O Pentágono criou uma unidade para investigar OVNIs e não está mais mantendo segredo

    Um programa que investiga OVNIs já existia durante anos na Marinha americana, mas o Departamento de Defesa admitiu publicamente o programa na sexta-feira em uma coletiva de imprensa.

    O Departamento de Defesa anunciou na sexta-feira que criou oficialmente — e também publicamente — uma unidade incumbida especificamente de investigar "fenômenos aéreos não identificados" — ou OVNIs, como você, eu e todo mundo chama.

    Chamada de Força-tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados, ou UAPTF (Unidentified Aerial Phenomena Task Force, em inglês), a unidade "melhorará a compreensão [do Departamento de Defesa] e obterá ideias sobre a natureza e as origens dos UAPs".

    "A missão da força-tarefa é detectar, analisar e catalogar os UAPs que representem uma potencial ameaça à segurança nacional dos EUA", disse o Departamento de Defesa em uma declaração na sexta-feira à noite.

    Agora, é verdade que a existência de UAPs, ou OVNIs, não necessariamente significa que as naves sejam espaçonaves de outros planetas pilotadas por alienígenas verdinhos tranquila e secretamente observando a Terra.

    Essa força-tarefa é mais voltada para possíveis violações do espaço aéreo de outro país, e não para tentar contatos intergaláticos.

    "O Departamento de Defesa e os departamentos militares levam qualquer incursão por aeronaves não autorizadas dentro dos nossos limites de treinamento ou do nosso espaço aéreo designado muito a sério e examinam cada relatório", diz na declaração. "Isso inclui análises de incursão que são inicialmente relatadas como UAPs quando o observador não conseguir identificar imediatamente o que está observando."

    Mas 2020 foi um ano movimentado para o Pentágono e os OVNIs.

    O anúncio de sexta-feira chegou só alguns meses depois de o Departamento de Defesa ter publicado e revelado três vídeos de pilotos da Marinha avistando OVNIs em 2004 e 2015.

    O New York Times entrevistou os pilotos que avistaram os objetos, descrevendo-os como sendo de formato oblongo e em aceleração, "como nada que eu já tenha visto antes".

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    Apesar da declaração do Pentágono na sexta-feira, as forças armadas monitoraram por anos aeronaves não identificadas e coletaram vídeos dos seus pilotos avistando-as.

    O New York Times, em dezembro de 2017, relatou a existência do Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, que tem a mesma tarefa.

    O Times relatou que o financiamento do programa foi cancelado e acabou em 2012, mas em julho relatou que o programa foi continuado pela Secretaria de Inteligência Naval, onde foi chamado de Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados.

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    O Presidente Donald Trump expressou interesse na possibilidade de vida extraterrestre. Falando com o seu filho Donald Trump Jr. em um vídeo produzido pela sua campanha em junho, o presidente foi perguntado se "antes de deixar a presidência, você nos dirá se existem alienígenas?".

    "Eu quero saber o que está acontecendo", Trump Jr. perguntou. "Você revelaria o caso Roswell e nos diria o que acontece por lá?"

    O filho do presidente provavelmente estava se referindo ao que é popularmente conhecido como Área 51, uma base militar secreta em Nevada. A base foi por muito tempo o centro de conspirações a respeito de OVNIs, incluindo a teoria de que um OVNI caiu em Roswell, no Novo México, em 1947, e que a aeronave e sua suposta tripulação foram levadas para a Área 51 para serem estudadas.

    "Eu não vou falar com você sobre isso, mas eu acho isso tudo muito interessante", disse Trump a Trump Jr. "Mas Roswell é um lugar muito interessante com muitas pessoas que gostariam de saber o que está acontecendo."

    A Roswell de verdade é uma cidade no condado de Chaves, no Novo México, que, é claro, é aberta ao público.

    A declaração do Departamento de Defesa sobre a UAPTF não menciona nada sobre nenhuma parte da sua missão ter algo a ver com seres extraterrestres ou espaçonaves porque, é claro, não teria.

    Este post foi traduzido do inglês.