O trabalho do fotógrafo norueguês Jonas Bendiksen examina as fronteiras culturais com o objetivo de capturar uma perspectiva mais ampla do mundo em que vivemos.
A partir de 2014, Bendiksen acompanhou sete Messias autoproclamados de todo o mundo. Cada um deles acreditava piamente ser Jesus Cristo. O livro "The Last Testament" (O último testamento) narra a jornada do fotógrafo. Neste post, Bendiksen compartilha fotos do projeto, bem como seus pensamentos sobre a religião, a segunda vinda de Cristo e suas expectativas pessoais ao conhecer diferentes "Messias".
Os cristãos têm esperado o retorno de Jesus à Terra para trazer os tempos finais e o Reino de Deus desde que São Paulo escreveu suas cartas no primeiro século. Na verdade, quando você lê os escritos de Paulo, fica claro que ele esperava que Jesus voltasse em sua própria época. Então, de acordo com as pessoas e as comunidades que fotografamos, essa espera de 2.000 anos finalmente terminou e Jesus está novamente entre nós. Tentei levar as reivindicações de cada Messias tão a sério quanto possível e tentei ver como o mundo parecia dessa perspectiva. Quais serão as implicações para a humanidade se este Messias em particular for de fato o Escolhido?
Passei a me dedicar a este projeto na última década, a partir de um desejo de explorar a fé e a própria religião. Eu cresci em uma casa sem religião, então a fé sempre foi um pouco misteriosa para mim. Ainda assim, ao abrir qualquer jornal em qualquer dia, podemos ver a influência e a posição da religião na sociedade. Sempre fui um escravo da ciência, da lógica, da razão e de coisas que eu posso tocar e sentir. Talvez seja por isso que a fé seja tão fascinante para mim.
No final, este projeto é sobre quem somos e o nosso lugar no universo. O mundo parece muito diferente se você realmente acredita que estamos no fim dos tempos e que o Filho de Deus retornou.
Foi uma chance de explorar algumas grandes questões: Quem tem o poder de definir o limiar que separa a fé do delírio? Para mim, era a chance de perguntar a mim mesmo se a questão fundamental realmente era saber se algo é verdadeiro ou não. Na minha vida, sempre tive a sensação de que esta era a questão-chave em quase qualquer situação: É verdade?
Ele é realmente o Messias? Muitos dos discípulos que conheci certamente estavam vivendo vidas muito significativas, centradas em torno de seu Deus. Então eu tive que me perguntar muitas vezes se realmente era tão importante saber se aquele Messias realmente era divino ou não. Eu acho que me tornei muito mais humilde diante dessa questão de verdade/fato do que antes.
Espero que as pessoas, se forem céticas sobre esses Messias ou seus seguidores, possam se perguntar: O que exatamente faz com que essa teologia ou essas crenças sejam menos plausíveis do que outras fés mais convencionais?
As pessoas de fé geralmente acreditam em muitas coisas que desafiam a lógica – a ressurreição, a capacidade de falar com Deus (oração), a cura, o poder dos milagres. Por que alguém tem tanta certeza de que poderia identificar o Messias em seu retorno hoje?
Quando ele caminhou como Jesus de Nazaré, bem poucos conseguiram identificá-lo como o Filho de Deus. De acordo com os Evangelhos, ele não tinha quase nenhuma influência entre a dita maioria, as pessoas de poder e riqueza, as classes dominantes. Por que ficamos surpresos que ele volte novamente de forma semelhante?
Uma das coisas que as pessoas mais amam sobre as histórias dos Evangelhos sobre Jesus é que ele permaneceu com os leprosos e prostitutas, os indigentes e os estrangeiros e não se entregou às classes dominantes. Em muitos lugares na Escritura é dito que o Messias retornará "como um ladrão na noite". Em outras palavras: de forma inesperada, em um momento que você não espera.
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Este post foi traduzido do inglês.