Os personagens mais icônicos da TV e do cinema dos anos 2010

    Pedimos à equipe do BuzzFeed News que nomeasse os personagens da TV e do cinema que definiram os anos 2010. Aqui estão nossas escolhas para os personagens desta década que serão sempre lembrados por nós.

    Abed Nadir (Danny Pudi)

    "Community" (2009–2015)

    Abed Nadir não era um membro qualquer do grupo de estudos da Greendale Community College; ele era o membro principal. Ele pode nem sempre ter tido as melhores piadas, mas era o responsável por fazer a série inteira fluir.

    Foi o catálogo obsessivo de Abed do conhecimento da cultura pop que serviu de catalisador para os episódios de paródia de gênero pelos quais "Community" se tornou famosa. Vimos isso pela primeira vez no episódio "Contemporary American Poultry", da 1ª Temporada, quando o grupo de estudos assume o controle do suprimento de frango empanado do refeitório no que rapidamente se torna uma paródia dos filmes de máfia. Em um prenúncio do que está por vir, foi a narração de Abed que serviu como força condutora do episódio.

    Abed também forneceu os metacomentários que o fizeram se tornar a ligação entre os fãs da série e a própria série. Ele também esteve no centro de alguns dos outros episódios mais famosos e brilhantes de "Community": “Pillows and Blankets”, “Abed’s Uncontrollable Christmas”, o refrão estendido de "My Dinner With Andre" em “Critical Film Studies” e, é claro, as linhas do tempo alternativas surgidas em “Remedial Chaos Theory”. Cada um desses episódios — e, sério, a série como um todo — também acompanhou o crescimento emocional de seu personagem.

    Se o sincero Troy (Donald Glover) era o coração de "Community", Abed era sua alma. As três primeiras temporadas brilhantes que "Community" desfrutou — inigualáveis em sua criatividade e experimentação alegre — não poderiam ter existido sem ele.

    David Mack

    BoJack Horseman (Will Arnett)

    "BoJack Horseman" (2014–2020)

    O BoJack de Will Arnett é um dos retratos mais fiéis de alguém que lida com o vício e a depressão na televisão. Como personagem, ele é duro de assistir. Ele passou quase seis temporadas destruindo relacionamentos com todos ao seu redor e deixando outras pessoas, principalmente mulheres, pagando o preço por suas péssimas ações.

    Em sua essência, "BoJack Horseman" é uma série sobre ações e consequências. Em toda temporada BoJack tenta melhorar, e em toda temporada ele falha. Por mais que BoJack tente melhorar, a série não deixa de mostrar a ele — e a nós — como seu comportamento passado destruiu a vida de outras pessoas, não apenas a dele.

    E, dessa forma, há algo chocante e quase inevitável em a série ter decidido tornar BoJack — seu personagem principal — um agressor do movimento #MeToo antes de sua conclusão. Na 5ª Temporada, que surpreendentemente estava em andamento antes das histórias de Harvey Weinstein serem divulgadas, BoJack estrangula e quase mata sua coestrela feminina, Gina Cazador (Stephanie Beatriz). O fato de BoJack estar passando por um surto psicótico causado por um vício em analgésicos não torna isso melhor.

    Os escritores da série disseram que queriam "chegar até aquele limite" de irremediabilidade sem cruzá-lo. E se conseguiram fazer isso é uma pergunta que BoJack se faz o tempo todo, especialmente quando implorou à sua amiga/roteirista-fantasma Diane Nguyen (Alison Brie), "Você acha que é tarde demais para mim? ... Eu preciso que você me diga que sou bom".

    Não vou dar spoiler, mas até o final da primeira metade dessa temporada — o restante vai ao ar no início do próximo ano —, as piores coisas que BoJack já fez parecem estar prestes a aparecer. E eu, de alguma forma, me vi dividida entre pensar “Finalmente, consequências!” e esperar que depois de assisti-lo passar pela reabilitação e construir pelo menos um relacionamento legitimamente bom (com sua meia-irmã, Hollyhock), isso não vai destruí-lo completamente.

    Sarah Mimms

    Chiron (Alex Hibbert/Ashton Sanders/Trevante Rhodes)

    "Moonlight: Sob a Luz do Luar" (2016)

    Sentado à mesa, Chiron, também conhecido como Little (Alex Hibbert), fala — algo que ele faz muito raramente. "Eu sou gay?", ele pergunta a Juan (Mahershala Ali). Está claro que ele ouviu essa palavra de crianças da escola, e está tentando entender por que exatamente ele é diferente de seus colegas.

    Chiron é uma criança pobre de Miami. Sua mãe é viciada em drogas. E ele é gay. Esses aspectos da vida o seguem até a idade adulta (retratada primeiro por Hibbert, depois como adolescente por Ashton Sanders e finalmente por Trevante Rhodes como adulto) porque, para ele e para muitos de nós, isso é uma longa jornada de autoaceitação e compreensão.

