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Uma mulher trans que pediu asilo nos EUA foi deportada e morta em El Salvador

"As mulheres trans são mortas com demasiada frequência em meu país."

Uma mulher trans que havia sido deportada para El Salvador pelas autoridades de imigração americanas, após ter pedido asilo nos Estados Unidos, foi morta no início deste mês.

A informação é de defensores de direitos humanos, que dizem que os migrantes LGBT que deixam a América Central em busca de proteção nos EUA vivem expostos a uma rotina de violência.

Camila Díaz Córdova, de 29 anos, morreu em 3 de fevereiro, dias depois de ter sido encontrada ferida em Soyapango, um município nos arredores da capital, San Salvador, disseram amigos e defensores dos direitos humanos.

Os médicos disseram a Virginia Flores, uma amiga de Camila, que ela foi levada ao hospital após ser encontrada ferida na rua.

"Foi tudo tão trágico", disse Virginia Flores ao BuzzFeed News.

Camila havia pedido asilo ao Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos EUA no verão de 2017 em Tijuana (México), disse Virginia, alegando que queria ir para os Estados Unidos porque membros de gangues tentaram matá-la. Em novembro de 2017, Camila foi deportada para El Salvador, disse Virginia.

Al Otro Lado, uma organização com base em Tijuana que presta assistência legal a migrantes, disse que Camila permaneceu em um centro LGBT em Tijuana quando chegou à fronteira EUA-México em 2017 com outra mulher trans. Mas Camila não ficou lá tempo suficiente para ser atendida pelo grupo, disse um porta-voz.

O Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras e Agência de Imigração dos EUA não responderam aos pedidos do BuzzFeed News para se manifestarem.

Como teve pouca educação formal e não tinha o apoio de parte de sua família, o único emprego que Camila conseguiu encontrar foi a prostituição, disse Virginia.

"Eu disse a ela para não fazer isso, mas ela respondeu que não havia outro jeito de conseguir se manter", disse a amiga.

Camila vinha sendo ameaçada por outras prostitutas nos dias que antecederam a sua morte, disse Virginia, em parte porque se recusou a trabalhar no mesmo quarteirão que elas. A amiga disse que também havia ciúmes contra Camila.

"Ela tinha cabelo longo e bonito", disse Virginia Flores. "As outras já tinham ameaçado cortá-lo."

Em 30 de janeiro, a noite em que Camila foi espancada nas ruas, ela enviou mensagens de áudio a Virginia dizendo que estava sendo ameaçada por outras mulheres trans.

No dia seguinte, Virginia recebeu um telefonema de sua prima, que disse que Camila não havia voltado para casa. Virginia saiu procurando por ela — até que, dias depois, recebeu a informação de que uma mulher trans não identificada havia sido internada em um hospital próximo.

Quando Virginia chegou ao Hospital Nacional de Rosales, em San Salvador, um médico disse que Camila havia morrido em 3 de fevereiro.

A amiga disse que vai investigar o que aconteceu com Camila.

Monica Linares, diretora da Asociación Aspidh Arcoiris Trans, uma organização de defesa dos transexuais em El Salvador, disse que ouviu relatos conflitantes de mulheres trans que disseram estar no local do ataque.

"Elas disseram que foi a polícia quem a espancou e a jogou na traseira de uma viatura", disse Monica ao BuzzFeed News.

As mulheres transexuais recebem pouca proteção em El Salvador, disse ela. "As mulheres trans são mortas com demasiada frequência em meu país", disse Monica.


Este post foi traduzido do inglês.

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