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Um promotor usou sua filha de 13 anos como isca para pegar o homem que supostamente a molestou

As ações do promotor estão sob análise depois que ele gravou o encontro de sua filha com o suposto molestador de crianças, que foi preso mais tarde.

As ações de um promotor na Califórnia (EUA) estão sob análise depois que ele usou sua filha de 13 anos como isca para capturar um homem que supostamente havia abusado sexualmente dela três vezes antes.

O promotor não identificado da Promotoria do Distrito de Santa Clara havia planejado que sua filha seguisse a mesma trilha onde ela disse que o homem a havia molestado, de acordo com um relatório policial obtido pelo BuzzFeed News.

O promotor orientou sua filha adolescente a deixar o suspeito tocá-la se ela o encontrasse, mas se afastar se ele tocasse seus seios ou entre suas pernas, afirma o documento, que foi primeiro divulgado pelo Mercury News.

O promotor então gravou a interação entre o suspeito e sua filha, e entregou os vídeos à polícia, que prendeu Ali Mohammad Lajmiri, 76 anos, no dia seguinte, em 12 de novembro.

Por conta disso, Lajmiri vai responder a várias acusações criminais de atos obscenos e lascivos praticados em alguém com menos de 14 anos, além de cárcere privado. Ele está detido na Cadeia do Condado de Santa Clara sob uma fiança de US$ 3 milhões.

Em nota à sua equipe na segunda-feira, o procurador do distrito de Santa Clara, Jeffrey Rosen, disse que seu escritório estava conduzindo uma sindicância sobre “as ações de um de nossos promotores, e a prisão de um homem por abusar sexualmente da filha do promotor”.

Devido ao conflito de interesses, a Procuradoria-Geral da Califórnia está lidando com o caso.

"No momento em que ficamos cientes dessa questão, agimos imediatamente, encaminhando o caso à Procuradoria-Geral e abrindo nossa própria sindicância", disse a nota de Rosen, que foi fornecida ao BuzzFeed News.

"Como promotores, jamais devemos esquecer que nosso próprio comportamento — dentro e fora do tribunal — importa. As escolhas que fazemos em nossas vidas profissionais e pessoais precisam estar em harmonia com os protocolos, leis e ética do nosso sistema de Justiça Criminal. Conversas, opiniões, fofocas e a atenção contínua da mídia podem levar as pessoas a esquecerem que o cerne dessa questão é uma jovem vítima."

Lajmiri abordou a adolescente cerca de cinco vezes entre agosto e setembro, enquanto ela passeava com seu cachorro na Trilha de Los Alamitos, disse o Departamento de Polícia de San José em um comunicado à imprensa.

O suspeito primeiro abordou a garota para acariciar seu cachorro. Mas ele supostamente a tocou de maneira inadequada durante três outros encontros, incluindo esfregar as mãos na cintura e no peito dela sobre suas roupas, colocar as mãos dentro da gola da sua blusa e roçar a mão na coxa e nas nádegas dela sobre suas roupas.

O Departamento de Polícia de San José começou a investigar o caso em 8 de outubro, depois que o promotor disse às autoridades que sua filha havia revelado o suposto abuso sexual ao médico.

No início de novembro, o promotor seguiu a trilha e tirou uma foto do suspeito vestindo um agasalho que correspondia à descrição de sua filha, de acordo com o relatório da polícia. Quando a mãe da garota viu o suspeito alguns dias depois, ela o seguiu até sua casa, perto da trilha, e deu o endereço dele à polícia.

Em 11 de novembro, o promotor informou à polícia que havia gravado sua filha sendo tocada pelo suspeito e que ele havia tentado beijá-la na boca.

O promotor disse à polícia que ele armou para que sua filha andasse de um lado para o outro na trilha onde ela havia encontrado o suspeito anteriormente, e que ele estaria por perto. Ele disse que os dois estavam com celulares e fones de ouvido para que pudessem conversar um com o outro.

O promotor afirmou que "eles já haviam feito isso várias vezes".

"Ele instruiu [a vítima] a deixar [o suspeito] tocá-la se ela o encontrasse, mas, se fosse nos seios ou entre as pernas, era para ela se afastar", afirma o relatório. "Ele instruiu [a vítima] a deixar [o suspeito] identificar e fazer o contato e, se ela não conseguisse lidar com a situação, deveria se afastar. Ele instruiu [a vítima] a andar de um lado para o outro na rota designada e não interagir com ninguém por muito tempo."

O promotor disse à polícia que ele ouviu sua filha conversando com alguém, mas que não pôde vê-la. Mais tarde, ele passou pelo suspeito e sua filha andando um ao lado do outro, e começou a gravar a interação deles.

Um vídeo que o promotor enviou à polícia mostrava o suspeito andando com o braço em volta da cintura da garota.

Outro vídeo mostrava o suspeito sentado muito próximo da garota em um banco e agarrando sua cintura para puxá-la em direção ao colo dele, quando ela tentou se levantar do banco.

O vídeo mostrava o suspeito movendo sua cabeça em direção à garota, que mais tarde disse à polícia que o homem "se inclinou para beijá-la na boca". Ela disse que o suspeito a impediu de ir embora.

Ele então beijou o topo de sua cabeça e permitiu que ela fosse embora, segundo o relatório. O vídeo gravado pelo pai dela mostrou que o suspeito continuou a segui-la na trilha.

Durante o encontro, o promotor disse à polícia que perdeu sua filha e o suspeito de vista duas vezes.

Após sua prisão, Lajmiri disse à polícia que ele abraçou a garota e tocou a cintura dela, de acordo com o relatório da polícia. Ele também disse que tocou acidentalmente em suas nádegas e pode ter tocado acidentalmente em seu peito.

De acordo com a polícia, Lajmiri disse que beijou a mão e a cabeça da garota, mas descreveu suas ações como um "sinal de afeto como uma figura paterna".

Ele também disse à polícia que tinha problemas para se lembrar dos encontros porque tinha mal de Alzheimer.


Este post foi traduzido do inglês.

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