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Esta é a produção do Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio desde que o pai virou presidente

Neste ano o vereador já tuitou 636 vezes, mas na Câmara não apresentou nenhum projeto de lei — só pedidos de poda de árvore e reparo de calçadas. Ele diz que não apresenta projetos “só por apresentar”.

Filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) está zerado na proposição de projetos de lei na Câmara Municipal do Rio de Janeiro desde que o pai assumiu o mais alto posto político do país.

De acordo com pesquisa no site da Câmara carioca, o responsável informal pela conta do presidente no Twitter e pivô de diversas crises do governo federal não fez, desde o início de 2019, nenhum pronunciamento em plenário e também não apresentou nenhum projeto de lei.

No Twitter, só neste ano Carlos já postou 636 vezes, contando tuítes próprios e compartilhamentos (mas sem contar respostas a seus seguidores).

Na Câmara do Rio, sua atuação mais relevante até o momento se dá no campo das indicações — quando o parlamentar envia um ofício à prefeitura pedindo que alguma ação seja feita pelo executivo.

Carlos usou o expediente sete vezes. Em três ocasiões pediu melhorias na rua Marechal Serejo, onde há uma unidade hospitalar da Marinha.

Em três ofícios ele solicita que a prefeitura faça a poda de árvores da rua, reformule a iluminação pública e faça a pavimentação da calçada.

Nas outras indicações ao Executivo municipal, Carlos pede que seja destinada uma caçamba de lixo para as proximidades de um condomínio na avenida Brasil, reparos nas tubulações de uma rua da Vila Valqueire e a poda de árvores em duas outras localidades: na estrada da Barra de Guaratiba e nas proximidades da estação de trem de Santíssimo.

Além das indicações, Carlos também fez três requerimentos de informação à prefeitura.

Ele buscou informações sobre a concessão e operação do BRT no Rio, quis saber se o Programa Família Carioca está com os pagamentos em dia e fez questionamentos sobre o escoamento de águas da chuva na avenida Niemeyer, onde houve um desabamento da ciclovia Tim Maia na última grande chuva registrada no mês passado.

As chuvas no Rio, que resultaram em mortes em fevereiro e abril, foram inclusive um dos pontos de cobrança ao vereador.

No dia 7 de fevereiro, após a madrugada de chuvas e mortes, os jornais começavam a mostrar a dimensão da tragédia e Carlos usava seu Twitter para criticar a edição do Jornal Nacional do dia anterior, que em sua opinião deveria destacar os cinco meses da tentativa de assassinato de seu pai.

Ao verem o tuíte, alguns seguidores questionaram se o vereador não estava se esquecendo do trabalho para o qual foi eleito — e para o qual recebe salário bruto de R$ 18.991,68 mensais.

Após as cobranças, o vereador desejou que Deus estivesse com todos e disse que fez ligações aos órgãos competentes.

O pedido de informações foi feito alguns dias depois, em 28 de fevereiro.

Apesar da ausência de projetos de lei e de discursos, Carlos é assíduo na Câmara: só faltou a uma das sessões legislativas deste ano. No caso, a inaugural, em 2 de janeiro. No dia 1º, seu pai tinha tomado posse como presidente da República.

Além disso, ele recentemente teve um projeto de lei, apresentado em 2016, promulgado pela Câmara após os vereadores derrubarem o veto que havia sido dado pelo prefeito. A matéria estabelece multas progressivas para pichadores para que os bens públicos depredados sejam repintados.

Questionado sobre a falta de projetos de lei ou de discursos neste ano, o chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, disse que o vereador não apresenta projetos "só por apresentar" e que ele considera que os debates na Câmara acabam por atrasar votações, por isso a economia no microfone.

Ele ainda destacou que, na carreira como vereador, Carlos foi o responsável pelo aprovação do voto aberto na Câmara e também pela lei que orienta gestantes da rede pública para cadastro de recolhimento de cordão umbilical para possível utilização em transplante de medula óssea.

"O vereador não tem um projeto bobo", disse.

Por fim, falou que Carlos também evita maiores polêmicas na Câmara porque a oposição está fazendo muitos discursos sobre a reforma da Previdência, tema que está sendo discutido no âmbito federal pelo Congresso Nacional.

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