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O Serviço Secreto dos EUA quer fazer reconhecimento facial das pessoas dentro e ao redor da Casa Branca

Documento descreve como o Serviço Secreto fará a varredura de vídeos e fotos de pessoas que passam por ruas e parques perto da Casa Branca.

O Serviço Secreto dos EUA anunciou discretamente um plano para testar o uso da tecnologia de reconhecimento facial na Casa Branca, disse a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) em um post que faz parte de seu relatório sobre como a tecnologia de reconhecimento facial impacta os direitos civis.

O documento, publicado na semana passada pelo Departamento de Segurança Interna, diz que o Serviço Secreto planeja usar imagens do sistema de televisão de circuito fechado da Casa Branca e testar se o sistema pode identificar membros voluntários da equipe do Serviço Secreto, rastreando imagens de câmeras colocadas em "duas áreas separadas do Complexo da Casa Branca". As câmeras, diz o documento, "capturam vídeos de pessoas na calçada e na rua".

Ainda não está claro se o projeto-piloto já está operacional, mas, de acordo com o documento do Departamento de Segurança Interna, a "primeira fase" da iniciativa começou em 19 de novembro de 2018 e terminará em 30 de agosto de 2019 – quando todas as imagens faciais capturadas pelo sistema seriam deletadas.

"Este programa-piloto [...] cruza uma linha importante, abrindo as portas para o escrutínio massivo e encoberto dos americanos passando pelas calçadas públicas", escreveu Jay Stanley, um analista-sênior de políticas da ACLU, no post do blog.

"Isso faz com que valha a pena questionar como o uso do reconhecimento facial pela agência deve se expandir – e as preocupações constitucionais que isso suscita."

O objetivo final parece ser dar ao Serviço Secreto a capacidade de rastrear "assuntos de interesse" em espaços públicos. Mas, a ACLU observou, o governo não estabeleceu uma definição clara de como o Serviço Secreto determina quem se qualifica como um assunto de interesse.

"Para fins de segurança operacional, não comentamos os meios e os métodos de como conduzimos nossas operações de proteção", disse um porta-voz do Serviço Secreto dos EUA ao BuzzFeed News, por e-mail.

O uso da tecnologia de reconhecimento facial pelas forças de segurança e pelo governo em geral é crescente. O setor de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA também implantou a tecnologia em aeroportos.

No entanto, o Congresso nunca autorizou explicitamente o uso da tecnologia de reconhecimento facial em cidadãos americanos, de acordo com um relatório detalhado do Centro de Privacidade e Tecnologia da Georgetown Law.

E o reconhecimento facial ainda é considerado impreciso: um teste da ACLU sobre o Amazon Rekognition feito em maio mostrou que a tecnologia associou, erroneamente, 28 membros do Congresso a fotos de pessoas presas.

"Infelizmente, nossas agências governamentais têm um longo histórico de rotular pessoas como ameaças com base em sua raça, religião ou crenças políticas", disse Stanley. A ACLU teme que o uso do reconhecimento facial para vigiar a vizinhança da Casa Branca possa reprimir os protestos na área.


Este post foi traduzido do inglês.

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