar os movimentos populares pela liberdade, paz e justiça, reafirmar os direitos civis e reduzir a influência do dinheiro na política”. O site não faz menção ao Irã, mas, de acordo com a pesquisa da FireEye, ele provavelmente foi criado e está sendo financiado pelo Irã. Outras variantes do site são regionais, como a Frente Progressista Americana e a Frente Progressista do Reino Unido, além de outras contas destinadas a países do Oriente Médio e da América Latina.

Em um comunicado, o senador Mark Warner, vice-presidente do Comitê de Inteligência do Senado dos EUA, disse que "o problema da manipulação da mídia social não se limita a uma única fazenda de trolls em São Petersburgo [Rússia], e esse fato está além de dúvida".

"Aprendemos hoje que os iranianos estão seguindo o manual do Kremlin de 2016", acrescentou.

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A tradução deste post (original em inglês) foi editada por Luísa Pessoa.

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