Diversos youtubers LGBT afirmam que a plataforma vem censurando seus vídeos com um filtro que sinaliza e oculta conteúdos classificados como impróprios.
O Modo Restrito do YouTube permite que os usuários filtrem "conteúdo potencialmente censurável", segundo a plataforma. Porém, alguns vloggers afirmam que ele também está ocultando materiais pró-LGBT.
Tyler Oakley, que tem mais de 8 milhões de assinantes no YouTube, foi um dos que denunciaram o "modo restrito" da plataforma.
As cantoras Tegan e Sara passaram por uma experiência similar e tuítaram que vários de seus vídeos desapareceram no Modo Restrito.
No domingo, o YouTube soltou um comunicado afirmando que a intenção do filtro era remover conteúdo adulto do alcance de um grupo de usuários seletos, mas não explicaram por que e como materiais LGBT foram classificados como impróprios.
Rowan Ellis, que faz vídeos sobre cultura pop de um ponto de vista feminista e homossexual, disse ao site Gizmodo que o filtro reforça "uma tendência, em alguma parte desse processo, que equipara LGBTQ+ a 'não indicado para toda a família'".
SeaineLove, youtuber transgênero, também disse que os vídeos nos quais registrava a sua transformação foram removidos.
As pessoas começaram a acusar o YouTube de discriminação e hipocrisia, utilizando a hashtag #YouTubeIsOverParty.
i'm confused, shouldn't these be the restricted videos?? #YoutubeIsoverParty
"Estou confuso, estes não deveriam ser vídeos restritos?"
#YouTubeIsOverParty🤔 So you care about censorship of gay people? Where were you when Milo got permanently banned from Twitter? Hypocritical.
"Então vocês se importam com a censura de pessoas gays? Onde vocês estavam quando Milo foi permanentemente banido do Twitter? Hipocrisia."
O Google, empresa proprietária do YouTube, disse ao BuzzFeed News que os vídeos LGBT ainda estão disponíveis no Modo Restrito, mas que "alguns vídeos que tratam de assuntos como saúde, política e sexualidade podem não aparecer para usuários e instituições que optem por utilizar esse recurso".
Para estrelas do YouTube como Tyler, a plataforma era uma maneira que as pessoas marginalizadas tinham para se conectar e compartilhar suas opiniões.
"O YouTube sempre foi um lugar no qual as vozes marginalizadas chegavam a um público que buscava efetivamente uma representação na mídia", disse Tyler à revista "Teen Vogue". "Geralmente é o primeiro lugar em que muitos jovens LGBTQ+ no mundo todo se veem representados e suas histórias compartilhadas e celebradas."
Este post foi traduzido do inglês.