A Disney anunciou que vai reformar a atração Splash Mountain em seus parques temáticos na Califórnia e na Flórida, nos Estados Unidos, para que ela não se baseie num filme que a empresa hoje reconhece como ofensivo.
A atração, famosa por sua queda de cinco andares em um barco de madeira que deixa os visitantes encharcados, foi inspirada em sequências animadas do filme A Canção do Sul, de 1946. O filme, que ganhou um Oscar pela música "Zip-a-Dee-Doo-Dah", acompanha a história de um menino que visita a fazenda de sua avó depois da Guerra Civil americana. Muitos começaram a criticar a representação que esse filme fez do povo negro e sua visão romantizada da época.
A empresa disse que os designers estão trabalhando desde o ano passado para "retematizar" a atração como um córrego inspirado no filme de animação A Princesa e o Sapo, de 2009, que apresentou Tiana, a primeira princesa negra da Disney.
"Com esse longo histórico de atualizar atrações e acrescentar novas magias, a 'retematização' da Splash Mountain é de particular importância hoje", escreveu Michael Ramirez, diretor de relações públicas do Disneyland Resort, numa publicação no site da empresa. "O novo conceito é inclusivo — com o qual todos os nossos clientes podem se conectar e se inspirar, e ele fala da diversidade de milhões de pessoas que visitam nossos parques todo ano."
Nas últimas semanas, cada vez mais pessoas na internet pediram que a Disney mudasse a atração em meio aos protestos que varreram os EUA desde a morte de George Floyd e Breonna Taylor e a subsequente luta contra o racismo em todos os setores da vida americana.
No ano passado, o presidente da Disney, Bob Iger, disse que A Canção do Sul não seria transmitido no Disney+ nem estaria disponível para compra.
"Percebi que, enquanto eu for CEO, A Canção do Sul — mesmo com um aviso de isenção de responsabilidade — não seria apropriado no mundo de hoje", disse Iger. "Em vista das representações em alguns desses filmes, é difícil transmiti-los hoje em dia sem ofender as pessoas de alguma forma e, por isso, decidimos não fazer isso."
Carmen Smith, executiva de desenvolvimento criativo e estratégias inclusivas da Walt Disney Imagineering, disse estar incrivelmente orgulhosa de ver a nova atração ganhar vida.
"É importante que nossos convidados possam se ver nas experiências que criamos", disse ela.
Este post foi traduzido do inglês.