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25 episódios de séries desta década que jamais esqueceremos

Escolher os 25 melhores episódios de TV dos últimos 10 anos talvez seja uma coisa bastante idiota de se fazer. Mas nós tentamos mesmo assim.

Fazendo um cálculo conservador, houve aproximadamente 84 quadrilhões de episódios de televisão nesta década; portanto, escolher os 25 melhores nos últimos 10 anos parece uma coisa bem idiota de se fazer. Mas nós tentamos mesmo assim, porque, bom, nunca houve um momento melhor para ser fã de TV do que nos anos 2010.

O termo "peak TV" (ou era de ouro da TV) foi criado para definir a explosão de conteúdo em grande parte graças à ascensão da Netflix, Amazon e Hulu, mas também reflete o aumento da televisão em sua qualidade. Por isso, para abranger a maior variedade possível, permitimos apenas um episódio por série em nossa lista – e, mesmo assim, há todas as chances de não termos incluído pelo menos um dos seus favoritos. É para isso que servem as seções de comentários, então, por favor, reflita conosco, em ordem cronológica, sobre alguns dos melhores episódios que a TV teve a oferecer desde 2010 e compartilhe seus favoritos pessoais também.

"Grey's Anatomy": "Sanctuary" e "Death and All His Friends" (6ª Temporada, Episódios 23 e 24)

Exibido pela primeira vez: 20 de maio de 2010

O Seattle Grace Hospital já havia visto sua enorme proporção de caos antes, mas nada foi o mesmo depois desses dois episódios.

O viúvo descontente Gary Clark (Michael O'Neill), que culpa Derek Shepherd (Patrick Dempsey) pela morte de sua esposa, volta ao hospital com uma arma carregada em busca de vingança.

Fica claro que todo mundo está em perigo depois que ele atira e mata a residente Reed Adamson (Nora Zehetner) quando ela não o ajuda a encontrar Derek. Então ele atira e fere criticamente o personagem estreante Alex Karev (Justin Chambers) na primeira metade do episódio.

Ocorre um isolamento do hospital depois que Gary atira em mais funcionários do hospital — incluindo Derek.

Meredith Gray (Ellen Pompeo) e Cristina Yang (Sandra Oh), que passaram o episódio procurando por Derek para lhe dar a boa notícia de que Meredith estava grávida, acabam testemunhando tudo, e o episódio termina com Meredith gritando enquanto Cristina a contém.

Na segunda parte, Meredith e Cristina conseguem levar Derek a uma sala cirúrgica, onde Cristina acaba tendo que operá-lo.

Mas Gary as encontra e as mantém sob a mira da arma exigindo que parem de operar ou ele atirará em todos eles. Owen (Kevin McKidd) tenta deter Gary para proteger Cristina, que se recusa a parar de operar, mas leva um tiro. Por fim, Jackson (Jesse Williams) inteligentemente abranda o impasse desconectando o monitor cardíaco, convencendo Gary de que Derek está morto. Eles retomam a operação em Derek enquanto Meredith vai operar Owen.

Quando você acha que as coisas não podem ficar mais dramáticas, Meredith sofre um aborto espontâneo enquanto opera Owen, mas ela se recusa a parar. Ela salva o homem de Cristina enquanto Cristina salva o dela.

O episódio termina com Gary se matando e todo mundo escapando em segurança.

A coisa mais louca de "Grey's Anatomy" é que o seu melhor é quando as coisas estão no seu pior. Esses episódios provaram que não há enredo ou morte de personagem que Shonda Rhimes tenha medo de arriscar no caminho para o sucesso da TV. A série, seus personagens e fãs nunca mais foram os mesmos.
Sylvia Obell

Outros ótimos episódios dessa série: “Losing My Religion” (aquele em que Izzie corta o fio do LVAD de Denny), “Now or Never” (aquele em que George morre), “Flight” (episódio do acidente de avião).

"Real Housewives of Beverly Hills": “The Dinner Party From Hell” (1ª Temporada, Episódio 9)

Exibido pela primeira vez: 16 de dezembro de 2010

Houve uma época em que não existia a franquia "Real Housewives"? É difícil lembrar, mas também é uma versão do mundo no qual estou totalmente desinteressada. Há muitos episódios clássicos do reality show para escolher, mas poucos me afetaram como "The Dinner Party From Hell".

Camille Grammer-Meyer, então esposa do próprio Frasier e vilão da 1ª Temporada, organiza um jantar com todas as donas de casa, além de Faye Resnick, uma amiga de Kyle Richards e da falecida Nicole Brown Simpson, e a amiga de Camille, Allison DuBois, a inspiração por trás da série psíquica que resolve mistérios da NBC "A Paranormal" e uma lunática absoluta.

Só não tenho certeza se vale a pena fazer televisão depois de assistir a Camille olhar para a câmera em um confessionário e dizer as palavras: "A moralmente corrupta Faye Resnick". Há mil diferentes podcasts e documentários sobre o julgamento de O.J. Simpson, no entanto, esse é o resumo mais conciso e necessário de tudo.

O jantar é um desastre e termina com uma grande briga: apenas um monte de apliques de cabelo e cílios voando enquanto todo mundo fica cada vez mais bêbado. A festa termina com Faye e Camille discutindo sobre quem "se abriu" ou não na Playboy, enquanto a médium diz a Kyle que seu casamento está condenado. Você pode ficar com "Game of Thrones" — é assim que é a televisão de prestígio de verdade. — Scaachi Koul

Outros ótimos episódios: “Let the Games Begin” (as irmãs Richards escondem as muletas de Brandi), “Amster-Damn!” (quando Kim chama Eileen de animal e ela sussurra "como você se atreve", e Lisa Rinna quebra um copo enquanto Kyle simplesmente... foge).

"Game of Thrones": “Baelor” (1ª Temporada, Episódio 9)

Exibido pela primeira vez: 12 de junho de 2011

Sem dragões. Sem Caminhantes Brancos. E as duas batalhas nele acontecem fora da tela. E, no entanto, nenhum episódio de "Game of Thrones" teve um impacto maior na série e na própria televisão. Muitas consequências importantes acontecem nesse episódio, de Robb Stark (Richard Madden) prometendo a Walder Frey (David Bradley) que ele se casará com uma de suas filhas (ops!), a Jon Snow (Kit Harington) descobrindo que o Meistre Aemon (Peter Vaughan) é realmente um Targaryen (👀).