    O personagem de Chiron foi baseado nas experiências de vida de Tarell Alvin McCraney, que escreveu a peça original na qual o filme foi baseado: "In Moonlight Black Boys Look Blue". Homens e garotos como Chiron existem em todo o mundo.

    Mas a importância cultural de Chiron, e de "Moonlight: Sob a Luz do Luar" no geral, foi de finalmente mostrar esse garoto negro doce e vulnerável ao mundo.

    Kayla Smalls

    Dougie Jones (Kyle MacLachlan)

    "Twin Peaks: O Retorno" (2017)

    Para mim, o personagem de TV mais memorável da década de 2010 é um dos personagens mais memoráveis da década de 1990, apenas transformado em idiota.

    O apelo básico de "Twin Peaks: O Retorno" foi ver Kyle MacLachlan reaparecer como o agente do FBI Dale Cooper cerca de 25 anos depois que ele foi visto pela última vez espremendo um tubo de pasta de dente em uma pia, esmagando seu rosto no espelho e perguntando repetidamente “Como está Annie?” enquanto ria, coberto de sangue. Cooper, um herói clássico da TV dos anos 90, estaria possuído pelo mal nesta nova série? O Cooper verdadeiro estava preso na “sala vermelha”, que era uma espécie de limbo? E, se estivesse, como escaparia? Ele ainda amaria café e torta?

    Com "Twin Peaks: O Retorno", David Lynch, criador da série e entusiasta da meditação transcendental, disse, basicamente, “Eu sou David Lynch, lembra de mim? Eu fiz 'Eraserhead' e toda a segunda metade de 'Cidade dos Sonhos', não espere nada”, e nos deu Dougie Jones. Para tentar brevemente explicar esse personagem: Dougie Jones, de MacLachlan, foi o que ocorreu quando Cooper, ao tentar fugir da “sala vermelha”, é literalmente cuspido de uma tomada elétrica em Nevada na vida de outro homem (que se parece exatamente com Cooper), resultando em ele ter as faculdades mentais de uma pessoa que está saindo de um período de três décadas fora da realidade. Jones passa várias horas na tela andando de forma arrastada, imitando partes do que os outros dizem, lentamente tentando redescobrir seu agente do FBI interior.

    Então, por que esse personagem vale a pena? Grande parte disso é por causa de MacLachlan, que, ao interpretar Jones e pelo menos outros dois "personagens" da série, apresenta uma das melhores performances da década. Mas todo o conceito do personagem vai ficar marcado em mim. Com Jones, Lynch subverteu totalmente as expectativas do público. "Twin Peaks: O Retorno" não foi apenas uma outra chance de passar o tempo com velhos amigos. Em vez disso, pegou a coisa mais memorável do original — a alegria e a maravilha de Dale Cooper, mesmo quando cercado de horror — e a prendeu em um personagem totalmente irreconhecível, incapaz de se vestir ou seguir adequadamente seu próprio enredo.

    E o que é mais anos 2010 do que isto: a reelaboração de algo que você lembra em algo irreconhecivelmente distorcido, estranho, irritante e, pelo menos, um pouco engraçado.

    Matt Berman

    Fleabag (Phoebe Waller-Bridge)

    "Fleabag" (2016–2019)

    Há uma razão pela qual "Fleabag" — uma comédia britânica sombria e estranha na qual apenas dois personagens têm nomes (estou falando, claro, de Claire e Klare [Sian Clifford e Christian Hillborg]) — se tornou uma força cultural nesta década. Os detalhes específicos da vida de Fleabag (assim se espera) não são, no geral, compreensíveis, mas os sentimentos por trás deles são profundos, principalmente para as mulheres em 2019.

    Em um nível, claro, quem não se familiarizou com o discurso do corte de cabelo de Fleabag ("Cabelo é tudo!")? Ou com o momento em que ela percebe que está usando a blusa que roubou da irmã anos atrás? Ou com o desejo dela de transar com o Padre Gato (Andrew Scott)?

    Mas, mais do que isso, Fleabag, como retratado pela criadora Phoebe Waller-Bridge, é a personificação de um sentimento particular de mágoa e ansiedade, quando você precisa fazer algo para preencher o vazio ou apenas ser uma idiota — como, por exemplo, roubando uma estátua que você nem mesmo quer de uma madrasta que você não gosta muito, ou deixando cair várias taças de champanhe no chão para vê-las se despedaçarem. Mesmo quando seus amigos e familiares estão tentando falar com ela, Fleabag parece não ajudar, fazendo uma piada ou instigando uma briga.

    Mesmo com a dor e a raiva de Fleabag, e se jogando em qualquer coisa que a faça se sentir bem (sexo, álcool e o já mencionado Padre Gato), parte dela ainda não consegue acreditar que as coisas não estão melhorando. É uma mistura familiar de emoções na última parte desta década (sem querer ser muito grosseira, mas Fleabag é literalmente pega se masturbando para um discurso do Obama nos primeiros cinco minutos da série). Assim como Fleabag, algumas pessoas não estão nem aí com nada, mas sempre há um toque de esperança de que algo melhor venha disso.

