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Twitter nega que seus funcionários estejam lendo mensagens diretas dos usuários

"Nós não revisamos mensagens diretas proativamente. Ponto", disse um representante da empresa ao BuzzFeed News.

Nesta semana, o ativista e cineasta conservador James O'Keefe publicou uma gravação com uma câmera escondida que mostra engenheiros do Twitter dizendo que a rede social tem centenas de funcionários lendo "tudo o que você posta na rede" — incluindo mensagens diretas.

No entanto, segundo o Twitter, essas afirmações são incorretas e foram retratadas de forma errôena pela organização de mídia de O'Keefe, a Project Veritas.

O vídeo, feito com uma câmera escondida, mostra o engenheiro do Twitter Clay Haynes contando ao ativista da Project Veritas que centenas de funcionários têm acesso aparentemente irrestrito aos dados pessoais dos usuários da plataforma.

"Há equipes dedicadas a isso... Pelo menos 300 ou 400 pessoas", diz Haynes no vídeo. "Eles são pagos para olhar para fotos de pênis."

O Twitter nega essas afirmações. "Nós não revisamos mensagens diretas proativamente. Ponto", disse um representante da empresa ao BuzzFeed News.

"Um número limitado de funcionários tem acesso a essas informações, para fins legítimos de trabalho, e nós aplicamos rígidos protocolos de acesso a esses empregados."

O Twitter não respondeu a perguntas sobre o número de funcionários que tem tal acesso nem especificou quais precauções tomam para proteger dados sensíveis de usuários.

Um ex-funcionário de alto escalão do Twitter corroborou o comentário da empresa, observando que as alegações do vídeo do Project Veritas foram "tecnicamente precisas até certo ponto, mas exageradas para causar efeito".

O ex-funcionário alegou que o grupo de engenheiros habilitado a ver tais dados sensíveis é "muito pequeno" e que o acesso só é permitido "para responder a uma denúncia" (exemplo: 'a pessoa X está me assediando por mensagens diretas').

Dois ex-funcionários de alto escalão do Twitter também observaram que a maior parte do trabalho de moderação é conduzido por meio de algoritmos — em parte devido ao grande número de denúncias que o Twitter processa diariamente. No vídeo do Project Vertias, um engenheiro do Twitter parece confirmar isso.

O vídeo foi o mais recente de uma série feita pelo Project Veritas com o intuito de investigar o Twitter. Na semana passada, O'Keefe publicou gravações de engenheiros do Twitter alegando que a empresa tem "o prazer de ajudar o Departamento de Justiça em sua pequena investigação" sobre o presidente dos EUA, entregando tuítes e mensagens diretas de Donald Trump.

O Twitter rebateu com veemência as afirmações da semana passada, observando em uma declaração que "só responde a solicitações legais válidas e não compartilha qualquer informação de usuários para a execução das leis sem uma solicitação". Na mesma declaração, um representante do Twitter condenou o vídeo do Project Veritas por enganar seus funcionários e fazê-los falar sob falsos pretextos.

"Nós depreciamos as táticas enganosas e desleais pelas quais essas gravações foram obtidas e editadas de forma seletiva para se enquadrarem em uma narrativa pré-determinada", disse o Twitter semana passada. "O Twitter se compromete em aplicar nossas regras sem parcialidade e empoderamos todas as vozes em nossa plataforma, de acordo com as Regras do Twitter."

Essa não é a primeira vez que o Twitter passou por investigação devido à forma como administra o acesso de funcionários aos dados dos usuários. Em novembro do ano passado, a empresa encarou críticas após um funcionário suspender temporariamente a conta do presidente Trump.

A suspensão provocou dúvidas sobre a possibilidade de funcionários acessarem informações de usuários e agir de modo a suspender ou bani-los indiscriminadamente.

Desde o incidente de novembro, o Twitter aparentemente tem adotado medidas para refinar as permissões dadas a funcionários, de acordo com uma fonte ciente do processo de tomada de decisões.


Este post foi traduzido do inglês.

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