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Enquanto presidente silencia, bolsonaristas montam operação pró-Moro nas redes sociais

Deputados e apoiadores de Bolsonaro atacam jornalista do site que revelou os diálogos atribuídos a Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

O único membro do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro a comentar até agora os diálogos entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol publicados pelo Intercept Brasil foi o próprio Moro — o atual ministro da Justiça disse em nota que as mensagens não mostram nenhuma "anormalidade ou direcionamento" de sua atuação quando era juiz da Lava Jato em Curitiba.

Mas, se o próprio presidente ainda não se pronunciou, a rede bolsonarista no Twitter e no Facebook não tardou em sair em defesa de Moro.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, atacou o jornalista americano Glenn Greenwald, fundador do site que revelou os diálogos atribuídos a Moro e ao chefe da força tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol.

Glenn Greenwald, ex-CNN, foi o porta voz do Snowden para vazar tudo que ele sabia sobre dados confidenciais dos EUA no caso conhecido como Wiki Leaks. Além disso, Glenn vendeu no exterior a tese que o impeachment da Dilma foi golpe.

"Glenn Greenwald, ex-CNN, foi o porta voz do Snowden para vazar tudo que ele sabia sobre dados confidenciais dos EUA no caso conhecido como Wiki Leaks. Além disso, Glenn vendeu no exterior a tese que o impeachment da Dilma foi golpe."

E depois disse que o vazamento não muda em nada a principal repercussão política da Lava Jato — a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — e usou a hashtag #EuApoioLavaJato, que liderava os trending topics do Twitter.

Nada muda o fato de que Lula roubou e chefiou a maior organização criminosa do mundo, responsável dentre outros escândalos pelo do petrolão (Lava Jato) - superior até ao PIB de diversos países. O Brasil é rico, só não é potência por conta de ladrões como Lula. #EuApoioLavaJato https://t.co/hmdN9jPo4r

A deputada Joice Hasselmann (SPL-SP), líder do governo no Congresso, viu relação entre a publicação dos diálogos pelo Intercept Brasil e o fato de Greenwald ser casado com David Miranda (PSOL-RJ), que assumiu um cargo na Câmara dos Deputados após a renúncia de Jean Wyllys, de quem era suplente.

Os fatos. 1-Celulares de @SF_Moro e turma da Lava-Jato são hackeados. 2- Informações privadas das vítimas aparecem no @theintercept, site esquerdista até a medula. 3- o “marido” do dono do site é suplente de @jeanwyllys_real e ganhou a vaga numa operação obscura. Entenderam?

Filipe Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais, também atacou Greenwald para desacreditar a reportagem. Disse que Greewald é "um agente político que finge ser jornalista".

Certa vez o @ggreenwald disse que gostaria de me entrevistar. Respondi que falaria com ele se ele topasse substituir a entrevista por um debate. Ele não topou, é claro, mas o episódio revela um dado relevante sobre esse sujeito: ele é um agente político que finge ser jornalista.

Allan dos Santos, apresentador do canal Terça Livre, minimizou a importância dos diálogos, que mostram Moro e Deltan discutindo etapas da Lava Jato e até a antecipação de uma decisão judicial.

Site @theintercept divulga que @SF_Moro e @deltanmd caçavam políticos corruptos. Ufa, se não existisse a matéria, quando saberíamos disso? Obrigado, @ggreenwald.

Maurício Costa, do Movimento Brasil Conservador, listou alguns dos argumentos mais repetidos pelos bolsonaristas nas redes sociais para defender Moro: os diálogos não mostram fabricação de provas por parte do então juiz e do procurador da República e a reportagem é "muito barulho por nada".

1) Li toda a matéria do Intercept; 2) Não vi nada demais, nenhuma prova fabricada; 3) Muito barulho por nada; 4) Lula continuará preso, babacas! 5) Já podemos ir dormir. 6) Mas antes disso, #EuApoioaLavaJato

Muitos influencers de direita foram na mesma linha:

Sério que tem gente comparando a retirada de sigilo do diálogo captado com autorização judicial entre Lula e Dilma, onde a ex-presidente aparece cometendo um crime, com o roubo ilegal e posterior exposição de conversas entre integrantes da Lava Jato?

O tiro saiu pela culatra. O #EuApoioaLavaJato ficou ainda mais forte.





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