A última vez em que Lee Keum-seom viu seu filho, Ri Sang Chol, ele tinha apenas 4 anos e toda a família estava fugindo do caos do fim da Guerra da Coreia.
Lee e sua filha conseguiram chegar à Coreia do Sul, mas Ri e seu pai ficaram presos na Coreia do Norte.
Lee e o filho, agora com 92 e 71 anos, respectivamente, finalmente se reencontraram nesta segunda-feira (20) na Coreia do Norte. Eles tinham poucas horas juntos para compensar 68 anos separados.
"Quantos filhos você tem? Você tem um filho?", perguntou Lee a Ri, de acordo com a Associated Press, enquanto ele entregava à mãe uma foto de seu falecido pai, dizendo: "Mãe, o pai estava assim."
Eles foram uma das dezenas de famílias que se reencontraram pessoalmente pela primeira vez desde 1953, quando a península da Coreia foi dividida em meio à guerra.
A Guerra da Coreia foi suspensa por meio de um armistício, mas um tratado de paz nunca foi assinado. Isso significa que, tecnicamente, os dois países permanecem em guerra.
Nos próximos dias, 89 sul-coreanos e 83 norte-coreanos se reúnem no resort Mount Kumgang, na Coreia do Norte, em reencontros supervisionados de apenas algumas horas.
As Coreias do Norte e do Sul já realizaram cerca de 20 desses reencontros desde 2000, mas esse é a primeiro desde 2015 — resultado do histórico encontro entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, no início deste ano.
Para o reencontro, os países haviam escolhido 100 pessoas cada um por meio de um sorteio, entre milhares que se inscreveram na Coreia do Sul. Porém, algumas pessoas desistiram ao descobrir que os familiares que esperavam encontrar já estavam mortos ou doentes para fazer a viagem até o norte.
오늘 금강산에서 오랜만에 이산가족이 만납니다. 70년 넘게 생사조차 모르던 170여 가족이 다시 만날 수 있게 되었습니다. 이제 더 담대하게 이산가족 문제 해결을 위해 노력해야 합니다. 정기적인 상봉행사, 생사확인, 화상상봉, 서신교환, 고향방문과 이산가족 면회소를 상시 운영해야 합니다.
No Twitter, o presidente Moon disse que seu governo trabalharia de forma mais incisiva para resolver a questão das famílias separadas, promovendo reencontros regulares.
A maioria das pessoas que participam dos reencontros do lado sul-coreano está na casa dos setenta e oitenta anos. A mais velha que já participou de um foi uma mulher de 101 anos de idade. Assim, para muitos, esses reencontros marcam a última vez que verão seus parentes novamente.
Falando de suas expectativas para o reencontro, Lee, em um vídeo divulgado anteriormente pela Casa Azul da Coreia do Sul, disse sobre o filho: "Ele não vai me reconhecer porque tinha apenas 4 anos. Quando o reencontrar, quero perguntar: 'Onde você esteve, como você estava, com quem você acabou vivendo?'".
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A tradução deste post (original em inglês) foi editada por Luísa Pessoa.