Contudo, “Baelor” é o episódio em que o pobre Ned Stark (Sean Bean) perde a cabeça, enquanto suas filhas Sansa (Sophie Turner) e Arya (Maisie Williams) observam sem poder fazer nada. Sim, o rei Joffrey Baratheon (Jack Gleeson) ordena a execução de Ned na gigantesca série de livros de George R.R. Martin que serviu como modelo para "Game of Thrones" (até que não pudesse mais). Mas simplesmente imagine a primeira temporada de "Succession" terminando com Logan Roy caindo com um ataque cardíaco, ou "Veep" continuando depois que Selena Meyer é assassinada. A honestidade brutal da morte de Ned — é claro que é assim que acontece e deveria ter acontecido, não importando o quanto os espectadores se ligaram a Ned como o suposto herói da série — catalisou a transformação de "Game of Thrones" de uma novela medieval de TV a cabo paga na obsessão global devoradora que melhor definiu esta década, para o bem e para o mal. — Adam B. Vary

Outros ótimos episódios: “As Chuvas de Castamere” (o Casamento Vermelho), “Durolar” (aquele em que o Rei da Noite fica, tipo, "pode vir" para o Jon Snow), “Os Ventos do Inverno” (Cersei mata todo mundo e consegue o Trono de Ferro, e Dany finalmente parte para Westeros, e essas duas coisas foram ótimas, sem necessidade de continuar assistindo!).

"Parks and Recreation": “The Comeback Kid” (4ª Temporada, Episódio 11)

Exibido pela primeira vez: 12 de janeiro de 2012

Após uma primeira temporada esquecível, "Parks and Recreation" logo se posicionou como uma série agradável e cheia de piadas sobre otimismo e amizade. Há vários episódios dessa série infinitamente alegre que merecem um lugar nesta lista, mas é difícil bater a palhaçada pura do episódio "The Comeback Kid", da 4ª Temporada.

Leslie Knope (Amy Poehler) nomeia sua melhor amiga Ann Perkins (Rashida Jones) para ser sua diretora de campanha, enquanto ela disputa uma vaga no Conselho da Cidade de Pawnee concorrendo com Bobby Newport (Paul Rudd). Mas a ajuda dos colegas do departamento de Parques e Recreação de Leslie — e o herói de basquete da cidade, "Pistol" Pete (Tuc Watkins) — é desastrosa. O episódio culmina com o relançamento da campanha frenética de Leslie, enquanto ela, suas amigas e um cachorro de três pernas se apaixonam pela música de Gloria Estefan. Enquanto isso, Chris Traeger (Rob Lowe) vai ver como está um desempregado Ben Wyatt (Adam Scott) que está lutando contra a depressão fazendo experimentos com calzones e animação com argila (“Requiem for a Tuesday”, alguém lembra?).

O episódio exemplifica o ideal por trás da citação mais famosa de Margaret Mead: que um pequeno grupo de cidadãos atenciosos e comprometidos pode mudar o mundo — mesmo que sejam um bando de desajustados. — David Mack

Outros ótimos episódios: “Telethon” (onde o grupo fica acordado a noite toda para apresentar um evento de arrecadação de fundos para diabetes na televisão), “Li'l Sebastian” (quem poderia esquecer as "5.000 Velas ao Vento"?), “The Debate” (aquele com o debate político apresentando a estrela pornô/sósia de Leslie, Brandi Maxxxx).

"Bob’s Burgers": “Bad Tina” (2ª Temporada, Episódio 8)

Exibido pela primeira vez: 13 de maio de 2012

Desde sua estreia em 2011, "Bob's Burgers", criada por Loren Bouchard, tem sido uma obra muito estranha, mas muito encorajadora, em meio à escuridão geral dos anos 2010. E Tina, a filha mais velha dublada por Dan Mintz, é a personagem mais original da série. Uma pré-adolescente irremediavelmente desajeitada, incansavelmente excitada, que adora cavalos e gosta de escrever "ficção erótica de amigos", ela é dramática e cativantemente sincera.

É isso que torna "Tina Má" tão hilária. Quando a nova colega de classe Tammy (a sempre excelente Jenny Slate) aparece e começa a incentivar Tina a agir — estamos falando de ficar bêbada com margarita e fazer tatuagens temporárias —, ela é chantageada por seus dois irmãos mais novos, Louise (Kristen Schaal) e Gene (Eugene Mirman), e Tammy, que ameaça mostrar a ficção de Tina para sua paixão de longa data, Jimmy Jr. (H. Jon Benjamin, que também interpreta Bob). Quando Louise e Gene descobrem sobre Tammy, os irmãos conspiram para ajudar Tina. O episódio termina com Tina lendo sua literatura erótica em voz alta para toda a escola; enquanto os alunos riem dela, Tammy acidentalmente entra em um frenesi de peidos e Tina sai ilesa. Piadas de peido, uma paródia perfeita de "Stomp" e alguns vínculos familiares inesperados — o que mais você quer de um episódio de TV? — Tomi Obaro

Outros ótimos episódios: “Boyz 4 Now” (Louise desenvolve uma paixão por um membro da banda de garotos), “Mazel-Tina” (os Belchers fazem o bufê de um Bar Mitzvá), “World Wharf II: The Wharfening (ou Como Bob Salva/Destrói a Cidade, Parte 2)” (os Belchers quase morrem!).

"The Good Wife": “Hitting the Fan” (5ª Temporada, Episódio 5)

Exibido pela primeira vez: 27 de outubro de 2013

Uma das maiores histórias sobre televisão nos anos 2010 foi a inexorável diminuição do drama televisivo. Digo isso literalmente: a temporada de 22 episódios de uma série de TV de uma hora de duração é um dinossauro do século 20, amplamente substituído por temporadas que abrangem 13, 10 ou até apenas 6 episódios. Na verdade, somente um drama desta década conseguiu apresentar temporadas de longa-metragem das antigas da TV com a mesma delicadeza e virtuosismo consistentes que séries semelhantes com temporadas muito menores: "The Good Wife".

E com tantos outros episódios para considerar, esse drama jurídico da CBS dos produtores executivos Michelle e Robert King aproveitou gloriosamente o tempo que seus telespectadores passaram com seus personagens. Não consigo pensar em um exemplo melhor disso do que “Hitting the Fan”, quando o plano traçado por Alicia Florrick (Julianna Margulies) e Cary Agos (Matt Czuchry) para deixarem seu escritório de advocacia para abrirem o seu próprio foi descoberto pelos parceiros sêniores Will Gardner (Josh Charles) e Diane Lockhart (Christine Baranski). Houve outros episódios de "The Good Wife" que foram mais chocantes ou oportunos (veja abaixo). Mas o profundo e duradouro prazer proporcionado nesse episódio de assistir a esses velhos amigos, colegas e (em pelo menos um caso) amantes se confrontarem, foi informado pelos anos de história entre eles — e pelas 94 horas aproximadas de tempo no ar que o público tinha passado com eles até aquele momento. — A.B.V.

Outros ótimos episódios: “Nine Hours” (Alicia e seus colegas lutam para impedir a execução de um preso no corredor da morte), “What’s in the Box?” (Alicia e o grupo investigam possíveis fraudes eleitorais na noite da eleição governamental de seu marido), “Dramatics, Your Honor” (Will é baleado e morto, e literalmente ninguém viu isso acontecer).

