A NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, divulgou em seu site e nas redes sociais uma imagem capturada pelo satélite Suomi NPP — lançado em 2011 para coletar dados sobre as mudanças climáticas — que mostra fumaça e focos de incêndios na Amazônia brasileira. O satélite usa um instrumento chamado VIIRS (do inglês "Visible Infrared Imager Radiometer Suite") que faz imagens radiométricas do globo terrestre.
Segundo a agência, a imagem foi captura na terça-feira (20). "Não é raro o registro de incêndios no Brasil nesta época do ano devido às altas temperaturas e à baixa umidade. O tempo dirá se este ano o número de incêndios é recorde ou se está dentro dos limites habituais", diz o texto da NASA.
Como os incêndios na Amazônia se tornaram tema de críticas ao governo de Jair Bolsonaro, o tuíte da NASA serviu para o presidente virar alvo de ironia no Twitter.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, atribuiu o aumento dos focos de fogo na Amazônia ao período de seca. Mas, segundo o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), 2019 não é um ano de seca extrema.
Os focos de fogo cresceram 70% em relação ao mesmo período no ano passado, em que a seca foi maior, apontam dados levantados pelo Ipam com base no monitoramento em imagens de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Bolsonaro anunciou que as Forças Armadas e a Força Nacional irão reforçar o combate aos incêndios na Amazônia realizado pelas equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). E falou mais de uma vez, sem apresentar provas, que ONGs ambientalistas podem estar por trás dos incêndios criminosos.
“Quer que eu culpe os índios? Quer eu culpe os marcianos?”, disse Bolsonaro. “É um indício fortíssimo desse pessoal de ONGs que perdeu a teta deles.”
Cobrado a apresentar provas da acusação, Bolsonaro afirmou: “Não se tem prova disso, meu Deus do céu. Ninguém escreve isso: vou queimar lá. Não existe isso.”