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Para generais do entorno de Bolsonaro, queda de Maduro é questão de tempo

Desde ontem a Venezuela é um país com dois presidentes. Militares brasileiros descartam intervenção no país.

Generais brasileiros ouvidos pelo BuzzFeed News avaliam que Nicolás Maduro perdeu a luta no que chamam de “grande estrategia” dentro da tentativa de se manter no poder na Venezuela. Devido a isso, a batalha estaria agora em “em nível tático”, mas sem a possibilidade de sua prevalência.

A leitura feita pelos militares do entorno de Jair Bolsonaro é de que, agora, é uma questão de tempo para que Maduro deixe o país. Ele só ficaria, ainda segundo estes generais, caso seja um “fanático suicida”.

Os militares explicaram que a derrota na chamada grande estrategia, ou "grande manobra", diz respeito a ações da administração de Maduro, que não conseguiu evitar que a oposição se articulasse e que outros países reconhecessem o novo governo.

Desde ontem, a Venezuela é um país com dois presidentes. Um é Maduro, o herdeiro de Hugo Chávez que venceu uma eleição sem participação da oposição e foi empossado para mais um mandato.

O outro é Juan Guaidó, deputado de 35 anos que preside a Assembleia Nacional que fez o juramento de posse na presidência. Guaidó foi reconhecido quase imediatamente por Donald Trump e Jair Bolsonaro e por outros dez países.

O reconhecimento internacional ao opositor foi um revés para Maduro.

Além do apoio internacional e a julgar pelas manifestações dos últimos dias, Guaidó aparenta ter o apoio da maioria da população empobrecida pelo colapso econômico e social da Venezuela. Mas ainda não tem o apoio do Exército do país – que permanece leal a Maduro.

Ao descartar qualquer intervenção das Forças Armadas brasileiras na Venezuela – que não seja dentro de um campo de ajuda humanitária – os generais próximos a Bolsonaro disseram esperar uma solução rápida para a crise, uma vez que o prolongamento da tensão pode levar a mortes e a maiores sofrimentos por parte dos civis.

A (não) disposição do Brasil em usar suas forças contra a Venezuela chegou a ser sondada um dia antes do estouro da crise no país vizinho.

Na terça-feira o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, ligou para o ministro da Defesa no Brasil, Fernando Azevedo. Segundo relatos, a ebulição política não foi tratada no telefonema, mas dentro da diplomacia militar a chamada foi interpretada como um apelo para evitar qualquer tipo intervenção naquele país.

Ainda de acordo com os generais ouvidos pela reportagem, a avaliação é que a comunidade internacional deveria facilitar a vida de Maduro no que diz respeito à sua evasão da Venezuela, oferecendo o que eles chamam de “dar vitórias ao perdedor”.

Na prática, deixar que ele crie seu discurso, seja ele a deixar o poder para proteger a população – ou, no limite, até mesmo que de vitima de golpe – mas que saia do país e busque asilo num país complacente com seu regime.

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