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Estas fotos provam que a beleza da natureza vai além do que nossos olhos podem ver

Robert Dash fotografa detalhes microscópicos demais para serem vistos a olho nu — e é assim que revela a beleza estonteante de uma natureza desconhecida.

Algas vermelhas e diatomáceas

Para alguns, a mudança climática pode ser um conceito abstrato — para o artista e fotógrafo Robert Dash, é uma imagem bastante concreta. Como professor nos últimos 25 anos nas áreas de biologia, estudos ambientais e fotografia, é na interseção entre arte e natureza que Dash descobre a beleza estonteante que muitas vezes passa despercebida pelo olho humano.

O trabalho de Dash emprega o uso de um microscópio eletrônico de varredura, que é capaz de fotografar detalhes microscópicos demais para serem vistos a olho nu. Com essa ferramenta, Dash captura padrões hipnóticos nas profundezas da natureza que nos rodeia, enquanto às vezes captura os efeitos reais da mudança climática em uma escala microscópica. Por meio de colagens digitais, Dash traça paralelos entre essas partes da natureza que são visíveis e invisíveis.

Aqui, Robert Dash compartilha com o BuzzFeed News uma seleção de seus trabalhos hipnóticos, bem como os conceitos por trás das imagens.

Estômato de álamo

"Meu processo de trabalho começa com um fascínio por padrões e texturas naturais. Eu trabalho com imagens que me chocam completamente à primeira vista."

"Eu quero que os espectadores sintam a mesma emoção que eu senti quando vi uma certa folha, pena ou grão de pólen. Eu então uso minha câmera DSLR para fotografar a versão em tamanho real da fonte da micrografia — uma craca, flor ou folha, por exemplo. Cada imagem sugere sua própria composição, apesar de eu ficar mexendo nisso por um tempo, às vezes meses, até a imagem 'funcionar'."

"Estou à procura de relações de composição e metafóricas entre o objeto em tamanho real e suas partes microscópicas. Eu continuo pesquisando o papel dessa espécie na biosfera e como ela é afetada pelo estresse ambiental."

Sementes de bromo

Erodium cicutarium

"Para o meu material de base, eu originalmente vasculhei ao redor do terreno onde eu moro, encontrando sementes, penas, pólen, folhas, líquens, libélulas, pétalas de flores e teias de aranha. Conforme o trabalho se expandia, eu coletava amostras de fora da minha casa. Eu levei centenas de amostras para o MEV (microscópio eletrônico de varredura), sendo a maioria do tamanho de uma unha."

"Quase todas as amostras que eu estudei têm uma história para contar sobre degradação ambiental ou mudança climática. Para onde olho, vejo que o planeta em que eu cresci está em profunda angústia. Doenças estão se espalhando para novas comunidades de insetos e há crescente documentação em todo o mundo de que populações de insetos estão diminuindo, com consequências potencialmente enormes para a polinização das culturas e para a saúde dos ecossistemas. Todas essas notícias estão me assustando, e essas imagens expressam esse assombro, associadas à beleza."

Estômato da Thuja plicata

Erodium cicutarium

"Uma das primeiras coisas incríveis que vi foram os estômatos das folhas de Quercus garryana. Estômatos são as células que permitem que uma planta absorva CO2 e expila O2 e a água. Toda a umidade da atmosfera circula pelos estômatos das plantas duas vezes ao ano — os estômatos ajudam na orientação do clima; um poeta diria que eles são uma espécie de pulmão planetário coletivo —, e uma centena deles, de ponta a ponta, seria do tamanho de uma cabeça de alfinete."

"Nos trópicos, as altas temperaturas causadas pelas mudanças climáticas e pelo desmatamento fazem com que certos estômatos se fechem, matando as árvores. Fiquei fascinado ao descobrir que esses minúsculos poros desempenham um papel tão magnífico na biosfera, que são importantes para a mudança climática e que são incrivelmente diversificados e misteriosos em seu formato."

Quercus garryana e estômato da folha

Fibras de ninho de vespa

"O foco das minhas imagens é o contraste em escalas de tamanho real a camadas minúsculas de ideias e beleza. Essas imagens encapsulam uma sensação de profundidade e dimensão. Penso nessas imagens como uma exploração visual que ecoa surrealismo, como nos trabalhos de M.C. Escher, Ernst Haeckel, Karl Blossfeldt e Jerry Uelsmann."

"Tenho sido um grande fã da natureza minúscula durante toda a minha vida. Para colocar isso em perspectiva: aos 5 anos de idade, eu estava na floresta do meu quintal olhando sob troncos à procura de salamandras quando minha mãe gritou pela janela que John F. Kennedy tinha sido baleado. Durante todos esses anos, a natureza tem sido meu profundo consolo, inspiração e professora. Se eu puder retribuir uma fração da inspiração que recebi, ficarei feliz."

Tronco de medronheiro e superfície da folha

"O que eu espero que as pessoas tirem dessas imagens é o entendimento de que a prática da observação minuciosa e paciente da natureza é tremendamente recompensadora e instrutiva. Perguntas, histórias, imaginação e ensinamentos surgem nesse ritmo lento, que é o oposto da cultura das frases de efeito. Essa conexão com a natureza é livre e inestimável; essa maneira de enxergar tem valor profundo."

Casca de soja

Para ver mais do trabalho de Robert Dash, visite seu site em robertdashphotography.com.


Este post foi traduzido do inglês.

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