Os protestos contra os cortes na educação levaram hoje (15) milhares de pessoas às ruas. Em São Paulo, a manifestação foi na avenida Paulista:
E foi grande:
Também houve protestos em Brasília...
...e no Rio, além de outras cidades.
Logo no início da tarde, quando os protestos estavam começando, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que chegou hoje aos Estados Unidos, foi questionado sobre as manifestações. E disse que a maioria dos presentes eram "idiotas úteis" que "não têm nada na cabeça".
"É natural [o protesto], é natural. Agora, a maioria ali é militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar quanto é 7 vezes 8 pra ele, ele não sabe, se perguntar a fórmula da água, ele não sabe, não sabe de nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis, que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais no Brasil", disse Bolsonaro.
E parece que as declarações serviram como estímulo para quem estava protestando:
O MBL (Movimento Brasil Livre), que participou das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, postou no Twitter que "o governo se embananou" no episódio e que "a esquerda soube aproveitar".
Segundo o movimento, a esquerda usou "a oportunidade pra fazer uma de suas maiores mobilizações de rua desde o começo do impeachment".
"Tem 'Lula livre' e partidarismo no meio? Óbvio. Mas essa turma não enchia o quarteirão do MASP há anos. A pauta do corte pegou gente fora da bolha da esquerda e isso não é bom para o governo", escreveu o perfil do MBL. E acrescentou uma crítica às declarações de Bolsonaro:
"Pra completar, o presidente chama todos de 'idiotas'. Vi nas redes sociais 'idiotas' que eram anti-petistas. Jogar essa turma no colo da esquerda é um presente que Bolsonaro dá hoje", postou o MBL.
Enquanto isso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, falava na Câmara sobre os cortes de verbas na área.
A convocação foi aprovada ontem pelos deputados. E a sessão para os esclarecimentos sobre os cortes nas universidades e em institutos federais foi marcada para o mesmo dia dos protestos.
Weintraub continuou dizendo que não há cortes, e sim contingenciamento, e responsabilizou o governo de Dilma Rousseff (PT) e o do vice dela, Michel Temer (MDB), pela necessidade de reduzir os gastos em educação.
"Este governo, que tem quatro meses, não é responsável pela situação", disse o ministro na Câmara. "O orçamento atual foi feito pelo governo Dilma Rousseff e Michel Temer, que era vice", afirmou. "Não somos responsáveis pelo desastre da educação brasileira."