O deputado federal Alexandre Frota está atirando para todos os lados na briga interna do governo de Jair Bolsonaro, a quem ele diz que continua apoiando.
Em uma live no domingo (24), Frota disse que os militares querem mandar no PSL, partido dele e de Bolsonaro.
Nesta segunda (25), o ex-ator engrossou o coro dos militares contra o escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru intelectual do presidente.
O resultado: muitos bolsonaristas entraram nas redes sociais de Frota para desancar o deputado.
"General Santos Cruz [ministro da Secretaria de Governo], principal homem forte de Bolsonaro, diz que Olavo é um desequilibrado, chulo e sem noção", escreveu Frota, colocando um emoji de gargalhada e a hashtag "fora Olavo".
Recentemente, Alexandre Frota disse que foi considerado persona non grata no núcleo do governo Bolsonaro, por ter defendido a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de um dos filhos de Bolsonaro, Flávio, quando ele era deputado estadual no Rio. Queiroz é investigado por ter transações financeiras consideradas suspeitas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Frota também tem criticado o próprio partido. No domingo, em live no Facebook, ele afirmou que recebera denúncias de que o partido estava sendo "vendido" em algumas regiões do país. Disse também que os militares estavam tentando comandar a legenda.
"Existe aí uma parte de militares mandando e desmandando no PSL. E eu quero saber o que é isso. Gente que nem é do PSL, que não é deputado estadual, não é vereador, não é deputado federal. Gente falando 'o PSL é meu'. E, na maioria, quando eu vejo, é major, é coronel, é tenente, ex-tenente".
Mas o que incomodou os bolsonaristas hoje foi a comemoração de Frota sobre a entrevista do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, general Santos Cruz, à Folha de S. Paulo. O ministro reagiu à série de ataques que Olavo tem feito aos militares no governo, sobretudo ao vice-presidente, Hamilton Mourão.
“Por suas últimas colocações na mídia, com linguajar chulo, com palavrões, inconsequente, o desequilíbrio fica evidente”, disse o ministro sobre Olavo, que foi homenageado pelo próprio presidente na semana passada, em um jantar nos Estados Unidos.