O único membro do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro a comentar até agora os diálogos entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol publicados pelo Intercept Brasil foi o próprio Moro — o atual ministro da Justiça disse em nota que as mensagens não mostram nenhuma "anormalidade ou direcionamento" de sua atuação quando era juiz da Lava Jato em Curitiba.
Mas, se o próprio presidente ainda não se pronunciou, a rede bolsonarista no Twitter e no Facebook não tardou em sair em defesa de Moro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, atacou o jornalista americano Glenn Greenwald, fundador do site que revelou os diálogos atribuídos a Moro e ao chefe da força tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
E depois disse que o vazamento não muda em nada a principal repercussão política da Lava Jato — a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — e usou a hashtag #EuApoioLavaJato, que liderava os trending topics do Twitter.
A deputada Joice Hasselmann (SPL-SP), líder do governo no Congresso, viu relação entre a publicação dos diálogos pelo Intercept Brasil e o fato de Greenwald ser casado com David Miranda (PSOL-RJ), que assumiu um cargo na Câmara dos Deputados após a renúncia de Jean Wyllys, de quem era suplente.
Filipe Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais, também atacou Greenwald para desacreditar a reportagem. Disse que Greewald é "um agente político que finge ser jornalista".
Allan dos Santos, apresentador do canal Terça Livre, minimizou a importância dos diálogos, que mostram Moro e Deltan discutindo etapas da Lava Jato e até a antecipação de uma decisão judicial.
Maurício Costa, do Movimento Brasil Conservador, listou alguns dos argumentos mais repetidos pelos bolsonaristas nas redes sociais para defender Moro: os diálogos não mostram fabricação de provas por parte do então juiz e do procurador da República e a reportagem é "muito barulho por nada".
Muitos influencers de direita foram na mesma linha: