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Uma faculdade de moda suspendeu dois diretores por causa de um desfile que está sendo chamado de racista

A modelo Amy LeFevre, que é negra, disse que "quase se desfez em lágrimas" quando descobriu que teria que usar aquilo na passarela.

Uma faculdade de moda de Nova York (EUA) colocou dois funcionários da escola em suspensão administrativa na sexta-feira após um desfile de moda com "referências racistas" que levaram à revolta de modelos e estudantes.

O desfile, realizado durante uma apresentação da New York Fashion Week para pós-graduandos do Fashion Institute of Technology, incluiu "próteses de orelhas e lábios grandes e sobrancelhas grossas", afirmou a faculdade em uma declaração abordando o incidente.

Além dos alunos que protestaram contra as próteses, a modelo Amy LeFevre, que é negra, disse à NBC News que "quase se desfez em lágrimas" quando descobriu que teria que usá-las durante o desfile, e disse que se sentiu "pressionada" pelos responsáveis.

Ela contou que disse aos organizadores do desfile que as próteses remetiam às caricaturas ofensivas de negros.

LeFevre disse que os alunos do FIT "me apoiaram, compreendendo o quanto os acessórios eram indevidos". LeFevre acabou desfilando sem os acessórios.

A presidente do FIT, Joyce Brown, disse na última declaração do instituto que enviaria cartas com pedidos de desculpa para LeFevre e os demais modelos que participaram do desfile. As solicitações para que LeFevre se pronunciasse não foram respondidas imediatamente no sábado.

A coleção foi projetada pelo ex-aluno do FIT Junkai Huang. No entanto, Brown disse na declaração que a coleção de Huang "não tinha como objetivo invocar ou provocar implicações raciais" e observou que "parece também que, com base nas informações disponíveis, a estilização e os acessórios usados no desfile foram fornecidos a ele, e não escolhidos a seu critério".

"Para nós, isso indica que os encarregados e responsáveis pela supervisão do desfile não reconheceram ou previram as referências racistas e a falta de sensibilidade cultural que estavam óbvias para quase qualquer outra pessoa", disse Brown.

Não ficou claro quem forneceu esses acessórios para Huang. As solicitações para que tanto Huang quanto o FIT se pronunciassem não foram respondidas imediatamente no sábado.

O FIT disse que a escola também contratou o escritório de advocacia Bond, Schoeneck & King para investigar o episódio. Tanto Mary Davis, reitora do curso de pós-graduação, quanto Jonathan Kyle Farmer, presidente do departamento de design de moda do bachalerado em belas artes, foram colocados em suspensão administrativa até a conclusão da investigação.

Em uma postagem no Instagram, Farmer pediu desculpas a LeFevre e assumiu "total responsabilidade" pelos acessórios, informou a NBC News.

"Peço desculpas por qualquer dano e dor que causei aos envolvidos no desfile, incluindo Amy LeFevre", ele escreveu. "Nunca foi nossa intenção que a estilização do desfile fosse interpretada como racista e deixasse as pessoas desconfortáveis, mas agora entendo perfeitamente o motivo disso ter acontecido. Assumo total responsabilidade e estou comprometido a aprender com essa situação e tomar medidas para melhorar."

A conta do Instagram de Farmer é privada agora.

A indústria da moda é bem conhecida por designs que invocaram metáforas racistas nos últimos anos. Em 2018, a Prada foi criticada por uma vitrine com bonecos no estilo blackface e concordou em dar um treino de igualdade racial para seus funcionários na cidade de Nova York daquele momento em diante. A Gucci também se desculpou por roupas com imagens em blackface e a Burberry anunciou novas iniciativas de diversidade após incluir um "moletom com capuz e uma forca" em um desfile de moda de 2019.

Este post foi traduzido do inglês.

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