    Fleabag é uma confusão total — mas é um tipo diferente de confusão do que estamos acostumados a assistir na TV. E sua necessidade *de olhar diretamente para a câmera* apenas para lidar com tudo isso é a coisa mais identificável nela.

    S.M.

    Hannah Horvath (Lena Dunham)

    "Girls" (2012–2017)

    Como uma mulher de vinte e poucos anos chamada Hannah, que vive em uma cidade grande e se imagina uma escritora, talvez eu seja tendenciosa. Mas eu adorava a Hannah Horvath, apesar de todas as acusações dos telespectadores — e de outros personagens de "Girls" — de ela ser nada adorável e narcisista.

    Hannah é engraçada e perspicaz. Sua falta de autoconsciência a torna ousada e divertida, sem ser irritantemente certa de si mesma. Ela é exatamente com quem eu quero tomar uma cerveja para reclamar de um ex ou de um chefe.

    Ela também é uma confusão total. Eu me lembro de assistir à cena de abertura da série, confusa sobre quem era a estrela do seriado, porque não vi ninguém incrivelmente bonito na tela. Tirando a protagonista feminina que meus olhos eram treinados para enxergar, Hannah fala demais, pesa demais, faz sexo demais de uma maneira muito estranha. As roupas dela não vestem bem. Ela pode ser sem graça, impetuosa e impulsiva e, sim, ela vê a vida como uma narrativa na qual ela é a personagem principal. E é a Hannah que é problemática ou a é Lena Dunham?

    Refletindo agora, o egocentrismo de Hannah parece menos com narcisismo e mais com uma necessidade econômica e social. “Tenho trabalho, depois um jantar e depois estarei ocupada tentando me tornar quem eu sou”, ela diz aos pais no início da série.

    À medida que ela passa de um estágio não remunerado ao emprego pouco consistente, à pós-graduação, ao trabalho de freelancer e, finalmente, à maternidade, Hannah está constantemente "se promovendo como marca", até para si mesma. Ela não tem dinheiro, ímpeto e sonhos específicos de sucesso, mas sua crença de que ela pode fazer isso a mantém seguindo em frente. Ela está sempre tentando — ser uma escritora famosa, ser uma boa amiga e filha —, mas às vezes não está se esforçando tanto assim.

    É justo; ser millennial é exaustivo.

    Em 2019, em parte graças a Hannah Horvath, mulheres cheias de defeitos estão espalhadas pela TV. Mas ninguém tem representado tão perfeitamente a condição dos millennials, anos antes de até mesmo descobrirmos coletivamente o que era isso.

    Hannah Ryan

    Imperatriz Furiosa (Charlize Theron)

    "Mad Max: Estrada da Fúria" (2015)

    Em "Mad Max: Estrada da Fúria", o criador e diretor George Miller retoma a história de Max Rockatansky (originalmente interpretado por Mel Gibson, mas nesse filme por Tom Hardy), um ex-policial que está apenas tentando sobreviver em um mundo pós-apocalíptico após o assassinato de sua esposa e filho. Mas a verdadeira heroína do quarto filme da franquia é sem dúvida a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron).

    Furiosa, uma tenente que se vira contra o líder de culto Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) para libertar as mulheres que ele escravizou como suas reprodutoras, comanda um exército de garotos em uma perigosa perseguição de alta velocidade pelo deserto em um veículo de guerra de 18 rodas. Ela é agressiva, assustadora para caramba e absolutamente implacável enquanto leva o grupo de guerra para dentro de uma tempestade de areia cheia de fogo, bate em Max antes de eles se unirem para escapar, e arranca o rosto de Immortan Joe.

    No meio do filme, depois de saber que o lugar de onde ela foi roubada quando criança desapareceu, Furiosa remove seu braço mecânico, cai de joelhos e grita ao vento. A imagem é comovente e bonita na forma como retrata a vulnerabilidade e o sofrimento de uma mulher forçada a uma vida que ela não escolheu. No entanto, ela persiste.

    Como libertadora de escravas sexuais e assassina de um homem que trata as mulheres como sua propriedade, Furiosa é a heroína de ação feminista que não sabíamos que precisávamos ao entrar em 2016 e no movimento #MeToo do ano seguinte.

    Stephanie Baer

    John Wick (Keanu Reeves)

    Franquia "John Wick" (2014–2019)

    John Wick é um lembrete de que cada um de nós (não apenas assassinos míticos e lindos) vive em uma sociedade sujeita a regras e sistemas financeiros que não criamos, que muitas vezes não fazem sentido e, nos piores casos, são criados para trabalharem contra nós — e, em algum momento, você precisa se defender. Isso é um tema definidor da década de 2010, quando milhões de americanos lutaram para se livrar de dívidas que se tornaram cada vez mais a base sobre a qual a classe média moderna é construída. Estes são sistemas criados com nosso sangue (sobretudo metafórico) e suor para beneficiar os que estão no poder.

