O líder de uma seita cristã pediu desculpas pelo papel desempenhado pelos seus seguidores na propagação do coronavírus na Coreia do Sul.
Lee Man-hee, o líder normalmente recluso da igreja de Shincheonji, ajoelhou-se e curvou-se duas vezes em uma entrevista à imprensa organizada às pressas.
“Fizemos o nosso melhor, mas não fomos capazes de contê-lo completamente”, afirmou o homem de 88 anos, usando uma máscara branca, aos jornalistas.
“Cooperamos imediatamente, mas realmente não há nada que eu possa dizer”, afirmou Lee. Autoridades de saúde pública disseram que a igreja dificultou as iniciativas de contenção da propagação do vírus.
Lee, que afirma ser a reencarnação de Jesus Cristo, havia chamado anteriormente o coronavírus de um "ato do demônio" para impedir o crescimento de sua igreja.
A Coreia do Sul é o país com mais casos de coronavírus fora da China. Na segunda-feira, as autoridades confirmaram 599 novos casos, chegando a um total de 4.335, além de 26 mortes.
Casos e mortes decorrentes do COVID-19, a doença causada pelo coronavírus, no mundo todo.
Mais da metade desses casos estão relacionados a um núcleo da igreja de Shincheonji em Daegu, uma cidade no sudeste da Coreia do Sul.
A igreja de Shincheonji é vista como um culto dentro da Coreia do Sul e pelas entidades cristãs tradicionais.
A igreja vem sendo acusada de dificultar o acompanhamento da propagação da epidemia pelas autoridades de saúde sul-coreanas por recusar-se a revelar os nomes de seus membros.
A entrevista de Lee foi realizada após o governo local de Seul ter apresentado uma queixa-crime ao Ministério Público do país solicitando que Lee e outros líderes da igreja sejam investigados por acusações que incluem até mesmo homicídio.
Park Won-soon, prefeito de Seul, disse que medidas preventivas poderias ter salvado vidas.
“A situação é muito série e urgente, mas onde estão os líderes da Shincheonji, incluindo Lee Man-hee, o principal responsável por essa crise?”, escreveu Park no domingo no Facebook.
Este post foi traduzido do inglês.