As crianças dos anos 90 ficaram aterrorizadas pelo filme "A Bruxa de Blair", mas saiba qual é a história por trás do filme

Um filme lançado há 20 anos deu ao público um susto tão grande que alguns deixaram o cinema se perguntando se o que viram foi mesmo real.

"A Bruxa de Blair estreou em 1999 cativando o público com uma técnica de cinema singular conhecida como "filme perdido”. O filme de orçamento restrito mostrava três amigos — Heather, Mike e Josh — com câmeras portáteis indo para dentro de uma floresta em busca de uma experiência paranormal.

A campanha de marketing do filme foi desenhada para convencer o público de que a filmagem era real, através de um site com informações em torno da lenda fictícia da “Bruxa de Blair” e cartazes de desaparecidos com os atores, distribuídos nas sessões.

"Então as pessoas acreditavam que o filme era real", o ator de "A Bruxa de Blair", Michael C. Williams, disse ao BuzzFeed News. "Mesmo as pessoas que conheciam minha família naquela época."

Williams explicou como seus parentes começaram a receber mensagens de condolência de amigos que viram o filme e acreditaram que ele tinha encontrado um destino sombrio nas florestas de Maryland.

"Acho que deixamos um monte de gente brava", lembrou Williams da reação depois que a verdade foi revelada. "Imagine irritar as pessoas quando descobrirem que você está vivo! Elas ficaram bravas com isso. É estranho."

Mesmo depois dos criadores e atores do filme admitirem que não era real, os boatos da morte dos atores persistiam.

"Então, foi muito fácil descobrir, mas a verdade é que as pessoas querem acreditar que há forças no mundo que estão agindo em nossas vidas sobre as quais não temos controle algum", comentou Michael Monello, um dos produtores do filme, ao BuzzFeed News.

O filme não foi apenas uma experiência única para o público. Os criadores e atores do filme compartilharam algumas de suas lembranças dos bastidores da produção.

Os diretores de "Bruxa de Blair", Daniel Myrick e Eduardo Sánchez fizeram questão de minimizar suas interações com os atores durante as filmagens e tornaram a experiência tão autêntica quanto possível, forçando-os a acamparem na floresta.

"De alguma forma eles confiaram em nós o suficiente para nos deixar mexer com eles e construir este mundo todo em volta deles", explicou ele.

Todo o diálogo no filme foi improvisado, com os atores apenas baseando suas performances em notas entregues a eles em latas de filme — às vezes, colocando-os uns contra os outros com instruções conflitantes.

A produção era tão solta que os diretores não tinham certeza da cena final do filme até dias antes do início das filmagens.

"Não tínhamos ideia de como iríamos terminar o filme, a única coisa que sabíamos era o que não queríamos", disse Myrick ao BuzzFeed News. "Sabíamos que não queríamos que um extraterrestre saísse da toca ou alguma fantasia ruim de bruxa ou algo assim."

Por fim, Myrick e Sánchez chegaram ao final inquietante na casa da "Bruxa de Blair", com os personagens sendo atacados por uma força que não aparecia nas câmeras. Mas os atores permaneceram sem saber até que puseram os pés no prédio abandonado e assustador.

Michael Williams explicou como se sentiu péssimo sabendo que sua instrução era correr para longe de sua parceira Heather, dentro da casa assombrada, deixando-a aterrorizada e gritando.

Assim que Williams chegou ao porão da casa, ele se lembra de ter sido jogado no chão por um dos produtores do filme.

"E me lembro de sentir essa sensação de alívio, e ele sussurrou no meu ouvido: 'Levante-se! Fique em pé no canto! Fique em pé no canto!'", explicou ele sobre uma das cenas mais icônicas e longas do filme.

A dura experiência dos atores no set valeu a pena no final, capturando a emoção crua que aterrorizava o público. O filme fez quase 250 milhões de dólares enquanto esteve em cartaz, apesar de ter sido filmado com um orçamento miserável de 60 mil dólares, e sua influência sobre filmes de terror populares ainda pode ser vista 20 anos depois.

Williams ainda trabalha como ator, mas é focado principalmente em seu trabalho como orientador do ensino médio. Joshua Leonard continuou a atuar de forma constante, aparecendo em séries como "True Detective" e "Motel Bates". Heather Donahue não atua mais, e iniciou uma nova carreira no cultivo de maconha medicinal em 2008. Ela publicou suas memórias, "Growgirl", em 2012.

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Este post foi traduzido do inglês.