    Para John Wick, dívida, claro, significa sangue de verdade, e é representada por marcadores semelhantes a moedas. Depois de ser arrastado da aposentadoria para o submundo de assassinos incrivelmente sensuais, a dívida pendente de John volta à tona: no segundo filme, "John Wick: Um Novo Dia Para Matar", o chefe da máfia Santino D'Antonio (Riccardo Scamarcio) pede que John honre seu juramento de sangue matando a irmã de Santino. John acaba matando Santino (que, aliás, era um idiota intolerável) e, em seguida, em "John Wick 3: Parabellum", John apela a todas as dívidas devidas a ele na tentativa de escapar de uma recompensa de US$ 15 milhões para quem matá-lo pelo assassinato de Santino, sendo essa recompensa oferecida pela Alta Cúpula, um conselho de senhores do crime que supervisiona esse universo clandestino. Desesperado, John busca socorro na Alta Cúpula, mas o que eles pedem a ele — matar seu amigo Winston (Ian McShane) e se comprometer com a organização — acaba sendo um preço muito alto. No final de "Parabellum", vemos John se aliar ao Rei dos Mendigos para preparar uma guerra contra a Alta Cúpula, que espero que seja tão épica quanto parece quando o próximo filme for lançado em 2021. Todo o sistema está pronto para ir para os ares.

    Isso é muita história do personagem, mas o ponto principal é que todos os sistemas são máquinas bem lubrificadas; eles não são criados para nos dar o que queremos; e não devemos subestimar essas estruturas. Em certo nível, "John Wick" foi apenas mais uma franquia de ação lançada em meio a uma série de lançamentos de outras franquias de ação maiores nos anos 2010. Mas o personagem-título não é apenas alimentado por vingança e sede de sangue — desde o início, John é dolorosamente humano: o assassino mais temido do mundo que encontra a salvação no amor, apenas para ter sua paz arrancada como uma faca em uma ferida quando sua esposa morre, deixando sangue e tristeza jorrarem dele. Tudo o que ele realmente queria era uma vida tranquila e digna. Muito parecido com o que todos nós desejamos. E quando seu mundo decide se voltar contra ele, ele faz o que qualquer pessoa faria pela autopreservação: ele decide lutar.

    Venessa Wong

    Kayla Day (Elsie Fisher)

    "Oitava Série" (2018)

    Aparentemente, Kayla Day e eu não temos muito em comum. Pessoalmente, nunca assisti a um tutorial de maquiagem da Olivia Jade, tirei uma selfie idiota e a coloquei no Snapchat com uma legenda "acabei de acordar assim". Kayla representa alguém que eu nunca imaginei ver representado na tela nesta década: uma criança da internet que acorda todas as manhãs, fica de frente para uma tela de telefone de LED por horas e não sabe ao certo por que é ansiosa.

    Ela tem códigos de truques para Pokémon favoritados no seu navegador, ela responde testes no BuzzFeed e navega por Tumblrs de "Harry Potter". Ela grava vlogs de conselhos — os quais ela não percebe serem monólogos de afirmação e motivação que, subconscientemente, deseja que alguém diga a ela. Ela consegue articular claramente sua ansiedade, como ficar nervosa diante de uma montanha-russa e nunca obter ajuda. Ela conhece seus objetivos e os escreve em um diário: mais confiança, mais amigos, uma melhor amiga, um namorado. E ela tem uma ideia de como chegar lá: relaxar menos, conversar fiado, encontrar alguém e estar sempre ao seu lado, NÃO IMPORTA O QUE ACONTEÇA.

    Mas todo mundo no ensino médio é arrogante demais para fazer novos amigos ou se associar a ela. E é preciso o absoluto equilíbrio de sua autoestima, através de funções sociais mesquinhas, para fazer as palavras simples e gentis que ela recebe mais tarde parecerem triunfos catárticos. Sua insegurança e suas dúvidas são recebidas com bondade e cuidado desinibidos pelas outras pessoas, o que é uma boa lição em uma década turbulenta e essencialmente online. E isso só poderia ter vindo de uma garota de 13 anos.

