A rede Cinemark disse ontem, em comunicado, que foi um erro permitir a exibição em suas salas do filme "1964: o Brasil entre armas e livros", da produtora Brasil Paralelo, de Porto Alegre (RS).
O filme, um documentário sobre o golpe de 1964 que apresenta depoimentos de personalidades próximas ao bolsonarismo, como o escritor Olavo de Carvalho e o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL), foi exibido em sessões para convidados no último dia 31 — aniversário de 55 anos da deposição do governo de João Goulart.
O documentário oferece uma visão favorável ao golpe de 1964.
Em resposta à nota da rede Cinemark, a direita puxou a hashtag #BoicoteCinemark nas redes sociais.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, escreveu no Instagram:
"Total falta de respeito com o seu consumidor. Não interferir politicamente seria não fazer juízo de valor, salas de cinema se prestam a exibir filmes pouco importando se de direita ou esquerda. Essa declaração serve como desculpa esfarrapada de esquerdista ou de quem está aceitando ser intimidado pela esquerda. Então por coerência não deveriam exibir o filme do Lula e do Marighella. Liberdade é botar o filme em cartaz e permitir que o cidadão decida o que assistir, o resto é censura camuflada. Bola fora do @cinemarkoficial", escreveu o deputado.