Após a Primeira Guerra Mundial, o Distrito de Greenwood em Tulsa, Oklahoma (EUA), era uma meca para o empreendedorismo negro e lar de uma vibrante comunidade de famílias negras de classe alta e média que abraçava o otimismo do sonho americano.
Com a cidade de Tulsa completamente segregada, o polo central do Distrito de Greenwood se tornou conhecido como "Black Wall Street" por sua força e influência econômica. Empresas, bancos e escolas de propriedade de negros garantiam que a economia local não estava apenas prosperando, mas que também era reflexo da comunidade a qual serviam. Parecida com a Harlem Renaissance que se desenvolvia paralelamente na Costa Leste, a Black Wall Street de Tulsa trouxe a promessa de um amanhã mais promissor e oferecia um mapa do que o sucesso poderia parecer para comunidades negras no século 20.
Nas primeiras horas de 1º de junho de 1921, manifestantes brancos incendiaram o Distrito de Greenwood, saqueando empresas e matando cerca de 300 moradores negros, deixando outros milhares sem abrigo. Dias antes, um engraxate negro de 19 anos, Dick Rowland, foi acusado por um balconista branco de atacar sexualmente uma ascensorista branca de 17 anos chamada Sarah Page. Em questão de horas, a promessa e a glória da Black Wall Street foi reduzida à cinzas. Foi determinado mais tarde pela polícia que Rowland tinha tropeçado acidentalmente no elevador e apenas tinha agarrado o braço da atendente para evitar a queda.
Mas o estrago já tinha sido feito. Notícias da suposta agressão se espalharam por todas as comunidades brancas em Tulsa, incitando violência com motivação racial por toda a cidade. De acordo com um relatório de 2001 das autoridades de Tulsa, intitulado Relatório da Comissão de Protesto Racial: "Na erupção da violência, autoridades civis selecionaram muitos homens, todos eles brancos e alguns deles participantes naquela violência e fizeram desses homens seus agentes e representantes." Sob a vigilância daqueles recém-ordenados policiais, turbas de brancos passaram a incendiar o Distrito de Greenwood, roubando objetos de valor e matando todos aqueles que resistissem. O relatório continua: "Nenhum desses atos criminosos foi, na época ou mais tarde, sequer julgado ou punido pelo governo em qualquer nível: municipal, do condado, estadual ou federal".
Por quase um século, esses eventos seriam frequentemente descritos como os Protestos Raciais de Tulsa, embora esse nome não represente precisamente o massacre em massa e a destruição de propriedade infligida sobre uma comunidade inteira de cidadãos negros. Em anos recentes, muitos estão olhando para o massacre de Tulsa com perspectiva renovada sobre o legado do ódio motivado por racismo nos EUA. O massacre foi mais uma vez colocado no centro da discussão nacional sobre raça quando o presidente Donald Trump agendou um comício de campanha em Tulsa, em 19 de junho, no feriado de "Juneteenth", que comemora o fim da escravidão nos EUA. Desde então, o presidente reagendou seu comício para o dia seguinte.
Estas fotos captam o resultado horrível de um dos piores ataques motivados por racismo contra pessoas negras na história dos EUA.
Este post foi traduzido do inglês.