• newsbr badge

Diálogo de Moro com Deltan fora dos autos é “péssimo”, diz ministro do STF

"Ofício do juiz pressupõe a equidistância, o distanciamento. Ele não é estado acusador, é julgador, apenas. É arbitro e, como tal, não pode ter ligações extra-processo com qualquer das partes", disse Marco Aurélio Mello.

O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, disse nesta segunda-feira que a publicação de diálogos entre o ministro Sergio Moro, que era o juiz da Lava Jato em Curitiba (PR), e o chefe da força tarefa da operação, Deltan Dallagnol, é algo “péssimo para o Judiciário” e “para a magistratura”.

“O leigo fica achando que não há equidistância. O ofício do juiz pressupõe a equidistância, o distanciamento. Ele não é estado acusador, é julgador, apenas. É arbitro e, como tal, não pode ter ligações extraprocesso com qualquer das partes, ainda que seja o Ministério Público, não importa”, disse o ministro.

O site The Intercept Brasil divulgou mensagens atribuídas ao juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol em que o magistrado sugere à Procuradoria a troca de ordens de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas etapas e antecipou uma decisão judicial.

Em, ao menos duas conversas, Moro e Deltan parecem combinar e depois celebram a divulgação dos grampos do ex-presidente Lula quando este havia sido nomeado ministro da Casa Civil pela sucessora Dilma Rousseff, em março de 2016. Este é um dos episódios mais rumorosos da Lava Jato e os áudios foram anulados depois pelo Supremo Tribunal Federal.

“É ruim para o Judiciário. Mas, [sobre] consequências temos que aguardar, não dá pra prever coisa alguma [neste momento]. Mas [isso] é péssimo para a magistratura, para o Judiciário. O juiz tem que manter diálogo com o Ministério Público, quando é parte, e com a defesa, no processo. Fora disso é algo que não interessa ao cidadão, ao jurisdicionado”, disse.

Moro, que abandonou a magistratura no ano passado para ser ministro de Jair Bolsonaro, negou em nota que a revelação das conversas não apresenta "qualquer anormalidade ou direcionamento" da sua atuação como juiz.

Já a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse, após a publicação das conversas, que se trata de um "ataque criminoso à Lava Jato". Segundo a nota, a revelação das conversas privadas põe em "risco" a segurança dos procuradores

Utilizamos cookies, próprios e de terceiros, que o reconhecem e identificam como um usuário único, para garantir a melhor experiência de navegação, personalizar conteúdo e anúncios, e melhorar o desempenho do nosso site e serviços. Esses Cookies nos permitem coletar alguns dados pessoais sobre você, como sua ID exclusiva atribuída ao seu dispositivo, endereço de IP, tipo de dispositivo e navegador, conteúdos visualizados ou outras ações realizadas usando nossos serviços, país e idioma selecionados, entre outros. Para saber mais sobre nossa política de cookies, acesse link.

Caso não concorde com o uso cookies dessa forma, você deverá ajustar as configurações de seu navegador ou deixar de acessar o nosso site e serviços. Ao continuar com a navegação em nosso site, você aceita o uso de cookies.