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"Se houve irregularidade da minha parte, eu saio", diz Moro

Dizendo não ter "apego ao cargo", ministro disse que, se diálogos forem divulgados na íntegra e sem adulteração, ficará evidenciada a correção de sua conduta.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, admitiu nesta quarta-feira que deixará a pasta caso algum tipo de irregularidade em sua conduta como juiz venha a ser revelada nas conversas que estão em posse do site The Intercept Brasil.

O ministro ressaltou, entretanto, que caso suas troca de mensagens com procuradores e outros integrantes do Judiciário forem reveladas na íntegra e sem adulterações, ficará comprovada a correção de seus atos.

“Então o site apresente tudo e ai a sociedade vai poder ver, de pronto, se houve alguma incorreção da minha parte. Eu não tenho nenhum apelo pelo cargo em si. Apresente tudo, vamos submeter isso então ao escrutínio público e, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio. Mas não houve. Por quê? Porque eu sempre agi com base na lei e de maneira imparcial”, disse.

A fala de Moro aconteceu nesta tarde na comissão de Constituição e Justiça do Senado após uma pergunta de Jaques Wagner (PT-BA). Ao responder o senador, ele também destacou:

“Se forem divulgadas todas as minhas mensagens, eu falei isso publicamente, pode divulgar tudo, se for divulgado tudo, de maneira sem adulteração, sem o sensacionalismo, sem a construção de interpretações, que não correspondem minimamente ao texto, vai poder se verificar de todo que a atuação foi absolutamente íntegra”.

A oitiva de Moro no Senado começou por volta das 9h desta quarta. Inquirido por diversos parlamentares, o ministro fixou suas declarações em alguns pontos.

Em praticamente todas as suas falas acusou o site The Intercept de fazer uma divulgação sensacionalista do conteúdo das conversas, não disponibilizar seu material a perícia independente e de alegar a existência de graves irregularidades nos diálogos quando, em sua avaliação, tudo não passou de troca de informações corriqueiras entre juízes e procuradores.

Disse também que não existiu nenhum tipo de conluio entre eles e os procuradores da força tarefa da Lava Jato. Para tal, repisou números, frisando que de 45 sentenças, o MPF recorreu de 44.

Sempre argumentando que não há irregularidades em suas mensagens, das quais insistentemente comentou que não poderia atestar a veracidade por não se lembrar delas e não tê-las em seu celular, comentou que o foco do debate nacional não deveriam ser as conversas, mas sim a ação criminosa que permitiu a extração das mesmas de celulares de funcionários públicos.

Entre os argumentos repetitivos, Moro também citou por diversas vezes o professor de Harvard Matthew Stephenson, que após publicar texto crítico à atuação do então juiz veiculou nesta semana hoje em seu blog “Global Anticorruption” texto intitulado “O Incrível Escândalo que Encolheu? Novas Reflexões sobre o Vazamento da Lava Jato”, apoiando o trabalho de Moro.

Por fim, Moro também insistiu que todo o caso do vazamento das mensagens tem como objetivo claro invalidar condenações proferidas contra corruptos da Lava Jato, impedir investigações em curso ou futuras e atacar as instituições brasileiras.

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