Um mercado de milhões de fumantes acabou de proibir completamente os cigarros eletrônicos

    Os infratores podem receber pena de até três anos de prisão e multa de até US$ 7.000.

    A Índia proibiu a produção, venda, importação e publicidade de produtos relacionados aos vapes, os cigarros eletrônicos, como parte de uma iniciativa para impedir o "impacto dos cigarros eletrônicos na juventude", disse a ministra da Economia do país, Nirmala Sitharaman. Os infratores podem pegar pena de até três anos de prisão e receber uma multa de até US$ 7.000, informou o governo. Porém, pessoas que já utilizam o produto não serão penalizadas.

    A proibição é uma má notícia para empresas americanas de cigarros eletrônicos como a Juul, a maior fabricante de vapes do mundo, detendo mais de 70% desse mercado. A empresa estava planejando lançar seus produtos na Índia, lar de mais de 106 milhões de fumantes — perdendo apenas para a China — até o final deste ano. A medida pode destruir o próspero mercado paralelo da Índia para os produtos da Juul, onde usuários ricos do vape compram kits por US$ 100 ou mais. A Juul não quis comentar.

    A proibição dos cigarros eletrônicos imposta pela Índia vem logo após a proibição dos vapes com sabor em Nova York, que se tornou o primeiro estado nos Estados Unidos a impor algo do tipo depois que sete pessoas morreram e centenas mais ficaram doentes em um surto nacional de doenças pulmonares diretamente ligadas ao "vaping". Uma proibição semelhante que foi recentemente aprovada em Michigan também deve entrar em vigor nas próximas semanas.

    No Brasil, o BuzzFeed News relatou o caso de um publicitário de São Paulo que, de acordo com seus médicos, teve um quadro de pneumonia agravado por ele ser usuário de vape.

    Sitharaman, a ministra da Economia da Índia, disse que o governo indiano levou em conta o aumento excepcional da popularidade do vape entre jovens adultos nos EUA ao tomar a decisão de proibir os produtos na Índia.

    Os Estados Unidos têm reprimido o uso dos cigarros eletrônicos entre os jovens desde o ano passado. A FDA (agência federal do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA) emitiu mais de 8.600 cartas de advertência e mais de 1.000 multas para lojas online e físicas pela venda de produtos relacionados a cigarros eletrônicos para menores de idade.

    E na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que seu governo planeja conter o aumento dos cigarros eletrônicos proibindo suas versões com sabor. Essas versões podem estimular diretamente o consumo desses cigarros entre jovens adultos, segundo autoridades de saúde dos EUA.

    Enquanto isso, organizações que defendem o cigarro eletrônico na Índia criticaram a proibição. A Associação dos Vapers da Índia (AVI), uma organização sem fins lucrativos que defende alternativas mais seguras de tabagismo no país, declarou ser um "dia tenebroso" para os fumantes na Índia em um comunicado de imprensa e acusou o governo de proteger os monopólios de cigarros do país.

    "É uma medida draconiana", escreveu o diretor da AVI, Samrat Chowdhery, no comunicado. "Por um lado, falamos em deixar de ser uma nação emergente para nos tornarmos uma nação desenvolvida, mas, em contrapartida, estamos fechando nossas portas para novas tecnologias que foram adotadas globalmente pelos governos e usadas por milhões de pessoas em todo o mundo para parar de fumar".


    Este post foi traduzido do inglês.

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