Histórico de assédio e abuso sexual fragiliza saúde da mulher na meia-idade, mostra estudo
Mulheres de meia-idade com histórico de abuso ou assédio sexual estão mais propensas a ter hipertensão, insônia e sintomas depressivos, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Pittsburg (EUA).
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O abuso e o assédio sexual podem causar traumas duradouros e impactar a saúde física da mulher mesmo anos mais tarde, de acordo com uma nova pesquisa publicada na revista acadêmica JAMA Internal Medicine.
Pressão alta, insônia e depressão são apenas alguns dos problemas encontrados entre mulheres de meia-idade com histórico de assédio ou abuso sexual.
O estudo, conduzido por uma equipe da Universidade de Pittsburg (EUA), incluiu 304 mulheres não fumantes entre 40 e 60 anos de idade. Entre as participantes, 19% relataram histórico de assédio sexual no trabalho e 22% relataram histórico de abuso sexual.
São dados consideravelmente mais baixos do que a taxa nacional. Nos EUA, estima-se que 40% a 75% das mulheres tenham sofrido assédio sexual no trabalho e 36% das mulheres abuso sexual.
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Os pesquisadores mediram a pressão arterial dos participantes e levaram em consideração seu histórico médico para medir sua saúde cardíaca, sua qualidade do sono e seu humor.
“Sabemos que o estresse é significativo para a saúde cardiovascular, e assédio e abuso sexual são fortíssimos fatores de estresse para as mulheres. Queríamos entender as implicações dessas experiências”, disse a autora do estudo Rebecca C. Thurston, professora de psiquiatria na Universidade de Pittsburgh.
Os pesquisadores descobriram que mulheres com histórico de assédio sexual tinham pressão arterial mais alta e um sono significativamente pior que mulheres sem esse histórico. O assédio foi associado a uma maior probabilidade de hipertensão e insônia clínica. E mulheres que foram abusadas sexualmente estavam significativamente mais dispostas a terem sintomas de depressão, ansiedade e baixa qualidade do sono.
A pressão arterial elevada é um fator de risco para doenças cardiovasculares e a baixa qualidade do sono, a depressão e a ansiedade também estão associadas a efeitos negativos à saúde física.
Além disso, os pesquisadores descobriram que mulheres mais jovens ou em empregos instáveis estão mais propensas a serem assediadas e que o estresse financeiro pode impedir uma mulher de deixar um trabalho onde haja uma situação abusiva.
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"Devido à alta prevalência de assédio e abuso sexual, abordar estas exposições sociais pode ser crucial para promover a saúde e prevenir doenças nas mulheres" escreveram os autores do estudo.
Thurston diz que os médicos devem reconhecer como essas experiências têm implicações na saúde de suas pacientes.
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A tradução deste post (original em inglês) foi editada por Luísa Pessoa.