"Vanderpump Rules": “Bitch Slap” (2ª Temporada, Episódio 13)

Exibido pela primeira vez: 27 de janeiro de 2014

Depois de quase uma temporada inteira de especulações de que Jax (que está namorando Stassi) dormiu com a melhor amiga de Stassi, Kristin (que está namorando o melhor amigo de Jax, Tom), isso chega ao ponto crítico em "Bitch Slap". Todos estão ficando cada vez mais bêbados em um bar, quando Stassi grita para Kristin: "Você transou com ele!" Kristin continua negando enquanto Jax conta todos os detalhes — ou seja, que eles fizeram sexo enquanto Tom estava no quarto ao lado.

"Você é uma puta suja", diz Stassi. Então ela dá um tapa na cara de Kristin com tanta força que você quase consegue ouvir seus ossos quebrando. E então ela despeja uma bebida na cabeça dela. Isso acontece em apenas 20 minutos no episódio de 43 minutos.

Não sei se há outro episódio de televisão na história das telecomunicações que usa a palavra "transar" com tanta frequência. Eu também não sabia que isso era uma honra que eu queria conceder em uma série até ver isso acontecer. — Scaachi Koul

Outros ótimos episódios: “Vegas With a Vengeance” (Frank tira sua camisa e Jax tira seu suéter de malha elegante e eles começam a brigar em um estacionamento), “It’s Not About the Pasta” (Lala e James discutem se é, de fato, por causa do macarrão), “Masquerade” (é revelado que Jax traiu Brittany enquanto uma mulher idosa dormia ao lado dele — longa história, Jesus Cristo).

"Mad Men": “The Strategy” (7ª Temporada, Episódio 6)

Exibido pela primeira vez: 18 de maio de 2014

Poucas séries acabaram sendo tão significativas para mim quanto "Mad Men", e enquanto muitas pessoas apontam para as primeiras temporadas, ainda encobertas no brilho dos anos 50, como o pico da série, eu adorei a feiura cor de mostarda e azeitona verde das últimas temporadas. É como se a salada de frutas estragasse, ou talvez apenas tivesse passado do tempo. Essa sempre foi a pergunta sobre Don (Jon Hamm): o sucesso dele acabou? Está muito velho? O Homem de Terno de Flanela Cinza tentando provar que podia sair com os amigos legais de Megan (Jessica Pare) em Hollywood Hills?

“The Strategy” ensaia essas mesmas perguntas, mas, como todos os melhores episódios de "Mad Men", entende que a coisa mais interessante sobre Don é na verdade Peggy (Elisabeth Moss) e seu relacionamento que parece ser bem único e precioso para ser chamado de algo tão genérico como "platônico". Peggy é encantadoramente petulante boa parte do episódio; quando Don entra no escritório no fim de semana para ajudá-la em um projeto, seu único pedido é que ele mostre a ela como pensar como ele. Mas, apesar de todas as semelhanças, o que Don realmente ensinou a Peggy não é como ser ele — por mais brega que pareça, é como realmente ser ela mesma. A dança lenta de “My Way”, perto do final do episódio, chega a algo quase sublime — o mesmo para a cena primorosa de Peggy, Pete (Vincent Kartheiser) e Don no Burger Chef. Uma das lições duradouras de "Mad Men" é que você não pode forçar intimidade, amor ou cuidados genuínos. Mas isso não significa que isso não aconteça nos momentos mais inesperados. — Anne Helen Petersen

Momentos bônus: Joan (Christina Hendricks) repreendendo a proposta de Bob Benson (James Wolk); a reação de Peggy quando Pete grita: "Ela é tão boa quanto qualquer mulher nesta indústria!"

Outros ótimos episódios dessa série: “Guy Walks Into an Advertising Agency” (aquele com o John Deere), “The Better Half” (Betty leva Bobby para acampar), “The Suitcase” (outro episódio de Peak Don e Peggy).

"Steven Universo": “Libertador” (1ª Temporada, Episódio 49)

Exibido pela primeira vez: 12 de março de 2015

“Libertador” resume quase tudo que foi incrível nessa série animada do Cartoon Network — um épico de ficção científica estrelando rochas espaciais lésbicas mágicas ambientado em uma cidade litorânea da Costa Leste e criado por Rebecca Sugar.

O episódio fornece a primeira de muitas revelações importantes de que Sugar abriu caminho para: Garnet (Estelle), a mais sábia e forte das mães/amigas/irmãs adotivas de Steven, é na verdade uma fusão de Rubi e Safira. O reencontro deles é muito fofo e EXTREMAMENTE GAY, a ponto de ser censurado no Reino Unido. E saber da reviravolta faz com que voltar à primeira temporada por pistas (as quais existem muitas) seja super divertido. Também assistimos a Garnet superar Jasper, enquanto ela afirma que é "feita de amor" na música "Stronger Than You", um destaque em uma série que apresentou várias músicas incríveis. E quando Jasper e Lapis se fundem, eles estabelecem um incrível arco de história sobre relacionamentos tóxicos e recuperação.

Steven Universo é bom. Não me refiro apenas à série de mesmo nome; quero dizer, esse é o conceito central do personagem que é Steven. Ele é bom — e mesmo quando falha nisso, pelo menos está tentando. E ainda mais importante, ele incentiva os outros a subirem ao seu nível. Com as lições da série sobre compreensão, comunicação aberta, confiança, perdão, trauma, aceitação, amor e cura, é um bálsamo bem-vindo. — Hayes Brown

Outros ótimos episódios dessa série: “Juramento à Espada” (Pérola ensina Connie a lutar com espadas e começa a lidar com seus próprios traumas), “Educação de Consciência” (quando Steven e Connie não conseguem se fundir, Garnet os ajuda no processo), “Última a Sair de Beach City” (Steven, Pérola e Ametista vão a um show de rock, e é incrível).

"Crazy Ex-Girlfriend": “Josh Just Happens to Live Here!” (1ª Temporada, Episódio 1)

Exibido pela primeira vez: 12 de outubro de 2015

É altamente improvável que tenha uma série como "Crazy-Ex Girlfriend" na TV novamente — seu desempenho de avaliações ruins talvez garanta isso —, mas que trajetória ela teve! E não há realmente nenhum episódio que capte a mágica singular desse PSA (anúncio de serviço público) de comédia/musical/drama/comédia romântica/saúde mental de uma hora melhor que o episódio-piloto. As criadoras Rachel Bloom e Aline Brosh McKenna sabiam que tons queriam tocar desde a cena de abertura em Camp Canyon Grove, onde vemos pela primeira vez uma Rebecca Bunch (Bloom) de 16 anos tão apaixonada pelo gato Josh Chan (interpretado com uma idiotice muito convincente por Vincent Rodriguez III) que, quando adulta, abandona abruptamente sua vida para segui-lo por todo o país. No episódio-piloto, temos tanto o humor sombrio e agressivo que sempre foi secretamente o cartão de visitas dessa série, quanto o espetáculo musical brega e sem pudor que fez de "Crazy Ex-Girlfriend" um sucesso de nicho (até com uma ótima participação do falecido Nipsey Hussle). Para mim, agora é impossível ouvir West Covina sem cantar "Californiaaaaaaa" na minha cabeça. — T.O.

