John Pfahl era um fotógrafo de artes que morava em Buffalo (EUA) e era conhecido por suas fotos de paisagem inovadoras que muitas vezes usavam manipulação ótica para criar imagens únicas e divertidas, imagens que refletem a relação entre o homem e a natureza. Depois que Pfahl morreu de COVID-19 em abril deste ano, conversamos com Janet Borden, sua amiga de longa data e galerista, sobre seu trabalho.
Você pode nos falar a respeito da série Altered Landscapes?
Ele era fascinado pela forma como a câmera interpreta o que está em frente a ela. E é uma visão fotográfica nesses casos. Todas essas montagens são ilusões totais que só funcionam do ponto de vista da câmera. Como o papel-alumínio na árvore, chamada "Australian Pines", que tem provavelmente 1,80 m de papel-alumínio envolvendo cada árvore. São todas montagens muito elaboradas que só funcionam fotograficamente. Quando você está lá, a aparência não é essa. É muito inteligente. Ele gosta de fazer parecer bobo, mas ficou muito legal. Nós sempre dizíamos que ele era "inteligente, bonito e calmo", mas essa é uma ótima combinação.
Elas são todas feitas com uma câmera 4x5. Ele simplesmente conseguia descobrir como fazer, e tinha assistentes que às vezes ajudavam para que ele não precisasse ficar correndo de um lado para o outro o tempo todo para conferir na câmera.
Ele não se interessava só em tirar fotos bonitas. Por exemplo, ele tem uma realmente muito divertida, "Moonrise Over Pie Pan", que tira sarro de uma foto de Ansel Adams. Mas a foto dele é igualmente bonita, sabe. É um bom pastiche, mas ainda assim é corajosa e bonita. Eu diria que ele costumava usar meio que um tipo de sobreposição conceitual para cada um de seus projetos.
Ele pensava muito sobre como os humanos interagem com as paisagens?
Sempre, sempre, sempre, sempre. As de natureza são sempre meio que sobre isso, e os locais de energia ficaram bem chocantes, porque não tinham aquela aparência. Ele fez outra série chamada fumaça, com paisagens de nuvens muito lindas, mas era aquele tipo de fumaça tóxica expelida pela Bethlehem Steel e lançada pelas indústrias.
Eu diria que ele sempre foi um conservador, sabe. Acho que o que ele amava era aquele cabo de guerra entre os humanos e a natureza.
Você pode falar um pouco sobre os outros projetos dele?
Há uma coleção maravilhosa chamada Power Places. Ele foi a locais onde havia reatores nucleares. Ele criava uma paisagem linda com aquilo, e a ideia era incorporar esse conceito assustador na beleza da paisagem.
Seria ridículo uma pessoa no ano 2000 tirar só uma foto de paisagem, sabe?
Ridículo não é a palavra certa. Acho que seria só meio que banal.
É isso que separa a arte de uma foto rápida. Eu poderia continuar falando sobre essa diferença para sempre. A intenção é muito importante na arte, e as pessoas se esquecem disso.
O mundo é mais interessante do que qualquer opinião minha sobre isso. O que a fotografia faz é mostrar as coisas de uma forma que falar sobre elas não alcança. É preciso muito esforço para fazer as coisas parecerem melhores, principalmente paisagens alteradas, porque elas simplesmente parecem simples.
Este post foi traduzido do inglês.