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O WhatsApp está na mira do governo – na Índia

O governo indiano quer que o WhatsApp revele os números de telefone e a localização de quem usou o app para promover violência.

NOVA DÉLI – O governo da Índia anunciou nesta quarta-feira (31) que quer que o WhatsApp, aplicativo que pertence ao Facebook, forneça a localização e a identidade das pessoas responsáveis pelo envio de mensagens que levam à violência no mundo real. Esse é o capítulo mais recente da briga entre as duas partes: as autoridades indianas querem que o WhatsApp forneça informações sobre seus usuários, enquanto a empresa tenta manter sua política de privacidade.

Enquanto no Brasil, terceiro maior mercado do WhatsApp, o app foi criticado por ter servido para a disseminação de fake news durante as eleições, na Índia – seu maior mercado, com mais de 200 milhões de usuários ativos – as críticas aumentaram depois que violentas turbas, alimentadas por rumores espalhados pelo aplicativo, lincharam cerca de 30 pessoas em várias partes do país nos últimos meses.

Na esteira dos linchamentos, o WhatsApp tem brigado com o governo indiano – que, entre outras coisas, exigiu que a empresa desenvolva uma maneira de rastrear as mensagens enviadas pelo app. O WhatsApp se recusou a fazer isso, dizendo que isso comprometeria a privacidade de seus usuários (tudo que é enviado pelo WhatsApp é criptografado).

O CEO do WhatsApp, Chris Daniels, reuniu-se hoje com o ministro de Tecnologia da Índia, Ravi Shankar Prasad, em Nova Déli. "Enfatizei que, quando falamos de rastreabilidade, não falamos em descriptografar mensagens", disse Prasad após a reunião, segundo a agência de notícias indiana. “Insistimos bastante na localização e identificação do remetente de mensagens do WhatsApp que levem à provocação da violência, crimes hediondos e outros crimes graves.”

De acordo com os termos de serviço do WhatsApp, a empresa coleta os endereços IP dos usuários, que podem ser usados para rastrear a localização deles e de seus números de telefone. Esta não é uma informação criptografada. A única coisa que é criptografada é o conteúdo das mensagens enviadas pelo WhatsApp.

Em um pronunciamento ao BuzzFeed News, um porta-voz do WhatsApp disse: “Agradecemos a oportunidade de nos reunirmos com líderes do governo, incluindo o ministro Prasad, que confirmou seu apoio à preservação da criptografia e da privacidade de nossos usuários. O WhatsApp está profundamente comprometido em servir ao povo da Índia e trabalhar em estreita colaboração com a sociedade civil e os líderes do governo para ajudar a lidar com o abuso em nossa plataforma. Nosso novo chefe na Índia, que será nomeado até o final do ano, construirá uma equipe local que pode atender nossos clientes indianos, bem como trabalhar com parceiros e líderes do governo para ajudar a manter as pessoas seguras.”

O WhatsApp anunciou algumas medidas para reduzir a disseminação de desinformação em sua plataforma na Índia. Em julho, restringiu para cinco o número de grupos ou de pessoas para quem os usuários indianos poderiam encaminhar mensagens. Também publicou anúncios de página inteira em vários jornais – e em vários idiomas – e publicou anúncios de rádio como parte de uma campanha para educar os usuários contra a difusão de informações errôneas na plataforma.

E, no mês passado, contratou um funcionário em sua sede na Califórnia para lidar especificamente com reclamações de usuários indianos – algo que tanto o governo quanto a Suprema Corte da Índia exigiam há muito tempo.

Veja também:

Como cinco homens morreram linchados após a disseminação de um boato no WhatsApp

A eleição no Brasil mostrou o tamanho da encrenca que é combater fake news no WhatsApp


Este post foi traduzido do inglês.

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