Outros ótimos episódios: “Josh’s Sister Is Getting Married!” (o episódio com a melhor música de Greg; e Rebecca e Greg finalmente ficam juntos), “When Will Josh and His Friend Leave Me Alone?” (só pela música indicada ao Emmy “We Tapped That Ass”), “I Never Want to See Josh Again” (por realmente abraçar a obscuridade), “Josh Is Irrelevant” (Rebecca finalmente recebe seu diagnóstico).

"Broad City": “Burning Bridges” (3ª Temporada, Episódio 8)

Exibido pela primeira vez na TV: 6 de abril de 2016

Normalmente, Abbi (a cocriadora Abbi Jacobson) e Ilana (a cocriadora Ilana Glazer), as principais garotas dessa série doida, participam de algumas travessuras com muito pouco realmente em jogo — simplesmente o fim de um fascínio pelo bairro, cortesia de um vibrador derretido, talvez, ou um banimento vitalício da cooperativa local. Mas em “Burning Bridges”, as garotas precisam lidar com sentimentos de decepção de adultos reais e, pela primeira vez, um possível rompimento na amizade delas. Abbi está secretamente transando com Trey (Paul W. Downs), seu colega de trabalho inocente, e escondendo isso de Ilana. Enquanto isso, Lincoln “o dentista al dente” (Hannibal Buress) graciosamente termina com Ilana, que tem que lidar com o sentimento de coração partido, apesar de ser uma rainha poliamorosa.

Tudo vem à tona quando Abbi e Ilana acabam no mesmo restaurante chique: Abbi em um encontro escondido com Trey; Ilana comemorando o 35º aniversário de casamento de seus pais enquanto tentava transar com caras aleatórios para mostrar que havia superado Lincoln completamente. O que se segue é uma paródia amorosa da cena do jantar em "Uma Babá Quase Perfeita" que termina com as garotas fumando um baseado na banheira, confidenciando seus segredos uma para a outra. Concluído com uma sequência de transformação auxiliada por Bevers e uma aparição do Vestido Azul Icônico, esse episódio realmente captura o que fez de "Broad City" um prazer tão pateta. — T.O.

Outros ótimos episódios: “Hurricane Wanda” (“Não consigo dar descarga. Quero morrer.”), “Knockoffs” (Abbi prega Jeremy!), “Citizenship” (a tripulação em um barco), “Stories” (as garotas viajam por toda Manhattan no 30º aniversário da Abbi).

"The Americans": “The Magic of David Copperfield V: The Statue of Liberty Disappears” (4ª Temporada, Episódio 8)

Exibido pela primeira vez: 4 de maio de 2016

Na verdade, este é apenas um substituto para uma série de quatro episódios no meio da 4ª Temporada de "The Americans", quando Martha (Alison Wright) percebe que “Clark” (na verdade Philip, interpretado por Matthew Rhys), o homem com quem se casou, na verdade é um espião da KGB — e para viver, ela terá que fugir para a Rússia, deixando tudo para trás. "The Americans" é uma série lenta, do tipo que demora um pouco – ou uma temporada – para aquecer, mas deixa você profundamente envolvido. A sensação foi essa, assistindo às revelações de Martha: como essa personagem profundamente irritante e facilmente manipulada se tornou tão essencial? Como chegamos ao ponto em que a sensação de vê-la entrar em um avião para a Rússia é como partir o coração em pedaços? A premissa central de "The Americans" é o quão fácil é jogar com qualquer identidade, qualquer ideologia, incluindo a identidade supostamente única e inata de um americano. Mas só porque é fácil não significa que não tem consequências: para Martha, cujo triste destino russo nos resta imaginar, e para Philip, cuja capacidade de separar os efeitos de suas ações de si mesmo continua a se desintegrar. — A.H.P.

Outros ótimos episódios dessa série: o arco da revelação de Marta, começando com “Clark’s Place”, continuando com “Travel Agents” e “The Rat”.

"RuPaul’s Drag Race All Stars": “Revenge of the Queens” (2ª Temeporada, Episódio 5)

Exibido pela primeira vez: 22 de setembro de 2016

O que começou como um projeto de arte estranho inspirado em Ryan Trecartin, pouco iluminado e com vaselina na lente e filmado em um porão, tornou-se um movimento cultural multimilionário com nove Emmys. Com tanto sucesso, uma versão spin-off do programa com as rainhas mais ferozes das temporadas passadas era inevitável, mas quando o primeiro "All Stars" estreou em 2012, foi, digamos... decepcionante.

Quando o "All Stars" foi ressuscitado quatro anos depois, fomos presenteados com uma temporada — e um episódio — que mudou o curso da cultura, acrobacias, piadas, bufonaria e charcutaria para sempre.

Como o título sugere, "Revenge of the Queens" (vingança das rainhas, em tradução livre) começa depois que as quatro rainhas eliminadas até então são reveladas atrás do espelho falso na sala de espera do programa. Todas elas ouviram as críticas de Phi Phi O’Hara ao desfile e ao desempenho de Alyssa Edwards, e Alyssa a chama. A partir daí, o mundo foi dividido em duas equipes: uma onde todo os EUA pega suas tochas para queimar Phi Phi na fogueira... e então eu sozinho em uma equipe. Eu me senti como Piggy de "O Senhor das Moscas" — fui gentilmente lembrado que os fãs de "Drag Race" odiavam Phi Phi depois que a lendária dançarina brigou com Sharon Needles na quarta temporada de "Drag Race", mas Sharon é quem começou isso.

Também foi um desafio com uma das decisões mais difíceis para o público, pois cada dupla foi ótima (incluindo Roxxxy Andrews, porque, apesar de tropeçar na palavra "gloryhole" — eu também, garota —, ela foi bem). Em seguida, fomos presenteados com uma das dublagens mais célebres e referenciadas de Drag Race: a apresentação de suas vidas de Tatianna e Alyssa com o "Shut up and Drive", de Rihanna. No final, com outra reviravolta na trama, Ru escolheu trazer Tati e Alyssa de volta, permitindo que cada uma revelasse seus batons para enviar uma rainha selecionada para casa.

Bem, spoiler, mas ambas escolheram a senhorita O’Hara e, em um momento de extremo constrangimento e desconforto, Phi Phi desprezou Alyssa que vinha para um abraço e ela se afastou. Meu medo de Phi Phi ser "aquela garota" se tornou realidade e, francamente, tive que deixá-la nas mãos de Deus.