    Emerson Malone

    Lee Jong-su (Yoo Ah-in)

    "Em Chamas" (2018)

    Em nosso primeiro contato com Lee Jong-su, ele está carregando um monte de roupas, segurando o peso do mundo nas costas. Nesse neo-noir inteligente, ele conhece uma mulher chamada Shin Hae-mi (Jeon Jong-seo) — ele não consegue reconhecê-la da infância deles, diz ela, porque ela fez uma cirurgia plástica — e Ben (Steven Yeun), um homem musculoso que Hae-mi conheceu nas férias. O rico, confiante e bonito Ben dirige um Porsche preto sofisticado, e supostamente sai impune de crimes inexplicáveis regularmente; Jong-su é desleixado, exausto e chama a atenção da polícia simplesmente almoçando em sua caminhonete enferrujada. Ele é a cara da fadiga e da desigualdade de classe da classe trabalhadora da geração millennial em uma década cheia dessas histórias. Ele anseia por continuidade e senso neste mundo duvidoso, onde tudo o que aprende acaba sendo contestado por outra pessoa. Enquanto ele tenta desvendar os mistérios da história, o filme se torna uma parábola sobre alguém que foi injustamente marginalizado pela sociedade por ser quem ele é, onde vive e quanto dinheiro tem.

    Em uma cena, ele está parado na rua, comendo besteira embrulhada no plástico e olhando para um prédio, onde Ben está correndo em uma esteira em uma academia vários andares acima. Ben, e sua personalidade indecorosa ilegível, é fascinante, mas Jong-su é o avatar para o público: ele sabe como é ter uma conversa com alguém que você não vê há anos e simplesmente ser interrompido quando a pessoa recebe uma mensagem de texto e se desliga mentalmente.

    Ele não é um personagem agradável, necessariamente. Ele diz coisas más e odiosas para Hae-mi e é irreconhecível quando faz justiça com as próprias mãos. Mas ele está ativamente tentando entender o mundo em que vive — e, nesse sentido, ele não é totalmente culpado.

    E.M.

    Leslie Knope (Amy Poehler)

    "Parks and Recreation" (2009–2015)

    Poucos personagens realmente nos lembram o que é importante na vida como Leslie Knope: amigos, waffles e trabalho. Conforme Leslie passa de vice-diretora de parques e recreação da cidade de Pawnee, Indiana, para finalmente governadora do estado (e depois potencialmente presidente), nós a vemos crescer e se tornar uma líder compassiva e firme que ama intensamente seus amigos e sua comunidade.

    Quando "Parks and Recreation" estreou em 2009, parecia um spin-off de "The Office", mas ambientado em um departamento do governo, em vez de uma empresa de papel. Na 1ª Temporada, Leslie é desinformada, nerd e alvo de muitas das piadas na série. Mas, conforme a série é capaz de expor suas ideias, o mesmo acontece com Leslie. Ela luta incansavelmente para construir um parque no poço vazio onde Andy (Chris Pratt) caiu e quebrou as duas pernas, se apaixona por um homem que apoia suas ambições e enche seus amigos com uma série de elogios cada vez mais poéticos (“Ann, sua sereia da terra poética e nobre.”).

    Leslie Knope é séria. Em um mar de cínicos, ela trabalha duro para tornar sua cidade um lugar melhor. Ela normalmente falha — ela é lembrada como vereadora da cidade e frustrada em seus esforços para manter dois pinguins gays alegremente casados no zoológico de Pawnee —, mas ela insiste. Em uma década em que a política poderia ser decepcionante e até mesmo assustadora, Leslie Knope demonstrou a importância do entusiasmo, bondade e trabalho duro.

    Julia Moser

    Linda Belcher (John Roberts)

    "Bob’s Burgers" (2011–presente)

    Linda é o coração da descaradamente estranha e unida família Belcher, que é dona do restaurante Bob's Burgers em uma cidade litorânea na Costa Atlântica. Enquanto toda a família participa dos comentários picantes da série e jingles dos episódios, Linda é a cola que liga as tramas dentro e fora do restaurante.

    Eu descobri a série alguns anos depois do seu lançamento, quando eu tinha vinte e poucos anos e aprendia a ser adulta. Fui imediatamente atraída por Linda. Ela é engraçada, independente, protetora, receptiva, confiante e esquisita. E, embora eu inicialmente pensasse que eu fosse como a Linda — ela cria músicas idiotas em sua cozinha, bebe vinho orgulhosamente, é uma colecionadora obsessiva (no seu caso, de bebês de porcelana) e gosta de conhecer novas pessoas —, logo ficou claro que, na verdade, Linda era mais a pessoa que eu me esforçava para ser.

    Em uma década em que as pessoas têm ficado obcecadas em ser ou encontrar seu eu autêntico, Linda fez isso sem esforço. Seja apoiando a propensão da filha Tina (Dan Mintz) pela escrita sexual ("Tudo bem! Ficção de amigos esquisitos!") ou correndo para ajudar sua irmã Gayle (Megan Mullally) enquanto ela luta no seu primeiro dia como guarda de segurança, ou estando ao lado do seu marido Bob (H. Jon Benjamin) quando ele se abre sobre sua infância ruim, Linda está simplesmente sendo exatamente quem ela sempre foi: uma pessoa calorosa e amorosa — muitas vezes armada com uma taça de vinho.

