Esta poderosa série de fotos captura o horror do assédio sexual

    O projeto da fotógrafa Eliza Hatch, "Cheer Up Luv", pede às mulheres que retornem aos locais públicos em que já sofreram assédio sexual, permitindo que elas dêem um novo significado, de fortalecimento, àquele ambiente. Cada imagem é uma história única, e, juntas, as fotos revelam uma horrível epidemia.

    O projeto da fotógrafa Eliza Hatch, "Cheer Up Luv", pede às mulheres que retornem aos locais públicos em que já sofreram assédio sexual, permitindo que elas dêem um novo significado, de fortalecimento, àquele ambiente. Cada imagem é uma história única, e, juntas, as fotos revelam uma horrível epidemia.

    Eliza Hatch conversou com o BuzzFeed News sobre o projeto:

    Cheer Up Luv é um projeto em andamento que documenta relatos de mulheres sobre assédio sexual. É uma plataforma para que elas sejam ouvidas e para que se apropriem de experiências que antes estavam fora de seu controle. As experiências variam e vão desde assédios verbais até abusos físicos, todos em ambientes públicos. Ao fotografar essas mulheres e publicar suas histórias, quis ajudá-las a reconquistar esses espaços e trazer à tona um problema sobre o qual raramente se fala.

    Eu não conhecia, antes deste projeto, a grande maioria das mulheres que fotografei. Cada uma era completamente diferente da outra, algumas tinham medo de ser fotografadas e outras ficavam confortáveis como modelos. O meu trabalho foi fazer com que todas se sentissem confortáveis em contar sua história.

    Uma observação: em quase TODOS os ensaios, a mulher e eu fomos assediadas sexualmente por um ou dois homens enquanto tirávamos as fotos.

    Os temas por trás de Cheer Up Luv têm sido um fator constante na minha vida, mas foi somente quando um homem estranho passou por mim no início deste ano e disse: "Que beleza!" que isso realmente me incomodou. Essa única frase, que eu já tinha ouvido inúmeras vezes, finalmente me irritou ao ponto de que precisei fazer algo. Isso me levou a conversar com minhas amigas sobre assédio e acabamos trocando histórias por mais de uma hora, falando sobre isso como se fosse a coisa mais normal do mundo.

    Isso me chocou, o fato de estarmos falando sobre esse assunto de maneira tão descarada. Mas foi só quando meus amigos homens mostraram sua descrença e horror frente ao tema que iniciei o projeto. Percebi que não era apenas o próprio assédio que era o problema, era a conscientização que o cercava.

    Historicamente, as mulheres nunca tiveram a plataforma ou o público para falar sobre o assédio cotidiano. Por mais "leve" que seja a experiência, cada instância é apenas uma parte de todo o problema que isso causa na vida de uma mulher.

    Algumas das minhas amigas dizem que o assédio sexual se tornou "viral" na mídia, o que é um conceito estranho de se compreender, mas é verdade. As alegações e as histórias que têm surgido têm sido implacáveis, e acho que já faz muito tempo que elas vêm surgindo, e é encorajador que o silêncio em torno desse tópico seja finalmente quebrado.

    Eu acho que a iniciativa #metoo é um movimento muito poderoso. Tem sido uma forma de dar às mulheres e aos homens a chance de falarem sem ter que ser expostos como indivíduo e explicar sua história em detalhes. Isso ofereceu simplesmente a quantidade certa de anonimato e solidariedade.

    Ao iniciar o projeto, perguntei a todas as mulheres que eu conhecia se elas tinham sofrido assédio sexual. Todas as mulheres responderam, e eu recebi dois tipos diferentes de respostas. A primeira era: "Sim, qual das minhas cinco histórias você gostaria de ouvir?", e a segunda era: "Ah... Não tenho a certeza se alguma coisa tão ruim já aconteceu comigo". A partir da segunda resposta, percebi que algumas mulheres nem tinham claro o que contava como assédio.

    Depois de perguntar novamente se elas haviam passado por alguma coisa, indo desde um homem gritando de dentro de um veículo em movimento até receber um elogio indesejável de um estranho, foi que recebi uma quantidade enorme de histórias de assédio sexual.

    A resposta ao Cheer Up Luv definitivamente tem sido bastante impressionante — eu nunca esperaria que tantas mulheres viessem até mim com suas histórias. Assim como mulheres de todas as idades entrando em contato, eu também tive pais enviando e-mails para mim, preocupados com suas filhas, e até com um homem idoso pedindo desculpas pelo seu comportamento no passado!

    Isso tem sido terapêutico tanto para as mulheres envolvidas quanto para mim. Eu sinto como se pudesse fazer a diferença. Eu quero que as pessoas tirem positividade das minhas imagens e do meu projeto; isso é tudo o que eu sempre quis. Meus objetivos sempre foram transformar o que foi uma situação negativa em uma onde a mulher possa falar e sair fortalecida.

    Para saber mais sobre Eliza Hatch e seu projeto, visite os sites elizahatch.com e cheerupluv.com (em inglês).


    Este post foi traduzido do inglês.

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