Enfim, foi um ótimo episódio, ninguém pode falar nada, e jamais haverá outro momento de "All Stars" — ou momento de "Drag Race", ponto! — que se aproxime desse. — Zachary Ares, conhecido como Syzygy

Outros ótimos episódios de Drag Race: basicamente, cada uma das reuniões! Reunião da 9ª Temporada” (aquele onde Shea e Farrah vieram buscar Valentina), “Reunião da 10ª Temporada” (quando Vixen disse que RuPaul usou julgamentos distintos para rainhas POC versus rainhas brancas, e saiu do set) e “Reunião da 11ª Temporada” (quando Kahanna estava recorrendo ao horário político).

"Black Mirror": “Queda Livre” (3ª Temporada, Episódio 1)

Disponível pela primeira vez: 21 de outubro de 2016

"Black Mirror" tem sido aclamado como uma denúncia assustadora contra os nossos tempos de tecnologia, ou ridicularizado como um melodrama profundamente bobo e estranhamente ludita, mascarado como TV de prestígio. Aqui está a verdade: "Black Mirror" é, na verdade, as duas coisas, ocasionalmente ao mesmo tempo!

O episódio que capta com mais êxito o espírito de duelo da série é "Queda Livre", da 3ª Temporada, escrito por Rashida Jones e Michael Schur, com base em uma história do criador de "Black Mirror" Charlie Brooker. Bryce Dallas Howard interpreta Lacie, uma jovem que vive em uma paisagem infernal de cor pastel, na qual todo mundo tem seu próprio perfil, atualizando constantemente as avaliações nas redes sociais, o que afeta todos os aspectos de suas vidas cotidianas, desde o tipo de carro que eles podem alugar aos bairros em que podem morar. É um mundo em que as pessoas estão constantemente no limite, incapazes de dizer o que realmente querem dizer, fadadas a morderem biscoitos para que tenham o formato perfeito de meia-lua, para que possam fotografar e compartilhar em seus feeds de rede social para melhorarem suas avaliações. Parece familiar?

No início do episódio, Lacie tem uma respeitável avaliação de 4,2 (de 5), mas ela está convencida de que, ao comparecer ao casamento de uma velha amiga — cheio de belas pessoas influentes com avaliações de 4,8 e acima —, ela será capaz de atingir o cobiçado 4,5. Mas, como se trata de "Black Mirror", a luta de Lacie para chegar ao casamento é hilária, devastadora e malsucedida — resultando em uma sátira desconfortavelmente próxima da realidade da nossa obsessão intensa com a influência da mídia social. — T.O.

Outros ótimos episódios: “Toda a Sua História” (melodrama de adultério à moda antiga), “Natal” (Jon Hamm!); “San Junipero” (a história de amor lésbica feliz e levemente superestimada), “USS Callister” ("Star Trek", ao estilo de "Black Mirror"!)

"BoJack Horseman": “Peixe Fora D'água” (3ª Temporada, Episódio 4)

Disponível pela primeira vez: 22 de julho de 2016

Escute aqui, "BoJack Horseman" é uma série perfeita e, se eu pudesse colocar todos os episódios nesta lista, eu colocaria. Mas eu escolhi “Peixe Fora D'água” porque é o momento em que percebi pela primeira vez que não estava apenas assistindo a uma série animada muito boa sobre um cavalo antropomorfizado chamado BoJack (Will Arnett) que estrelou uma série cômica de sucesso, tipo TGIF, na década de 1990 e se tornou um alcoólatra amargo e depressivo, mas que também é engraçado. Quando BoJack chega ao Festival de Cinema do Oceano Pacífico — onde (ele acha que) a comunicação é impossível porque todo mundo está embaixo d'água —, eu assisti ao episódio quase mudo transcorrer com um nível de invenção visual, e me pergunto o que honestamente me levou às lágrimas. "BoJack" não é quantificável — é comédia, tragédia, sátira, farsa, absurdo, realismo, mágica e devastação. "Peixe Fora D'água" é tudo isso de uma só vez. — A.B.V.

Outros ótimos episódios: “O Lado Escuro de Hank” (a amiga de BoJack, Diane, acusa a amada personalidade da TV Hank Hippopopalous de conduta sexual inapropriada, dois anos antes do #MeToo explodir), “Demais, Cara!” (BoJack faz uma enorme farra com seu antigo colega com consequências chocantes), “Seu Estúpido de M***a“ (a mãe de BoJack vai morar com ele, mergulhando-o em uma espiral de dúvidas em relação a si mesmo), “Churros Grátis” (BoJack elogia sua mãe em uma cena única e ininterrupta).

"Jane the Virgin": “Chapter Fifty-Four” (3ª Temporada, Episódio 10)

Exibido pela primeira vez: 31 de outubro de 2016

"Jane the Virgin" sempre foi muito boa em reviravoltas genuínas na trama, e talvez nenhuma tenha sido mais devastadora do que este episódio da 3ª Temporada.

No início da temporada, Michael (Brett Dier), o primeiro amor e agora marido de Jane (Gina Rodriguez), foi hospitalizado e lutou por sua vida depois de ser baleado na noite de núpcias pelo vilão maligno Sin Rostro. Mas, desde então, ele se recuperou, renunciando com relutância à força policial e planejando frequentar a faculdade de direito.

Em “Chapter Fifty-Four”, que é intercalado com flashbacks das origens da história de amor de Jane e Michael, vemos os personagens voltarem a desfrutar das coisas enquanto Michael se prepara para o LSAT e Jane tenta conquistar seu chefe malvado na seu trabalho de publicação. Mas então, no final do episódio, Michael cai no chão enquanto faz o teste e morre. É uma reviravolta chocante, principalmente porque acontece no meio da temporada.

"Jane the Virgin" sempre se destacou em extrair compaixões humanas comuns em eventos extraordinários, e Gina Rodriguez tem uma atuação incrível no episódio. A morte de Michael foi uma aposta arriscada da diretora Jennie Snyder Urman, mas valeu a pena. Mesmo quando Michael, em outra reviravolta chocante na trama, retorna à vida de Jane com sua memória apagada, foi sua morte inicial que desarraigou a vida de Jane para sempre. — Krystie Lee Yandoli

Outros ótimos episódios dessa série: “Chapter Forty-Seven” (Jane finalmente faz sexo pela primeira vez), "Chapter Eighty-One" (Jane descobre que seu marido, Michael, não está realmente morto), “Chapter One Hundred” (um episódio final de série muito gratificante, "direto de uma telenovela").