    Zahra Hirji

    Mindy Lahiri (Mindy Kaling)

    "Projeto Mindy" (2012–2017)

    Com "Projeto Mindy", Mindy Kaling se tornou a primeira mulher não-branca a criar, escrever e estrelar uma comédia no horário nobre dos EUA. Esse é um grande feito por si só — mas com a protagonista da série, Kaling conseguiu mostrar um personagem que, apesar de suas excentricidades, era estranhamente relacionável.

    A série, que durou seis temporadas, teve como foco Mindy Lahiri — uma jovem médica com muitos defeitos. Mindy às vezes é impetuosa, e geralmente é bastante egoísta. Ela é uma narcisista que adora atenção, e é obcecada em encontrar um marido. Mas ela também é uma ótima médica, uma boa mãe e, nas próprias palavras de Kaling, surpreende "você o tempo todo com seu senso de moralidade quando menos se espera".

    "Você vê muitos protagonistas que são normalmente personagens corajosos, bonzinhos, doces e entediantes, e eles são os protagonistas porque não têm defeitos", disse Kaling à Glamour em 2017.

    Ao mostrar uma médica bem-sucedida de Manhattan — com um closet invejável e uma série de encontros adoráveis (embora nada realistas) com belos homens — como um ser humano verdadeiramente imperfeito, Kaling permitiu que seu protagonista fosse a fonte da comédia da série, um papel normalmente reservado para companheiros melhores amigos.

    Kaling é uma pioneira e abriu o caminho para o modo como as mulheres são representadas na tela.

    Mary Ann Georgantopoulos

    Moira Rose (Catherine O’Hara)

    "Schitt’s Creek" (2015–presente)

    Moira Rose, uma estrela de novela decadente e a matriarca de uma família falida de esnobes, espreita pela cidade de colarinho azul de Schitt's Creek em vestidos de grife preto e branco e saltos de 15 cm. Ela vai dormir no quarto sujo de motel deles, vestindo pijama de seda, um colete e um broche. Ela ostenta uma peruca diferente a cada dia da semana, como uma espécie de camaleoa da alta costura. Basicamente, não há um personagem mais bem vestido na televisão.

    Representada pela veterana e ícone canadense de comédia Catherine O'Hara (fazendo seu trabalho mais ressonante e brilhante), Moira é o membro mais fragilizado e exagerado da família Rose — qualidades que em qualquer outra pessoa seriam condenatórias, mas que são infinitamente hilariantes e carinhosas aqui. “O que vocês fizeram foi impulsivo, caprichoso e melodramático, mas também foi errado”, ela conta aos filhos em um episódio.

    Apesar de ela de fato amadurecer um pouco ao longo da série, à medida que gradualmente encontra um lugar na comunidade, Moira sempre escolhe permanecer pelo menos parcialmente ignorante à realidade ao seu redor. Como O’Hara disse ao BuzzFeed News, suas roupas insistentes e sua atitude são um mecanismo de sobrevivência: "Elas dizem: 'Isso sou eu. Não estou mudando. Isso é temporário. Não tem nada a ver comigo, e é isso que eu sou.'" Em uma década dominada pela incerteza política e econômica, o que sinceramente poderia ser mais familiar — até admirável?

    D.M.

    Olivia Pope (Kerry Washington)

    "Scandal" (2012–2018)

    Desde o primeiro momento em que vemos Olivia Pope na tela, sua energia é fascinante. Ela é uma advogada fodona de Washington D.C. e ex-funcionária da Casa Branca que abriu um consultório particular para ajudar as pessoas a resolverem os maiores problemas.

    Inicialmente, Olivia é ambiciosa porque ela resolve a vida de outras pessoas enquanto aparentemente mantém a sua própria nos trilhos. Mas logo fica claro que ela tem sua própria parcela de problemas. Ela tem um relacionamento difícil com a mãe e o pai (separadamente e juntos), e uma vida amorosa muito bagunçada (que aparentemente é o que acontece quando você tenta manter um caso com o presidente e o ex-melhor amigo dele, que também está no comando da CIA).

    Mas como uma protagonista negra em uma das maiores séries da TV no horário nobre, Olivia Pope também foi revolucionária. "Scandal", sua criadora Shonda Rhimes e a popularidade de Olivia Pope dominaram a década passada, e não apenas com altas avaliações. O impacto cultural de Olivia Pope não pode ser superestimado. Seu cancelamento na tela na 5ª Temporada também foi um momento inovador na televisão. Até mesmo seu guarda-roupa icônico inspirou uma linha de moda na Limited em 2014.

    Olivia Pope é uma mulher que guia o poder nos mais altos níveis de governo, amizades, relacionamentos românticos e às vezes até violência e trauma. O arco de sua personagem às vezes fica sombrio, mas mesmo quando ela é má, ela é foda.

