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Estas fotos mostram o que crianças refugiadas querem ser quando crescerem

"Não vou me tornar qualquer tipo de advogada — eu serei advogada de direitos humanos, e trabalharei de graça para defender qualquer pessoa que esteja enfrentando problemas durante guerras e conflitos."

Lorand Hadaya, 13 anos, de Ras al-Amud, Síria, quer ser dançarina de break.

Vincent Tremeau é um fotógrafo que mora em Dakar, Senegal, cujo trabalho é focado em aumentar a conscientização sobre questões humanitárias pelo mundo. Sua atual série de retratos, "Um Dia, Eu Serei", pergunta a crianças que moram em campos de refugiados uma questão simples: o que você quer ser quando crescer?

Em seguida, Tremeau pede que cada criança crie um traje concebido de acordo com a profissão escolhida. O resultado é uma poderosa série de imagens que captura os sonhos e ambições da juventude. No festival Photoville deste ano, na cidade de Nova York, uma exposição especial do trabalho de Tremeau, apresentada pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, destaca as garotas e jovens mulheres que ele fotografou em viagens e os planos delas para o futuro.

Aqui, Tremeau compartilha com o BuzzFeed News uma coleção de retratos de sua série "Um Dia, Eu Serei" e fala sobre como foi a experiência de conhecer e fotografar estas jovens incríveis:

A ideia de "Um Dia, Eu Serei" começou como um experimento — era uma forma de brincar com as crianças que eu conhecia enquanto cobria uma história sobre pessoas refugiadas internamente na República Centro-Africana. Isso foi em 2014, quando uma comunidade de muçulmanos estava abrigada em uma igreja havia mais de um ano. Eles não podiam ir embora por medo de serem mortos. As crianças estavam impossibilitadas de ir à escola porque já não havia nenhuma.

Halaz Khaled Ibrahim, 14 anos, de Damasco, Síria, quer ser advogada.

Eu me lembro de uma garota que começou a chorar enquanto me contava sua trajetória. Comecei, então, a pensar em como poderia contar as histórias dessas crianças de um modo a focar as possibilidades para seus futuros, e não os traumas do passado e a sobrevivência diária.

Inventei uma tarefa para essas crianças: encontre ou crie um traje que represente aquilo que você quer ser quando crescer, e eu fotografarei você com essa roupa. Na época, eu não fazia ideia se funcionaria, mas pelo menos seria divertido.

A originalidade do que as crianças inventaram me impressionou, principalmente porque elas conseguiram expressar tanto com praticamente nada. Fiquei curioso com os resultados que eu obteria em outros lugares. Comecei, então, a replicar a ideia enquanto trabalhava em outros países afetados por uma crise. Na República Democrática do Congo, no Níger, no Iraque e assim por diante. Até o momento, 20 nacionalidades estão representadas no projeto "Um Dia, Eu Serei".

As escolhas das crianças refletem suas experiências cotidianas: quem elas viam à sua volta, o que seus pais faziam, quem havia influenciado diretamente suas vidas. Muitas são pragmáticas; outras, mais ambiciosas.

Zuha Yunis, 10 anos, de Mossul, Iraque, quer ser artista.

Como uma comunidade global, precisamos tornar prioridade a educação de jovens garotas.

Precisamos assegurar que elas tenham acesso à escola, independentemente das circunstâncias que as rodeiam. Não importa se há uma crise humanitária ou uma guerra em curso. Não importam seus recursos ou deficiências. Devemos garantir que todas elas possam ir à escola de modo que consigam oportunidades iguais e tenham participação na construção mais igualitária do mundo de amanhã.

Também precisamos assegurar que nossas crianças respeitem umas às outras, independentemente de religião, cor da pele, recursos ou deficiências. Temos que nos lembrar mais daquilo que nos une do que aquilo que nos divide. Se começarmos com essa filosofia desde cedo, na escola, seremos capazes de encarar e superar todos os desafios que nosso mundo enfrenta hoje e no futuro.

Dina Khalid, 11 anos, de Mossul, Iraque, quer ser engenheira.

Habiba, 13 anos, de Damasak, Nigéria, quer ser jornalista.

Ahlam Fardous, 12 anos, de Mossul, Iraque, quer ser dentista.

Otpika Pandey, 18 anos, de Bithuwa, Nepal, quer ser contadora.

Sarita Tharu, 16 anos, de Bankaffa, Nepal, quer ser engenheira civil.

Khadija Kaku, 15 anos, da Nigéria, quer ser cientista da computação.


Este post foi traduzido do inglês.

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