"The Good Place": “O Plano de Michael” (1ª Temporada, Episódio 13)

Exibido pela primeira vez: 19 de janeiro de 2017

Não acredito em guardar spoilers de séries ou filmes lançados anos atrás — a menos que eu não tenha visto a série ou o filme, caso em que fico muito brava se estragar para mim —, mas "The Good Place" é aquele sobre o qual eu realmente não quero dar spoiler para ninguém. O conceito da série é tão inteligente e tão brilhantemente planejado, que o final da 1ª Temporada me atingiu com tanta força que eu gritei.

Depois que Eleanor Shellstrop (Kristen Bell) morre e passa a 1ª Temporada no Bom Lugar, preocupada com o fato de o arquiteto Michael (Ted Danson) de seu bairro paradisíaco descobrir que ela não pertence ao lugar, ela acaba com algumas outras pessoas que também acham que talvez haja algo errado: Chidi (William Jackson Harper), um estressado e nervoso especialista em ética, Jason (Manny Jacinto), um canalha de Jacksonville que adora dançar, e Tahani (Jameela Jamil), uma socialite britânica que se diz sempre melhor do que todo mundo, até na vida após a morte. No final, Eleanor percebe o que está acontecendo, e esta é uma das reviravoltas mais gratificantes da história da televisão. Nada melhor do que uma série que é tão boa que faz você se sentir um pouco idiota. — Scaachi Koul

Outros ótimos episódios: “Tudo Está Bem” (talvez o melhor e mais bem comedido episódio-piloto da história recente), “Jeremy Bearimy” (o melhor trabalho de Chidi), “Para Outro Lugar” (eles têm uma segunda chance na Terra).

"The Leftovers": “The Book of Nora” (3ª Temporada, Episódio 8)

Exibido pela primeira vez: 4 de junho de 2017

Parecia, pelo menos para mim, praticamente impossível que essa série maravilhosa pudesse cumprir sua premissa — um monte de pessoas no planeta desaparecendo aleatoriamente do nada — de uma maneira realmente gratificante. Nenhum episódio final de temporada de uma série envolvendo mistérios fantásticos poderia ser pior do que o de "Lost", e eu tinha fé nesses diretores, mas mesmo assim. Como "The Leftovers" chegaria ao fim?

Mas os três atos de "The Book of Nora" acabaram incorporando o espírito dessa série de maneiras emocionantes e notáveis. Nora (Carrie Coon) decide que prefere subir em uma máquina misteriosa de obliterar pessoas, caso ela seja capaz de entregá-la aos filhos desaparecidos — em vez de viver mais um segundo sem eles. No início do episódio, Matt (Christopher Eccleston) e Nora fazem um jogo de palavras com o obituário de Nora, e isso é muito fofo e muito engraçado, e também muito triste. O meio do episódio, entretanto, é muito ??? de uma maneira clássica de "Leftovers": Kevin (Justin Theroux) realmente não se lembra do relacionamento dele e de Nora? Que diabos é este casamento rural australiano? VOCÊ NÃO VAI NOS DIZER O QUE ACONTECEU COM A NORA QUANDO ELA ENTROU NA MÁQUINA????

No terceiro ato, descobrimos o que aconteceu com Nora; ou descobrimos o que ela nos diz que aconteceu com ela. Cabe a nós determinar se acreditamos nela: que, em outro mundo, os mortos perderam todos que permaneceram no mundo de Kevin e Nora. Quando Kevin, com o rosto cheio de lágrimas, diz a Nora que ele acredita nela, e a trilha sonora começa a aumentar — meu Deus! Extraordinário. — Shannon Keating

Outros ótimos episódios: “I Live Here Now” (o episódio final da 2ª Temporada, em que Kevin canta karaokê para voltar para casa), “International Assassin” (porque é completamente louco), “No Room at the Inn” (quando Matt e Mary estão trancados fora de Jarden), droga, até mesmo o episódio-piloto. Sério, muitos.

"Halt and Catch Fire": “Goodwill” (4ª Temporada, Episódio 8)

Exibido pela primeira vez: 7 de outubro de 2017

Passei a maior parte dos três episódios finais de "Halt and Catch Fire" chorando incontrolavelmente. Em parte, eu estava chorando pelo final da minha série de TV favorita (uma pena que é pouco assistida). Eu estava chorando principalmente por Donna (Kerry Bishé), Cameron (Mackenzie Davis), Gordon (Scoot McNairy) e Joe (Lee Pace), pessoas fictícias com as quais eu me importava mais profundamente do que imaginava depois de quatro anos em tempo real e uma década na tela.

“Goodwill”, escrito pelo cocriador da série Christopher Cantwell e Zack Whedon, atua como uma elegia não apenas para Gordon (que remete a "A Sete Palmos", morrendo de repente no final do episódio anterior), mas para toda a série. É uma pausa deliberada e silenciosa na ação da temporada, que se desenrola como uma peça de teatro, acompanhando os personagens chocados em diferentes uniões ao longo de um dia, quase inteiramente em uma casa, enquanto eles arrumam as coisas de Gordon. Por mais triste que seja, também existem alguns momentos surpreendentemente engraçados — o assalto ao brechó de Joe, as reviravoltas engraçadas de Cameron — que dialogam com a delicadeza da escrita de uma série que nunca se contentou em tocar apenas os acordes poderosos.

Nesse ponto, limita-se ao clichê que explorar a realidade confusa do luto muitas vezes contribui para uma televisão memorável, mas o soco emocional de "Goodwill" ainda parece totalmente merecido. "Halt and Catch Fire" nunca teve a ver realmente com a indústria de tecnologia dos anos 80 e 90, ou com qualquer coisa que não fosse a vida e o relacionamento de seus personagens centrais, o que significava que os roteiristas nunca trataram ninguém como descartável ou trocado por fichas emocionais casualmente. Quando Gordon se vai, você sente a ausência dele de uma maneira realmente visceral. "Goodwill" é o momento crucial e agridoce em que anos de tensão de narrativa começam a se dissolver, e Donna, Cameron e Joe começam a enfrentar não apenas a morte de Gordon, mas todas as maneiras pelas quais eles machucam uns aos outros — e o quanto eles ainda se importam. Assistindo a eles, como você também não se importa?
Rachel Sanders

Outros ótimos episódios: “Up Helly Aa” (1ª rodada da Comdex: quem vai comer todos estes camarões?), “Heaven Is a Place” (as senhoras agora líderes enfrentam o Vale do Silício), “NIM” e “NeXT” (2ª rodada da Comdex: o grupo se reencontra) e “Ten of Swords” (o grupo enfrenta o futuro).

"Atlanta": “Barbearia” (2ª Temporada, Episódio 5)

Exibido pela primeira vez: 29 de março de 2018

A beleza de "Atlanta" é contar histórias e piadas internas sobre homens negros nos EUA de uma forma que parece sem precedentes, e "Barbearia" é a prova de que você deve assistir para saber.

Nesse episódio independente, Al (Brian Tyree Henry), que se tornou um herói da cidade natal por seu rap de sucesso "Paper Boi", tenta cortar o cabelo antes de uma sessão de fotos. Quando Al chega à barbearia, seu barbeiro Bibby (Robert S. Powell) diz a Al que ele precisa atravessar a cidade para fazer algo "muito rápido", e convida Al para ir junto. Amigos de verdade sabem que ninguém na história dos negros que pronunciou essa frase quer dizer isso, e Bibby não é exceção.

O brilho desse episódio é que ele se aprimora em uma experiência tão específica que é tão hilária quanto verdadeira. É comum brincar sobre isso quando um homem negro sai para cortar o cabelo, não há como dizer a que horas ele voltará. E, embora os obstáculos que Al tivesse que enfrentar para esse corte de cabelo em particular fossem estranhos, eles não eram completamente intangíveis. Eu juro a você que nenhum homem negro se perguntou por que ele não deixou outra pessoa na barbearia cuidar dele. — S.O.

Outros ótimos episódios dessa série: “Teddy Perkins” (aquele estranhamente brilhante, onde Donald Glover fica com o rosto branco); “Rede Afro-americana de Televisão” (aquele do programa de notícias que mostra um jovem que é "transracial"), “Na Balada” (aquele sobre ir à boate).

"Insecure": “High-Like” (3ª Temporada, Episódio 5)

Exibido pela primeira vez: 9 de setembro de 2018

A magia de "Insecure" sempre baseou em sua genuína compreensão da cultura milenar negra. Em "High-Like", vemos isso em primeira mão quando as garotas — Issa (Issa Rae), Molly (Yvonne Orji), Kelli (Natasha Rothwell) e Tiffany (Amanda Seales) — vão ao Coachella para ver a Beyoncé.

Antes do show naquela noite, Issa leva o grupo em uma "missão de vadias" para se encontrar com seu atual interesse amoroso Nathan (Kendrick Sampson) em uma festa na piscina. Lá um delicioso caos se segue.

Issa e Nathan transam na infame roda-gigante de Coachella — uma das cenas mais elétricas de todos os tempos. Lá embaixo, o resto do grupo acaba "brigando contra os brancos no campo" depois que Kelli decide brigar com uma mulher branca que, sem desculpas, bloqueia sua visão do palco do show porque ela está nos ombros de um homem, acabando com elas sendo expulsas.

Em uma tentativa desesperada de última hora de ver Bey, Kelli se arrisca tentando forçar o portão, sendo atingida com uma arma de choque por um segurança. Ela cai de bruços no chão, faz xixi em si mesma e, enquanto suas amigas correm até ela, ela grita: "Lembrem-se de mim diferente!"

No dia seguinte, Issa encontra seu ex-namorado Lawrence (pela primeira vez em toda a temporada!) na loja de conveniência.

Esse episódio é "Insecure" no seu melhor — hilário, relacionável, chocante e negro para caramba. Que outra série poderia usar algo tão estimulante quanto ser eletrocutado e nos fazer rir disso? Onde mais na TV você vê mulheres negras participando das palhaçadas de comédias normalmente reservadas para homens brancos? Quem mais é inteligente o bastante para centralizar uma trama em torno de Beyoncé sem que nós realmente vejamos a Beyoncé? Que outra base de fãs é tão hilariante irritante quanto a #LawrenceHive (pesquise e me agradeça mais tarde)? — S.O.

Outros ótimos episódios dessa série: “Hella LA” (aquele em que Kelli é masturbada na lanchonete depois da festa do Kiss 'n' Grind), “Hella Perspective” (aquele em que Issa e Lawrence finalmente encontram paz), “Obsessed-Like” (o estudo de caso sobre o efeito fantasma todos nós merecemos).

"Fleabag": Último episódio da série (2ª Temporada, Episódio 6)

Exibido pela primeira vez: 8 de abril de 2019

Nesta temporada, foi surpreendentemente adorável ver que Fleabag (criadora Phoebe Waller-Bridge) na verdade se recompõe — das intermináveis transas ruins e outras decisões horríveis. Mas sua família ainda é uma bagunça. Sua irmã Claire (Sian Clifford) teve um aborto espontâneo e ainda está casada com um homem imenso; seu pai e sua noiva sem noção (Olivia Colman) parecem não acreditar que Fleabag não está prestes a voltar aos seus dias de roubos crônicos e várias outras merdas.

No episódio final, durante o casamento de Claire e do pai de Fleabag, Fleabag encoraja sua irmã a ir atrás do que ela realmente quer: um cara finlandês também chamado Klare. As irmãs, com suas personalidades diferentes, têm lutado para realmente se conectarem, mas o final da série as aproxima de uma maneira verdadeiramente conquistada, marcada por uma das mais doces e mais memoráveis falas de "Fleabag": “A única pessoa quem eu correria atrás pelo aeroporto é você.”

Quando Fleabag diz ao padre gato (!) (Andrew Scott) que ela o ama, após seu discurso adoravelmente desequilibrado sobre o quão terrível, mas grande, o amor é no casamento, ele diz a ela, de forma desoladora, que isso vai passar — mas que além disso ele também a ama. Eu escolho acreditar na teoria de que a raposa no final do episódio significa que o padre acabará escolhendo Fleabag em vez de Deus. Mas mesmo que a série não tenha um final romântico feliz, o que há de tão bom na conclusão de "Fleabag" é que, amando alguém — alguém que, ao longo da temporada, enxergou através da desassociação da quebra da quarta parede de Fleabag das realidades atuais de sua vida —, ela foi capaz de deixar para trás o último de seus mecanismos de superação de trauma. — Shannon Keating

Outros ótimos episódios: 2ª Temporada, Episódio 4 (quando o padre gato diz a Fleabag para se ajoelhar!!!); 2ª Temporada, Episódio 1 (o macacão! "Isto é uma história de amor!" “Então, foda-se!”), 2ª Temporada, Episódio 3 (quando Fleabag "ajuda" Claire com uma reunião chique) — toda a segunda temporada é perfeita. Na primeira temporada mais sombria, ainda existem alguns momentos de leviandade, como o Episódio 4, quando a viagem de Claire e Fleabag a um retiro silencioso envolve uma mulher sendo atacada de forma muda por abelhas.

"Veep": “Veep” (7ª Temporada, Episódio 7)

Exibido pela primeira vez: 12 de maio de 2019

Na década de 2010, a televisão alternou entre descrever a política como um campo ambicioso que recompensa a esperança e o brilho ("Parks and Recreation", "Madam Secretary") ou como drama maquiavélico rico em conspiração e assassinato ("House of Cards", "Scandal: Os Bastidores do Poder"). Mas foi "Veep" que realmente acertou em cheio com a verdade feia, absurda, egoísta, desesperada, conivente e hilária incompetente da vida política nos EUA.

