• newsbr badge

A Uber tem uma proposta de táxi aéreo, mas ainda há muitas barreiras para ela virar realidade

Simplificando bastante, o Uber Air é um táxi voador que parece um drone. O protótipo conceitual apresentado na terça-feira transporta quatro passageiros por veículo e funciona como um "carro compartilhado" (o que teoricamente reduziria o seu preço).

A Uber apresentou ontem (8) na conferência Uber Elevate o protótipo de sua próxima grande aposta: um táxi aéreo elétrico que a empresa planeja começar a testar a partir de 2020 e que espera estar completamente implementado em Los Angeles e Dallas (EUA) nos próximos cinco anos.

Contudo, independentemente do quão futurista soe, o projeto Uber Air ainda está – atualmente – em sua fase conceitual. A Uber, por exemplo, reconhece que ainda tem um longo caminho a percorrer e que eventos como a conferência Elevate desta semana, no qual inventores e autoridades reguladoras do governo se reúnem, representam um passo importante para isso.

No atual estado das coisas – e como é de praxe com a Uber –, certamente haverá inúmeras (e grandiosas) barreiras políticas e normativas para um plano que busca mudar a infraestrutura de transporte das cidades. Ainda que outras empresas, como a Kitty Hawk (empresa de táxis autônoma sustentada por Larry Page), já estejam apresentando avanços no setor dos táxis aéreos, muito do trabalho logístico de reformulação do transporte aéreo nas cidades apenas começou.

Simplificando bastante, o Uber Air é um táxi voador que parece um drone. O protótipo conceitual apresentado na terça-feira transporta quatro passageiros por veículo e funciona como um "carro compartilhado" (o que teoricamente reduziria o seu preço). Um breve vídeo conceitual no site da empresa detalha o possível processo de "chamada" do veículo: um passageiro reserva o Uber Air no aplicativo, dirige-se para um prédio que possua um heliporto da Uber, sobe até o topo do prédio e entra na área de embarque utilizando o aplicativo. Ao chegar lá, o passageiro é transportado para outro heliporto, mais perto do seu ponto final, e providencia outro meio de transporte para chegar ao seu destino.

O que não foi explicado durante o anúncio da terça-feira foram os detalhes da função da Uber. Segundo um documento sobre o táxi aéreo da empresa, a Uber não se aventurará sozinha neste emergente setor, mas agirá como uma intermediária para que isso vire uma realidade.

Ainda há diversas questões logísticas (sistemas de controle de tráfego aéreo, duração da bateria, certificações do piloto e da aeronave, leis municipais, apenas para citar algumas), incluindo dúvidas sobre a conveniência das primeiras iterações do Uber Air. A Uber reconhece que o projeto ainda está em seu primórdio, mas a empresa já deu alguns passos significativos para a sua concretização, incluindo parcerias com a NASA e setores de pesquisa e desenvolvimento do Exército dos EUA, bem como a apresentação de um plano de conceitos de design abertos e colaborativos para os táxis.

Ainda assim, não é difícil imaginar um cenário onde a escassez de terraços disponíveis faça com que os passageiros tenham de se deslocar para heliportos distantes e abarrotados, por exemplo. E quem quiser viajar de uma cidade grande para sua casa pode acabar tendo de taxiar para um heliporto periférico, sendo necessário outro meio de transporte do heliporto para a sua casa – a um custo adicional.

E há o problema de quem conseguirá pagar pelo serviço. Atualmente, a Uber sugere que seu táxi aéreo compartilhado terá um preço similar ao de um trajeto de mesma distância no Uber X (em um dos exemplos, a empresa estima que um trajeto de 88 quilômetros de San Francisco a San José custará US$ 129. Um Uber X, que a empresa estima que demoraria 90 minutos a mais no mesmo trajeto, custaria US$ 111).

A empresa sugere que, "com o declínio dos preços do transporte terrestre em razão dos avanços na tecnologia dos veículos autônomos, nossas análises indicam que os preços [do táxi aéreo] sofrerão uma queda ainda mais acentuada". Por fim, a empresa espera que o trajeto aéreo de San Francisco a San José acabe custando apenas US$ 20.

Essa é uma expectativa muito otimista, ainda mais considerando que o atual projeto está em sua fase inicial.

Este post foi traduzido do inglês.

Utilizamos cookies, próprios e de terceiros, que o reconhecem e identificam como um usuário único, para garantir a melhor experiência de navegação, personalizar conteúdo e anúncios, e melhorar o desempenho do nosso site e serviços. Esses Cookies nos permitem coletar alguns dados pessoais sobre você, como sua ID exclusiva atribuída ao seu dispositivo, endereço de IP, tipo de dispositivo e navegador, conteúdos visualizados ou outras ações realizadas usando nossos serviços, país e idioma selecionados, entre outros. Para saber mais sobre nossa política de cookies, acesse link.

Caso não concorde com o uso cookies dessa forma, você deverá ajustar as configurações de seu navegador ou deixar de acessar o nosso site e serviços. Ao continuar com a navegação em nosso site, você aceita o uso de cookies.