    Krystie Lee Yandoli

    Reverendo Ernst Toller (Ethan Hawke)

    "Fé Corrompida" (2018)

    Ernst Toller está tendo uma crise espiritual, uma coisa bastante inconveniente para um pastor. Ele está lamentando as mortes de seu filho, morto na Guerra do Iraque, e de seu casamento. Sua dor de estômago não melhora, não importa quanto Pepto-Bismol ele despeje em seu uísque. E quase ninguém vai à sua igreja, uma antiga parada na rota clandestina conhecida como Underground Railroad, exceto turistas ocasionais.

    Mas a crise de Ernst cresce quando um casal, Mary (Amanda Seyfried) e Michael (Philip Ettinger), procuram sua ajuda. Michael quer que ela faça um aborto, acreditando ser imoral trazer uma criança para um mundo que logo ficará inabitável pelo aquecimento global. Mary teme que seu marido esteja ficando perigosamente paranoico; ele teme que ninguém esteja preocupado o bastante com a destruição ambiental que os humanos estão causando.

    O encontro deles leva Ernst a pesquisar as mudanças climáticas por si mesmo. O que ele aprende não pode ser desaprendido: calotas polares estão derretendo, florestas estão desaparecendo, corporações ricas estão poluindo e lucrando. Uma dessas fábricas até financia a megaigreja evangélica nas proximidades. Isso é o plano de Deus?

    A hipocrisia e a injustiça passam a consumi-lo, e nosso reverendo educado se transforma em algo entre um herói e um fanático, um Travis Bickle do clero e de túnica do nosso tempo (faz sentido, já que o escritor e diretor aqui é Paul Schrader, o roteirista de "Taxi Driver"). Enquanto preenche seu diário com divagações sombrias e vagueia por paisagens cheias de neve e isoladas, ele avisa a todos em seu caminho que o fim dos tempos deve estar próximo. Aqueles que o ignoram pagarão o preço.

    "Fé Corrompida" é um suspense meditativo que pergunta qual obrigação moral temos de salvar o mundo que estragamos. Com angústia crescente e hipnotizante, Ernst luta com essa pergunta até o final devastador. Sua transformação se tornará cada vez mais assustadora de assistir enquanto a temperatura continua a subir.

    — Stephanie M. Lee

    Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis)

    "Trama Fantasma" (2017)

    Em seu primeiro encontro com Alma (Vicky Krieps), Reynolds Woodcock diz a ela que mantém uma mecha do cabelo de sua mãe costurada no bolso interno do seu paletó "para mantê-la sempre perto de mim". E a forma como ele diz isso não parece perturbado ou totalmente irracional. É meigo.

    Reynolds — um costureiro no cenário fashion de alta costura de Londres nos anos 50, que cria roupas para a realeza britânica e outros clientes de alto nível — é um dos personagens mais emblemáticos da década, e não apenas porque esse é o último papel de Day-Lewis na história (sua única outra performance nesta década foi sua transformação vencedora do Oscar como o mais reverenciado presidente dos EUA, Abraham Lincoln). O véu físico entre personagem e ator é imperceptível aqui; vemos cortes, furos e feridas nos polegares de Reynolds enquanto ele costura um vestido.

    Reynolds em si é uma celebridade. Fãs vêm até ele enquanto ele está jantando para dizer que desejam ser enterradas em um vestido da Casa Woodcock. Quando elas estão longe o suficiente para não ouvirem, Reynolds murmura para uma amiga: "Você a desenterraria e venderia o vestido novamente." O drama da câmera tem um senso de humor decentemente distorcido, o que o tornou um excelente material para memes.

    Depois de ficar doente, tendo alucinações com sua mãe e com a Alma cuidando dele, ele reconhece o cuidado materno dela e a pede em casamento "para impedir que meu coração azedo sufoque", ele diz. As mudanças sutis de sua expressão, como sua sobrancelha franzida em sua lua de mel, quando ele percebe que se casou com uma pessoa que come de forma cacofonicamente alta, são inesperadamente hilárias.

    Esse é um cara que precisa de um minuto inteiro para explicar seu pedido de café da manhã, descrevendo seu apetite literal e metafórico, e que transforma um primeiro encontro com Alma em um ajuste orientado para o trabalho, e que trata todas as interrupções de suas rotinas regulares como uma emboscada. E nos anos 2010, quando o capitalismo recente aparentemente otimizou as rotinas matinais de todo mundo, há algo em assistir à rotina de Reynolds — barbear, pentear seu cabelo e vestir suas meias cor de vinho — que parece seu próprio life hack.

    E.M.

    Tasha "Taystee" Jefferson (Danielle Brooks) e Poussey Washington (Samira Wiley)

    "Orange Is the New Black" (2013–2019)

    "Orange Is the New Black" era por si própria um enorme risco. Um elenco extenso quase todo feminino, estrelando uma comédia na prisão, com um nível de diversidade e representação quase nunca visto na televisão na época (ou sinceramente desde então). Não é de forma alguma o veículo perfeito: o enredo é irregular, às vezes carece de sensibilidade racial e, durante grande parte da série, a equipe de roteiristas era quase inteiramente branca.