O episódio final perfeito da série é o que você precisa ver. Selina Meyer (Julia Louis-Dreyfus) tenta enganar os rivais em uma convenção em 2020, onde espera ganhar a indicação de seu partido para a Casa Branca. Depois de inadvertidamente se tornar uma defensora dos direitos trans, usando um banheiro masculino convenientemente localizado na conservadora Carolina do Norte, ela se propõe a proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo em uma tentativa de obter o apoio de um governador religioso. Mas, para finalmente alcançar seu sonho, ela precisa sacrificar o assessor dedicado Gary Walsh (Tony Hale) e oferecer a Jonah Ryan (Timothy Simons) a promoção de uma vida.

As sete temporadas de brilho de Louis-Dreyfus (ela venceu o Emmy por quase todas as temporadas) culminaram nessa despedida espetacular para uma personagem sociopata de boca suja e monstruosa que raramente era tão desonesta. Sua conclusão — Meyer sozinha em uma mesa, muitos anos depois, quando a cobertura de seu funeral é interrompida pela morte de Tom Hanks — é assustadora e hilária. — D.M.

Outros ótimos episódios: “Helsinki” (onde vemos pela primeira vez a primeira-ministra finlandesa de Sally Phillips, Minna Häkkinen), “Debate” (aquele em que Selina faz aquele corte de cabelo).

"Orange Is the New Black": “Deportação” (7ª Temporada, Episódio 5)

Disponível pela primeira vez: 26 de julho de 2019

Essa série inovadora da Netflix sempre foi mais comovente quando usou histórias parcialmente inspiradas em manchetes recentes para seus roteiros cada vez mais sombrios — da transição de Litchfield da penitenciária estatal para uma prisão privada terrivelmente burocrática na 3ª Temporada ao confinamento solitário forçado para a cabeleireira transexual Sophia Burset (Laverne Cox), supostamente para sua “própria proteção”. Mas a 4ª Temporada é frustrante, o movimento All Lives Matter, de Poussey (Samira Wiley), destruiu temporariamente o embalo da série, e as temporadas 5 e 6 ficaram atoladas com muitos personagens novos.

A temporada final da série endireitou o rumo das coisas, trazendo-nos de volta aos personagens principais que amamos, enquanto nos recusamos a disfarçar os efeitos da pobreza e discriminação sistêmica nessas mulheres negras e pardas, na maioria pobres. "Deportação" é um episódio particularmente visceral que captura a essência da série em toda a sua glória engraçada e comovente.

Piper (Taylor Schilling), recém-libertada, se irrita sob condicional. Taystee (Danielle Brooks) ainda está lutando com sua sentença de prisão perpétua. Aleida (Elizabeth Rodriguez) tenta impedir que sua filha da oitava série acabe na prisão como sua irmã mais velha Daya (Dascha Polanco) — só para acabar sendo presa (novamente). Mas, sem dúvida, o enredo mais devastador vai para a elegante e adorável Maritza Ramos (Diane Guerrero). Depois de acreditar que era cidadã dos EUA a maior parte de sua vida, ela foi detida pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) e, nesse episódio, foi deportada sem cerimônia. A cena final do episódio mostra um grupo de 11 mulheres prestes a ser deportado sentado em um avião, todas elas acorrentadas, um guarda do ICE vigiando com uma arma. Uma a uma, cada mulher desaparece lentamente. Maritza é a última restante, até que ela também desaparece. É um momento incrivelmente poderoso que mostra o que "OITNB" fez melhor — mantendo-se real, mesmo que isso parta seu coração. — T.O.

Outros ótimos episódios: “Loucura Não Se Cura” (aquele em que Piper finalmente perde a cabeça e soca Pennsatucky sem piedade), "Gentileza é Fundamental" (Rosa sai com um estrondo!), “Não Confie em Ninguém” (as mulheres encontram um lago).

"Succession": “Safe Room” (2ª Temporada, Episódio 5)

Exibido pela primeira vez: 1º de setembro de 2019

Outra série de prestígio da HBO dedicada à vida de pessoas brancas ricas e horríveis não tem o direito de ocupar o meu cérebro quase tanto quanto "Succession" tem em 2019. E, no entanto, não posso deixar de amá-la. De alguma forma, é possível simpatizar com esses personagens, apesar de toda a merda que eles estão fazendo com a sociedade — especialmente Kendall (Jeremy Strong), que abre "Safe Room" no telhado da ATN, um canal tipo a Fox, caminhando ociosamente pelos parapeitos.

O melhor da segunda temporada de "Succession" é que a série começa realmente a lidar com os males políticos da ATN. Tom (Matthew Macfadyen) tem a tarefa de entrevistar uma âncora que se meteu em problemas de relações públicas por ter amigos fascistas e nomear seu cão em homenagem ao cão de Hitler ("ortografia diferente", o âncora assegura). Greg (Nicholas Braun), dizendo a Tom que os nazistas são, de fato, "os piores", mostra uma imagem horrivelmente cômica da falta de integridade moral dessas pessoas. A dinâmica de Greg e Tom é um destaque desse episódio, especialmente quando, depois que Greg tenta sair, Tom arremessa garrafas de água nele enquanto eles se refugiam em uma sala de conferência de um possível atirador — e quando Tom fica positivamente animado por Greg ter coragem de chantageá-lo mais tarde.

Mas o que faz de "Safe Room" um destaque para mim é que, no meio da temporada, ficamos inquietos nos perguntando se o pai de Kendall está planejando se aproveitar dele no final. Logan (Brian Cox) está realmente preocupado com Kendall durante o tiroteio ou ele só está preocupado porque Kendall está com suas pílulas? E, mais impressionante, no final do episódio, quando Kendall descobre que sua fuga no telhado foi arquitetada com paredes de vidro gigantes — impedindo-o de um dia de cair e morrer —, temos que nos perguntar se seu pai está realmente preocupado com sua segurança ou se Kendall é apenas mais um ativo caro a ser acumulado.

Adicione as iniciações sexuais de Gerri e Roman (J. Smith-Cameron e Kieran Culkin) (ele se masturba enquanto ela o chama de "porquinho repulsivo"), o elogio absurdo de Connor (Alan Ruck) para o amigo da família "Mo" Lester, e Kendall chorando tragicamente no ombro de Shiv (Sarah Snook) em um momento em que, essa era outra família, elas poderiam finalmente se apoiar de uma maneira humana verdadeira, e isso é "Succession" no seu melhor. — Shannon Keating

Outros ótimos episódios: obviamente, o episódio final da 2ª Temporada, onde vemos a ascensão triunfante de Kendall. O episódio final da 1ª Temporada, onde vemos Kendall forçado a se render à misericórdia de seu pai em uma tragédia no estilo Chappaquiddick, também é um soco no estômago.●

Este post foi traduzido do inglês.

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