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Estas imagens emocionantes mostram como é ter um bebê durante a pandemia do coronavírus

"Foi a experiência mais difícil da minha vida, mas, ao mesmo tempo, me mostrou a força que tenho como mãe."

Os hospitais do mundo todo estão sobrecarregados com casos de COVID-19 e, como ainda se sabe muito pouco sobre os efeitos do coronavírus nos fetos, mulheres estão enfrentando novas e inimagináveis ansiedades em relação às gestações. Esses desafios se tornaram uma realidade para mim e para minha esposa durante o nascimento do nosso primeiro filho, Diego Julian Sanchez, no dia 19 de abril, em Nova York, o epicentro da pandemia de coronavírus nos EUA.

Desde o início da gravidez, nós sabíamos que não seríamos capazes de controlar as circunstâncias que envolviam a chegada do nosso bebê ao mundo. Tínhamos plena noção de que cada gestação tem seus próprios desafios e alegrias. Por isso, decidimos desde o início que estaríamos prontos para lidar com qualquer situação que viesse a ocorrer. Mas, conforme os casos de COVID-19 foram aumentando exponencialmente na região em que moramos, fomos percebendo que qualquer expectativa que tínhamos estava se dissolvendo rapidamente diante da realidade de ter um bebê durante uma pandemia.

Kelly estava grávida de oito meses quando a cidade de Nova York iniciou a quarentena para ajudar a conter o avanço da contaminação pelo coronavírus. Nos dias que se sucederam, passamos cada momento de cada dia com medo de contrair o vírus e pensando nas implicações disso sobre a gravidez. "Eu não esperava ter que lidar com o estresse mental causado pelo desconhecido", disse Kelly. "A incerteza econômica, a ideia de entrar em trabalho de parto em um hospital com pacientes contaminados pelo coronavírus e os riscos que uma simples consulta de rotina na cidade poderia trazer realmente me afetaram. Eu chorava quase todos os dias enquanto tinha que aprender a lidar com esse novo normal."

Quatro semanas antes da data prevista para o parto, Kelly começou a apresentar sintomas da síndrome de HELLP , uma forma rara de pré-eclâmpsia que pode ser fatal para a mãe se o bebê não nascer imediatamente. Após levar Kelly imediatamente para a maternidade do Mount Sinai, uma equipe médica com EPIs (equipamentos de proteção individual) da cabeça aos pés conseguiu estabilizá-la e começou a prepará-la para uma cesariana de emergência. Na chegada ao hospital, Kelly fez o teste para detectar a COVID-19 antes da cirurgia e o resultado deu negativo. Meu teste, no entanto, teve que passar por novas análises devido a um erro e, por conta disso, tive que deixar o hospital imediatamente após o parto. Só pude ver minha esposa novamente e segurar meu filho pela primeira vez após quatro dias.

Enquanto Kelly se recuperava no hospital, os efeitos emocionais e físicos do parto de emergência pioraram com a falta de alguém para apoiá-la. "Para mim, essa foi a parte mais difícil de toda a situação", ela disse. "Não ter meu marido comigo foi emocionalmente desgastante. Acho que os enfermeiros e médicos fizeram tudo que podiam, mas dava para perceber a tensão enquanto tentavam manter os bebês próximos das mães pelo máximo de tempo possível, enquanto mantinham as pessoas separadas. Como tive complicações, foi muito difícil cuidar do meu próprio bebê sem a ajuda do meu marido."

Familiares e outros entes queridos que queriam acompanhar o nascimento tiveram que se contentar com um contato via FaceTime. Embora a equipe médica tenha sido gentil e oferecido um imenso apoio, as camadas de EPI e máscaras ocultavam seus sorrisos, o que deixava uma grande ansiedade no ar. No corredor, a música "Here Comes The Sun" dos Beatles, tocava sempre que um paciente curado da COVID-19 recebia alta. "Esse era um lembrete constante de que o hospital também tinha que lidar com a COVID e que eu estava exposta ao vírus enquanto estava lá."

Hoje, sou muito grato por ter Kelly e Diego em casa, totalmente saudáveis. Por isso, temos que agradecer muito à equipe médica da maternidade do Mount Sinai, por todo seu trabalho cuidadoso. "Por mais tensa e anormal que fosse a situação, a equipe médica me deu muito suporte emocional e fez questão de me lembrar a todo momento que tudo ia ficar bem", disse Kelly. "Essa foi a experiência mais desafiadora da minha vida, mas, ao mesmo tempo, me mostrou a força que tenho como mãe. Aprendi que é necessário viver um dia de cada vez, sem se sobrecarregar com o medo do desconhecido e do pior que pode acontecer."

Essas fotos oferecem um vislumbre de como é dar à luz durante esse momento extraordinário da história.

Este post foi traduzido do inglês.

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