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Uma grife italiana está sendo acusada de copiar roupas de uma comunidade rural no Laos

"O desequilíbrio de poder aqui não poderia ser mais gritante — uma grife de moda internacional tirando proveito dos artesãos de minorias étnicas no sudeste rural da Ásia."

Um grupo no Laos, no sudeste da Ásia, acusa a grife de luxo italiana MaxMara de copiar os designs de suas roupas de um grupo étnico local, sem pagar nada e sem dar nenhum crédito.

Os Oma são uma pequena comunidade agrícola que vive no norte do Laos, no noroeste do Vietnã e no sul da China. Estima-se que haja menos de 2.000 pessoas Oma no Laos. Eles são conhecidos por suas belas roupas tradicionais tingidas com índigo e com bordados vermelhos.

É esse design único que o Centro de Artes e Etnologia Tradicional, o TAEC, diz que a MaxMara está usando em suas roupas de grife. O TAEC fica em Luang Prabang, no Laos. Além de administrar um museu e promover programas de divulgação, a organização ajuda os artesãos locais a venderem seus produtos, incluindo o trabalho de mulheres Oma.

"Nos últimos anos, as mulheres Oma começaram a ganhar algum dinheiro com a venda de artesanatos, disse Kristy Best, diretora de vendas e marketing do TAEC.

"Em comunidades remotas e com poucas oportunidades econômicas, esses ganhos são vitais e usados para melhorar a alimentação, a saúde e a educação de suas famílias", disse ela ao BuzzFeed News.

É por isso que elas ficaram alarmadas ao ver esse trabalho supostamente copiado pela MaxMara. As imagens abaixo, divulgadas pelo TAEC, mostram as roupas da MaxMara ao lado do artesanato tradicional Oma.

Mais um exemplo:

E as roupas de MaxMara não são nada baratas. Um vestido que o TAEC diz ser uma cópia aparece no site da MaxMara no Canadá por 935 dólares canadenses (cerca de US$ 700 ou R$ 2.600).

"Vamos ser claros, esses designs não são 'inspirados' ou 'uma interpretação' de temas Oma; eles são copiados. A cor, composição e motivos são réplicas exatas, então, além de ser um design preguiçoso e não original, também é plágio direto", diz um post do TAEC no Facebook.

"O desequilíbrio de poder aqui não poderia ser mais gritante — uma grife de moda internacional tirando proveito dos projetos tradicionais de artesãos de minorias étnicas no sudeste rural da Ásia. Reconhecer e compensar financeiramente os artesãos por seu trabalho e criatividade, não importa quem eles sejam e de onde vêm, é importante", continua o post.

A MaxMara não respondeu ao pedido do BuzzFeed News para comentar o assunto.

Este post foi traduzido do inglês.

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