Ao longo dos últimos dias, você talvez tenha visto celebridades — como a indicada ao Grammy Cardi B, a atriz Cynthia Erivo e a modelo Bella Hadid — falando no Twitter, no Snapchat e no Instagram sobre a Líbia.
Elas estão falando sobre denúncias recentes de que africanos subsaarianos estão sendo vendidos no país como escravos, alguns por apenas US$ 400.
Entender a situação na Líbia é imprescindível para entender a crise de migrantes e refugiados dos últimos anos.
Os países europeus do Mediterrâneo — especialmente a Itália — estão tentando impedir as pessoas de alcançarem suas costas, policiando águas líbias e instigando ONGs a não ajudar barcos à deriva.
Isso levou a uma situação em que estimados 700 mil migrantes estão presos na Líbia, impossibilitados ou não desejosos de voltar aos seus países de origem. Muitos estão sendo mantidos em centros de detenção onde tratamentos desumanos são a norma.
Mas fica ainda pior. Em abril, a Organização Internacional para as Migrações emitiu uma nota dizendo que descobriu evidências de condições semelhantes à escravidão de migrantes que viajavam para o norte.
Um relatório chocante da CNN International publicado recentemente mostrou o primeiro vídeo daquilo que é descrito como um leilão de escravos — jovens da África subsaariana sendo vendidos como mão de obra.
Embora não sejam os mercados de escravos do passado, certamente existe um elemento racial em jogo nos leilões que a CNN International documentou, nos quais líbios árabes de pele mais clara olham com desprezo os africanos subsaarianos de pele mais escura que estão à venda.
O relatório da CNN International despertou protestos contra a escravidão na Líbia em todo o mundo e promessas do Governo do Acordo Nacional, reconhecido pela ONU, de que uma investigação seria feita.
Mais combustível foi jogado no fogo quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no Twitter que a CNN International continua sendo uma fonte de notícias falsas — o que a mídia líbia aproveitou para lançar dúvidas sobre a denúncia do comércio escravo.
Então enquanto mais e mais atenção é dada à Líbia, com hashtags e trending topics dedicados ao país, não existe solução rápida e fácil para o que está acontecendo.
Este post foi traduzido do inglês.