    No entanto, a série é divertida e emocionalmente complexa, as personagens secundárias são escritas com amor e o elenco é repleto de atrizes versáteis e charmosas, muitas das quais, como Wiley e Washington, relativamente novas na tela no início.

    Felizmente, a partir da segunda temporada, as roteiristas ouviram os pedidos do público para removerem o foco da protagonista Piper Chapman (Taylor Schilling) e desviarem a atenção para outras personagens mais cativantes, como Taystee e Poussey.

    As amigas começam a série como um alívio cômico, muitas vezes fazendo brincadeiras e fornecendo vinho de privada para suas amigas. Mas o arco delas acaba sendo o mais complexo e trágico da série. Elas são separadas e reunidas; elas lutam com a sexualidade de Poussey e seus sentimentos não correspondidos por Taystee. Poussey é exilada de seu grupo de amigas e mergulha em uma depressão. Assim que as duas estão se tornando amigas novamente, e logo após Poussey finalmente encontrar o amor em uma marginal igualmente adorável (embora mais irritante) chamada Brook Soso (Kimiko Glenn), ocorre um dos momentos mais trágicos da televisão: em uma homenagem ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), Poussey é morta por um guarda da prisão em pânico no meio de uma manifestação pacífica.

    Admito que, nesse ponto, eu chorei e parei de assistir à série, que é uma decisão que eu não defendo, mas que foi tomada por muita gente. Eu simplesmente não via uma razão para continuar sem ela, uma luta que eu também vi a personagem de Taystee encarar. Talvez eu seja uma alma muito sensível ou talvez a série tenha acabado no fundo do poço, mas aquilo foi desse jeito para mim. Descanse em paz, Poussey, para sempre em nossos corações.

    Ema O’Connor

    Titus Andromedon (Tituss Burgess)

    "Unbreakable Kimmy Schmidt", (2015–2019)

    "Tem três coisas que Titus Andromedon não faz: pedir desculpas, vestir de drag e calcular", declara o personagem de sucesso da comédia de Tina Fey e Robert Carlock "Unbreakable Kimmy Schmidt", da Netflix.

    Apesar de a série ter seus altos e baixos, Titus, o colega de quarto de Kimmy e um ator e cantor sempre a um passo de sua grande chance, estava sempre lá com as tiradas concisas, aqueles olhos maravilhosamente expressivos, aquela voz (!) e todo o melodrama.

    "Eu te invejo", ele diz a Kimmy em um momento. "Eu nunca fui capaz de me conhecer." Felizmente, o resto de nós foi.

    Tomi Obaro

    Vince Howard (Michael B. Jordan)

    "Friday Night Lights" (2009–2011)

    Quando a 4ª Temporada de "Friday Night Lights" se aproximava do fim, o quarterback principal de East Dillion, Vince Howard, vai para seu apartamento, tira uma pistola de uma gaveta de meias e começa a sair atrás do homem que matou seu amigo para matá-lo. Mas, enquanto ele faz isso, seu distante interesse amoroso, Jess (Jurnee Smollett-Bell), tenta detê-lo na porta. "Eu conheço aquele cara legal que está dentro de você", ela implora.

    "Eu sou um monstro. É isso que eu sou", Vince grita enquanto a coloca contra uma parede.

    Exceto que ninguém acredita nele. Nem Jess. Nem ninguém que passou algum tempo assistindo ao que o Los Angeles Times anunciou em 2010 como o melhor drama televisivo da história. E nem mesmo o próprio Vince.

    Em mãos menos capazes, Vince seria todo aquele enredo ruim e estereotipado de um afro-americano. Mas Vince, retratado perfeitamente por Jordan, nos dá aquele olhar envergonhado, um ligeiro deslize de sua mandíbula ou mudança de postura, para elevá-lo do tropo ao triunfo, para mostrar vulnerabilidade e profundidade emocional de uma maneira que raramente tem sido reproduzida na tela até então.

    A cada episódio, Vince nos leva a entendimentos emocionais de como é aterrorizar um mundo que vê sua cor, sua estatura e sua classe social quando é ele quem está aterrorizado. A interpretação de Jordan da dor, do medo e do coração de Vince permite que o QB faça a interpretação mais impressionante de todas: convencer os espectadores a segui-lo pela cidade e permitir que ele recrie a ficcional Dillion, Texas, da série — um lugar que eles achavam que conheciam muito bem.

    Nesse episódio da 4ª Temporada, Vince não consegue continuar com o assassinato. Vince coloca suas mãos atrás da cabeça e solta um grito que não conseguimos ouvir. E apresenta uma performance que não esqueceremos. Nem nesta década ou na próxima.

    — Melissa Segura


    Este post foi traduzido do inglês.

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