A inteligência dos EUA confirmou vários detalhes do explosivo dossiê sobre os supostos laços do presidente Donald Trump com a Rússia, de acordo com dois funcionários da inteligência americana ouvidos pelo BuzzFeed News.
A CNN relatou, no final da tarde de sexta-feira (10), que partes do dossiê de 35 páginas -- classificado por Trump como falso -- motivaram uma investigação mais aprofundada da inteligência e de órgãos americanos. No entanto, segundo a rede de TV, não havia informações se algum dos detalhes confirmados diziam respeito a Trump. A CNN também indicou que as confirmações foram possíveis por meio da interceptação de chamadas feitas entre estrangeiros e que foram captadas durante uma coleta de informações de rotina.
Uma fonte da inteligência disse ao BuzzFeed News que a reportagem da CNN estava correta e que os detalhes confirmados "não são sobre as alegações lascivas" de um suposto encontro sexual do agora presidente americano em um hotel de Moscou, "mas mais sobre a relação de Trump com a Rússia". Esta fonte se recusou a fornecer mais detalhes sobre a natureza dessa relação, chamando-a de "muito próxima."
Além disso, a fonte afirmou que alguns dos outros detalhes confirmados são coisas com as quais "ninguém vai se importar", como fofocas entre os russos que não gostam da ex-candidata democrata à Presidência Hillary Clinton.
Um segundo funcionário da inteligência dos EUA, que trabalha em um órgão federal de aplicação da lei, disse ao BuzzFeed News: "Nas últimas duas semanas determinamos que algumas partes [do dossiê] são plausíveis". A fonte disse que isso foi possível após "diversos analistas" estudarem comunicações interceptadas entre autoridades russas. Ele não revelou as partes do documento que foram confirmadas, mas, como a outra fonte da inteligência, disse que era pouca coisa e que não dizia respeito às partes mais sensacionalistas do dossiê.
O BuzzFeed News publicou pela primeira vez o dossiê completo, compilado pelo ex-agente da inteligência britânica Christopher Steele, em janeiro, após uma reportagem da CNN de que um resumo do documento havia sido apresentado para o então presidente Barack Obama e para o presidente eleito Trump. Embora o dossiê contivesse erros claros, o arquivo havia se espalhado entre os altos escalões de Washington, circulando entre jornalistas, legisladores e agentes da lei por semanas antes de sua divulgação completa.
"Esta é mais uma notícia falsa", disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, à CNN sobre suas últimas reportagens. "É hora de a CNN se concentrar no sucesso que o presidente teve ao recuperar empregos, proteger a nação e fortalecer as relações com o Japão e outras nações. O presidente venceu as eleições por causa de sua visão e de sua mensagem para a nação."
A Casa Branca não respondeu de imediato ao pedido de comentários feito pelo BuzzFeed News.
Este post foi traduzido do inglês.