Presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump anunciou neste domingo (13) que o presidente-executivo de sua campanha, Stephen Bannon, será estrategista-chefe e conselheiro da Casa Branca.
Antes de ingressar na campanha, em agosto, Bannon foi a mente por trás do Breitbart, site que é um dos maiores propagandistas da extrema direita nos Estados Unidos.
Sob o comando de Bannon, o Breitbart publicou conteúdo incendiário e por vezes racista, tendo como alvo minorias, mulheres, imigrantes e a comunidade LGBT. Um exemplo é o texto abaixo, com o título: "Como imigrantes muçulmanos devastam uma comunidade".
Neste ano, o site publicou uma reportagem chamando o republicano Bill Kristol de "judeu renegado", pela oposição que fez à candidatura de Trump dentro do partido.
Também neste ano, o site criticou a jornalista Megyn Kelly, da Fox, por usar roupas "insinuantes" — "mais adequadas para modelos da Victoria's Secret do que para uma jornalista", diz o texto. Durante uma entrevista com Trump, a repórter fez perguntas que deixaram o candidato desconfortável.
O site também publicou vários textos com a tag "crime negro", para contrapor o movimento Black Lives Matter ("vidas negras importam"), que divulga casos de abuso policial contra a população negra nos Estados Unidos.
Duas semanas após um atirador matar nove pessoas numa igreja em um bairro negro segurando uma bandeira confederada — durante a Guerra de Secessão (1861-65), os confederados eram contra o fim da escravidão —, o Breitbart fez um post exaltando a "gloriosa herança" do símbolo.
Bannon também deu espaço a Milo Yiannopoulos, polemista da extrema direita americana que foi banido do Twitter por incitar uma campanha de ódio contra a atriz Leslie Jones. Yiannopoulos publicou dezenas de textos no Breitbart mirando mulheres e minorias — no texto abaixo: "O feminismo deixa as mulheres feias?".
Em um texto em que acusa mulheres de mentir sobre serem perseguidas online, ele escreveu: "Eu, Donald Trump e o resto dos machos-alfa continuaremos a dominar a internet sem esses lamentos feministas". O título do texto: "A solução para o assédio online é simples: mulheres deveriam sair da internet".
Este post foi traduzido do inglês.