O Twitter, que está sendo alvo de críticas por abuso e assédio em sua plataforma, está desenvolvendo uma nova política contra o discurso de ódio, e desta vez quer o feedback dos usuários antes de tornar as mudanças oficiais.
A nova política determinará como a plataforma lida com conteúdo que “desumaniza uma pessoa por ela fazer parte de grupo identificável, mesmo quando o material não tem um alvo direto”, de acordo com a empresa.
O Twitter já tem uma política contra conduta odiosa, que proíbe atacar pessoas com base em raça, etnia, nacionalidade, orientação sexual, gênero, identidade de gênero, afiliação religiosa, idade, deficiência e doenças graves. Segundo a empresa, a nova política irá além disso.
A empresa disse em uma entrevista ao BuzzFeed News que está levando em consideração o feedback dos usuários antes de finalizar a nova política, em um esforço para ser mais transparente. “Queríamos saber da mais ampla gama de pessoas a respeito do que gostam e do que odeiam”, disse Del Harvey, vice-presidente de confiança e segurança do Twitter.
Sobre que tipo de "discurso desumanizante não direcionado" o Twitter gostaria de banir, Harvey disse: "Declarações como 'Todos os membros do grupo X são cachorros, ratos ou o que for'".
O Twitter recentemente assumiu uma posição mais firme — baniu Alex Jones e o Infowars pelo que considerou violações de suas regras de “comportamento abusivo” — e sua nova política poderia impactar mais figuras públicas na plataforma, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em junho, por exemplo, Trump foi criticado por dizer que os imigrantes indocumentados “infestam” os Estados Unidos.
O Twitter não respondeu sobre como a nova política poderia afetar Trump.
Embora as políticas do Twitter sejam globais, um porta-voz da empresa disse ao BuzzFeed News que a nova política contra discurso de ódio pode ser especialmente relevante para a Índia. É o mercado de crescimento mais rápido do Twitter e um dos que mais apresentam denúncias de assédio.
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Este post foi traduzido do inglês.